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segunda-feira, 14 de abril de 2014





Ida e Volta.
J.Norinaldo.



Eu me vejo de repente, correndo para o passado, que foi futuro e presente, mas, como tudo passou, vou revendo tudo que não vi na vinda e vou encontrando ainda algum fruto que sobrou; na vinda como não vinha sozinho não reparei que o caminho era tão belo e florido, pisei sobre frutos já caídos, sem lembrar que atrás de mim, vinham outros e podiam ter comido. Agora que este sonho é só meu, vou tentar refazer tudo que o egoísmo esqueceu; beber apenas água para saciar a sede e estender minha rede numa sombra e descansar; pois na vinda na ânsia do presente e do futuro nos consome, pisei nos frutos maduros sem lembrar de outro irmão que tinha fome. Agora com meus passos bem mais lentos, mas ligeiros pensamentos tento a tudo corrigir, inclusive fazendo pontes com as pedras d’algum muro, para aqueles que como vão do passado para o futuro sem perigo prosseguir. Não sei se volto  para o futuro e presente, pois tinha tanta saudade e uma certeza que Dona felicidade no passado me espera. Numa casinha de taipa e de cerca branca, numa tabua um poema de Florbela Espanca, chamado Sóror Saudade.

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