Um Brinquedo Já Usado.
J. Norinaldo.
Uma sombra que se move sem o
vento, como um pincel a deslizar numa aquarela, que corre, se agacha e abre os
braços através da luz tremulante de uma vela, pode se chamar felicidade para alguém
solitário de verdade que vê a felicidade nela; o naufrago sozinho na ilha bela,
que conversava com a velha bola ressequida, que o vento trouxe através das
ondas depois de usada e esquecida, quem jamais iria imaginas que poderia um
velho traste ganhar vida. Como um brinquedo já brincado e renegado, num
quartinho com ele parecido, escutar sonho novo e colorido de um menino a quem
foi presenteado; num quartinho iluminado
a luz de vela, onde as sombras são respingos da aquarela, ou pirilampos
saltitantes coloridos, roubados do sonho da Cinderela. Um velho macaco um
brinquedo já brincado para um naufrago algo sensacional, para o menino um
presente de Natal, o primeiro que jamais é esquecido. Sr. Wilson, uma velha
bola de couro, que valeu muito mais que um tesouro, sem valor nenhum contra a
solidão, um maçado, o brinquedo já usado, um presente que ainda será brincado,
por quem não sabe o que é ingratidão.
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