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sábado, 29 de março de 2014



Tapete de Esperança.
J. Norinaldo.



Com os pés descalços caminhei sobre o mais belo tapete natural, sem desenhos sem cordas de sisal,  não o vermelho como o vermelho da glória, mas o verde da esperança que se implora de olho no vermelho mais a frente; a cor da esperança é diferente e vem da terra, não é como o sangue da batalha, ou como o fogo que espalha o tapete no teatro da guerra. Senti o macio que é prova, no tapete que na natureza se renova a cada chuva que vem saciar a sede, e eu pergunto meu Deus o que fizeste, pois tem gente lá no meu nordeste, que passa anos sem ver este tapete verde. O que será que quis dizer a história, com o vermelho significando glória; a glória da guerra e da vingança, o meu tapete é de esperança, e o meu sonho desde o tempo de criança, é que o verde um dia cubra a terra. Com os pés descalços e a alma nua, livre como os raios da lua nas crinas do vento sou ginete, esqueço o vermelho da glória e seu topete, e sigo caminhando descalço em meu tapete, da esperança que será sempre verde.
A Sombra do Caminho.
J. Norinaldo.

No caminho tinha uma sombra, de onde se avista o céu, no céu tinha uma nuvem que projetava uma sombra na terra formando um véu que enfeitava o caminho onde passa o velho, o homem o lobo o menino, de onde eu via o céu. No caminho tinha uma curva e depois da curva uma reta e na reta a toca de um lobo, e a sombra em forma de véu a mesma do caminho era, projetada lá do céu cobria a casa da fera. No caminho tinha uma ladeira e uma pedra em forma de seta e na curva bem depois da reta e da toca do lobo a fera, e da sombra em forma de véu havia uma tapera de quem com o lobo dançara, e na sombra descansara e hoje se encontra no céu. Nem todo caminho tem sombra, lobo, tapera ou reta, também não existe uma seta, para indicar o destino, o certo é que todo caminho demarcado ou ao acaso, leva a um abismo tão raso, o velho, o homem o menino. No caminho tem uma sombra...Uma pedra e a toca de um lobo.

quinta-feira, 20 de março de 2014



Depois no Mar tão Sereno.
J. Norinaldo


Em cada porto um amor, em cada aceno uma dor em cada lágrima um tema em cada lenço uma flor que depois enfeita o cais quando ninguém lembra mais da lágrima que foi poema.
E o vento que a onda embala, leva o poema que fala de lenço e de despedida, e a noite se deleita com as flores que o cais enfeita como lenços que acenam a vida.
Em cada porto um amor por mais pequeno que for sempre haverá despedida, tristeza e alegria, lenços flores poesia nas ondas que embalam a vida.
Depois o mar tão sereno, que parece tão pequeno diante da imensidão, e cada lenço molhado, é um poema acenado, vermelhos de coração.
Ah! Que saudade dos portos que pela vida aportei, e quantas vezes acenei apenas a multidão, e quantas vezes chorei por ninguém ver meu aceno ou por que ninguém me acenou, depois no mar tão sereno, o mundo parecia tão pequeno diante da minha dor.
Em cada porto um amor, em cada dor um aceno, depois no mar tão sereno, tudo parece pequeno como uma estrela do mar, como um lenço lá do cais, quando não se lembra mais para quem se acenou, e o cais como aquarela todo coberto de flores, fica esperando outra vela que surge no horizonte trazendo novos amores.




Retrato da Depressão.
J. Norinaldo.



Quando a natureza traga, quando a beleza não afaga e o fim é solução, tendo o céu como limite a vida não admite ser vivida sem razão,   quando a razão se define como um texto indecifrável por mais que seja execrável a dor se torna paixão. Quando a vida é tragada pela altura do abismo e a morte com cinismo sorrir da sua aventura que torna a alma tapera, quando a natureza traga a beleza não afaga no outono ou primavera. Enquanto o vento no alto te empurra de volta à vida mostrando a estrada que te trouxe e não te leva, deste o passo decisivo, o abismo ainda está vivo, mas para ti resta a treva. O que leva alguém saudável, a um gesto miserável de se atirar de um penhasco, ou de sufocar a vida como um inseto num frasco. Num retrato em branco e preto e num singelo soneto numa pedra sobre a cripta, que o fim da vida atesta, é somente o que te resta de uma história tão bonita.

terça-feira, 18 de março de 2014



A Resposta.
J. Norinaldo.



Quando a resposta vem do céu, a verdade é verdade e vista ao todo, assim sem retoque ou maquiagem, como a flor de Lótus vem do lodo, nem sempre a verdade verdadeira, agrada faz sorrir, sem exigir algum contorno, pois mais serve a verdade como adorno, do que não causa dor e pranto, mas no final a verdade no entanto, prevalece e transcende qualquer  vel principalmente se a resposta vem do céu, e a mensagem vem escrita nas cores do arrebol, é preciso encarar a luz do sol e saber decifrar em qualquer língua, não deixar o amor morrer a míngua, simplesmente a verdade ignorar. Quando a resposta vem de cima, num poema sem palavras e sem rima, sem voz diretamente ao olhar, é preciso ser sensível e buscar, a chave do segredo da verdade, e lembrar de um ditado tão antigo, saber separar o joio do trigo, e ali estará a felicidade. E o segredo que a tanto a humanidade intriga, como o elo perdido da cantiga, mais velha que este mundo canta e se deleita, mas se encanta com o som... Ignorando completamente a letra.


Orgasmo de Ilusão.
J. Norinaldo.


Beba-me por inteira e orgasme-se de ilusão, se a palavra não existe, orgasmo já existia o que me dizes por exemplo da nova Idiocracia, aqui também foi grifada o programa não conhece, se fala em democracia, a idiotice merece; não pense, apenas beba-me e o orgasmo acontece. Beba-me, apenas beba-me, farte-se com entusiasmo, embriaga-se de mim, esqueça tudo em fim, lembre-se apenas do orgasmo. Beba-me, embriague-se em fim, esqueça a vida de vez, para depois na lucidez passado o entusiasmo, sequer se lembra do orgasmo, somente um olhar carmim. Bebe-me por inteira enquanto teu sonho embalo bebe-me pelo gargalo esqueça a taça o cristal, sabes não te farei mal, mesmo ao teu espírito pasmo, bebe-me eu sou apenas um orgasmo... Talvez o orgasmo final.


sábado, 15 de março de 2014



Arte e Inocencia.
J. Norinaldo.



Quando a arte conquista a inocência, a decência se levantar para aplaudir, pois no teatro da vida a consciência, necessita de alguém para lhe acudir. Quando a vida dança a passos miúdos, na berlinda ao som de uma carícia, a passos macios de veludo, o abraço ou beijo sem malícia, ao parceiro de bronze do passeio, o  bailar de uma vida sem anseio, quando a vida tem a arte no meio como um jardim cheio de flores, como a ponte entre dois lados que liga dois amores, como legados de um futuro que passa e breve será passado. No retrato na parede do futuro, só o bronze não muda e é menino, a vida segue o rumo e termina, e a menina que dançava no passado, agora tem o passo tão pesado, como o fardo que a vida determina que seja até o fim carregado. Ah! Quando a vida vira arte e uma parte do bronze cria vida, como agora na dança da calçada a criança que não pensa no porvir, é a arte de pé a aplaudir a carícia inocente que é sentida quando a arte conquista a inocência e não há violência a ser sofrida a decência é  novamente aplaudida e as estrela brilharão no firmamento, e não haverá um pensamento que não ligue à arte a inocência.


Um Botão de Flor.
J. Norinaldo.



Um botão de flor que deixa de se abrir, é beleza sonegada ao mundo triste, onde existe tanto canto a colorir, é perfume o que o mundo não exala é o belo que a voz do belo cala e exalta a altura do abismo. Cada botão de uma flor que é esmagado, e o seu perfume misturado ao do monturo, é um pedaço de beleza do futuro que da tela do presente é apagado, cada talo de uma flor que é arrancado e jogado na sarjeta por ciúme, é um vaso de alastro de perfume que poderia perfumar algum presente, que do futuro chegasse de repente e sentisse a necessidade, de aspirar um pouco de felicidade que na verdade no botão da flor se sente. Quando um botão de flor é desenhado, tudo em volta de si é perfumado, mesmo que alguém não sinta, muda o cheiro da titã assim como por encanto, você sentira mas no entanto, por ciúme jamis minta.

quinta-feira, 13 de março de 2014




Menina Pintada.
J. Norinaldo.



Menina pintada com tinta e pincel, destacando o céu como o mar de cima, gaivotas areia maré poesia, tropel de cavalos marinhos sem crina; menina bonita que dança ao Léo com cabelo em cacho, destacando o mar como o céu cá de baixo. Menina perfeita da saia rodada, que não pensa em nada pintada não fala tão terna e pura como a onda bordada que no mar se embala menina pintada a mão que te pinta, ou que fez a tinta que te pintou, teu belo vestido teu cabelo em cacho, só fez  uma cópia do mar lá de cima e do céu cá de baixo; o céu que é tão grande repletos de estrelas que o mar que é imenso mais parece um riacho. Menina pintada a mão que te pinta, depois é lavada para tirar a tinta pedaços de ti que na carne ficou; menina pintada que não pensa em nada, quem pensa em ti pensa sempre com amor, só ver a pintura  e sua beleza, com certeza não liga para quem te pintou

terça-feira, 11 de março de 2014



O Castelo e o Encanto.
J. Norinaldo.


Por mais simples o castelo nunca é simples morada terá sempre seu encanto, lá no alto três janelas como uma cara de espanto, olhando assim sem ver nada. Por trás dos muros existem o que o olhar não desvenda, dores, amores contendas, que muros jamais separa, e quem com calma repara nas pedras enfileiradas, verá que realmente parecem uma coluna de nadas. Cada castelo uma história e cada história um brasão, em cada retrato a óleo pendurado no salão, são apenas lembranças como algo que foi desfeito, como as medalhas no peito, de algum herói ou varão. No estandarte no alto identifica algum clã, que pode ser amanhã uma página sem glória, no rodapé da história contada por um parente que nasceu em outra era, e já conheceu tapera o castelo decadente. Por mais simples um castelo é sempre uma ostentação, que convida a tentação do olhar de quem é pobre e sonha com a verdade, pensando  tudo que parece belo, como as torres do castelo abriga a felicidade.


domingo, 9 de março de 2014



O Trem para antigamente.
J. Norinaldo.


O trem que não roda mais, é sucata infelizmente, no trilho hoje eu ando a pé, podia assim de repente, me levar de marcha ré a estação de antigamente. Apagando na passagem toda antiga paisagem que existe em minha mente, para eu não sentir saudade, da falta de felicidade que tive futuramente. Ah! Como é bom desabafar a verdade nua e crua, se estes trilhos vão a lua, por que eu não posso ir, mesmo sabendo que voltarei novamente, pelo menos ter a chance para tentar de repente, conseguir uma maneira de ficar lá no meu antigamente. Ah! Malvada essa minha mente, com seu baú bem guardado, como um velho retrato pelo tempo amarelado na parede do meu eu, o que eu acho mais graça, é que nem o cheiro da fumaça do trem ela esqueceu. Será que é pedir muito, pois o que quero é somente, uma passagem de ida no trem para antigamente.

O trem hoje é sucata, mas ainda tenho fé, que volto para antigamente, e não irei eu somente, que irá gente de pé...

sexta-feira, 7 de março de 2014



Feliz Dia da Mulher.
J. Norinaldo.


O que seria hoje o planeta terra, com tanta guerra e falta de fé, e o homem em pé no seu pedestal, fazendo o mal a tudo que quer, destruindo aos muitos a natureza, nos resta a beleza que Deus deu a mulher. Enquanto o homem a tudo conquista, a tudo que avista conquistou a lua, clonou semelhantes, falsificou diamantes e andou divulgado que a mulher é sua, a minha mulher, a minha amante, minha fantasia, esquece que se a mulher não existisse ele também não existiria. Para as mulheres nasceram as flores, e a primavera é sua estação e enquanto o homem exibe a espada, a mulher amada mostra o coração. O que seria hoje do mundo e da vida, sem a mãe querida do colo macio; um mundo vazio  sem rosa ou jasmim só talo e espinho e o triste caminho sem o seu afeto, ah!  O que seria de mim.

Dia da mulher?  Não! Para a mulher a eternidade que é pouco até, pois sem a mulher não existiria a felicidade, por que na verdade a felicidade também é mulher.

quinta-feira, 6 de março de 2014



Cavalgar é Preciso.
J. Norinaldo.



Cavalgar livre  em direção ao sol na indomável decisão de lá chegar, é como ver a imensidão do mar e sem ter vento ou vela navegar; ter a certeza de vencer o cansaço quebrar no braço a força da procela, usar por fundo o mundo e o céu e sem pincel pintar a mais linda tela. Cavalgar livre sem peso ou ginete deixar as crinas a brincar com o vento, marcando fundo o chão do caminho tendo a paisagem com um banquete; que deleita e alimenta o pensamento. Como uma orquestra o passo marcado como as estrofes de uma poesia, a elegância no arfar do peito, como algo feito pela fantasia; tudo isto vem causar-me insônia, ao imaginar-te como a mais linda Amazônia e o bater dos cascos uma  melodia em Si Bemol,  mas ao invés de cavalgar em direção do sol, que irá queimar-te com o seu calor, cavalgas livre em direção a mim, que te aquecerei com o meu amor. Ah! Como é lindo ser livre e poder sonhar, realizar qualquer um desejo, fazer do sonho uma poesia, a estrada o sol numa fantasia que termina no mais louco beijo. Ah! Como é triste acordar de um sonho, e saber que foi apenas um sonho e nada mais, e que o sol está tão brilhante, e tão distante como o sonho que ficou para trás.

segunda-feira, 3 de março de 2014



Lua Nua.
J. Norinaldo.



Eu tive um sonho, e foi um sonho tão lindo lamentei muito acordar, sonhei com uma noite linda, uma bela mulher nua, branca como uma noite de lua correndo entre as margaridas, que se abriam como um leque e o meu olhar moleque a seguir suas passadas; ouvindo Zorba o Grego, por uma orquestra de arcanjos que harpejavam sorrindo, destilando fantasia enquanto minha  alma dança na praia de areia fria. A cada acorde uma margarida se abria, e o vento uma leve onda fazia deixando ver a brancura, da nudez bela sem censura daquela bela mulher como uma verdadeira poesia. Acordei, abri a janela e a noite ainda cobria a terra com seu véu, E ainda dormiam as vidas, lá no céu a lua era a bela mulher nua rodeada de estrelas como belas margaridas. De repente cessa a música e empalidece a mulher nua e as margaridas perdem a cor e  o perfume é que o sol com ciúme... Toma o lugar da lua.

domingo, 2 de março de 2014



A Rosa e o Espinho.
J. Norinaldo.



Enquanto existirem as rosas, haverá espinhos em todos os caminhos poemas e prosas; enquanto uma rosa for símbolo de amor, seus espinhos servem para lembrar a dor, da separação e quanto coração assim perfurou. Enquanto existirem rosas e flores em fim em cada jardim um canteiro de amor, deste amor tão falado a ser cortejado por um beija flor, enquanto os faróis no mar mostrarem o caminho, como um talo repleto de espinho leva a mão de quem ama a rosa em botão, como uma escada a ser escalada até o coração. Enquanto existirem rosas e forem de Deus as flores prediletas, existirá perfume e alegria e muita poesia  para as almas seletas, das rosas os espinhos servirão de penas para  a escritas dos  nossos poetas. Enquanto os faróis apontam o rumo a seguir na noite severa, com  os espinhos da rosa o poeta  escreve uma prosa homenageando a primavera.


O Trem para antigamente.
J. Norinaldo



Nada é hoje como antigamente e somente a chuva em nada mudou no andar da vida, o que tinha ontem hoje já não tem, o beijo o abraço no chegar  do trem, ou no triste apito de alguma partida. Somente a chuva cai como caia nos tempos já idos, pingentes brilhantes mas que viram lama depois de caídos. Ah! Quanta saudade de quando ainda era um menino, e ouvia o sino de um trem que partia, como uma serpente rompante que vai  para bem distante, mas que volta um dia. Alguém se beija na plataforma e outro alguém informa que o trem vai partir, ah! meu lugar é aqui  o passado passou e o que me restou é sonhar com o porvir e  viver o presente, mas ah! Como eu sonho assim de repente, que o trem apitasse e me carregasse de novo... Para o antigamente. 

sábado, 1 de março de 2014



O Velho e o Tempo.
J. Norinaldo.



Um velho com o tempo nas costas, com os ponteiros parados, sem saber que os tempos são muitos, uns redondos outros quadrados, o seu se encontra atrasado, mas se olhar  para outro lado que seja, assim como a torre da igreja verá o tempo acertado. Não adianta levar o tempo, ou tentar dele fugir, temos que viver a vida e deixar o tempo fluir; servir-se da refeição, enquanto as mesas estão postas, e não sair pela vida com o tempo velho as costas. Um velho carregando o tempo, numa esperança perdida, enquanto carrega peso o tempo Lhe carrega a vida. Reclamam tanto do tempo, que o tempo é isso e aquilo, mas ah! Se eu tivesse tempo, só para viver tranqüilo; agora eu não tenho tempo, mas sonho em um dia ter, pois sei que é lindo sonhar, mas não vou carregar o tempo, ele sim vai me carregar. A gente não vê o tempo,  mas como o vento  se sente, o tempo é como um espelho que vive a  zombar da gente; o velho que carrega o tempo, como um boi de carga vai na frente. O velho carregando o tempo, solitário pelo caminho, mesmo o tempo parado, a cada dia se acerta sozinho.