A Minha Lágrima.
J. Norinaldo.
A lágrima que aprisionei durante
anos, hoje se livrou do cativeiro, desceu como uma cascata por meu rosto e foi
regar o meu canteiro, enquanto eu olhava para as rosas do jardim que plantei
pensando não em mim, mas num amor que acreditava verdadeiro. Olhei para o galho
da roseira e tentei dar nome aos espinhos, Traição, dor, insensatez, loucura,
inveja e maldição me faltaram às palavras outra vez sem conseguir minha
intenção, na verdade talvez seja muitos espinhos em um galho, imaginem a roseira por
inteiro, mas que nunca estão sozinhos, protegem a beleza e o perfume, sem
inveja e sem ciúme, sem causar a dor que sinto agora. Enquanto minha lágrima se
liberta, acaba deixando a porteira a Berta, pois até para as lágrimas existem
grilhões, e que as minhas venham aos milhões e que reguem meu jardim e minhas
flores que amo tanto e que preciso, agora descobri que minhas dores podem ir-se
na enchente do meu pranto, deixando seu lugar para um sorriso.
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