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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014



Um Brinquedo Já Usado.
J. Norinaldo.



Uma sombra que se move sem o vento, como um pincel a deslizar numa aquarela, que corre, se agacha e abre os braços através da luz tremulante de uma vela, pode se chamar felicidade para alguém solitário de verdade que vê a felicidade nela; o naufrago sozinho na ilha bela, que conversava com a velha bola ressequida, que o vento trouxe através das ondas depois de usada e esquecida, quem jamais iria imaginas que poderia um velho traste ganhar vida. Como um brinquedo já brincado e renegado, num quartinho com ele parecido, escutar sonho novo e colorido de um menino a quem foi presenteado;  num quartinho iluminado a luz de vela, onde as sombras são respingos da aquarela, ou pirilampos saltitantes coloridos, roubados do sonho da Cinderela. Um velho macaco um brinquedo já brincado para um naufrago algo sensacional, para o menino um presente de Natal, o primeiro que jamais é esquecido. Sr. Wilson, uma velha bola de couro, que valeu muito mais que um tesouro, sem valor nenhum contra a solidão, um maçado, o brinquedo já usado, um presente que ainda será brincado, por quem não sabe o que é ingratidão.

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