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domingo, 11 de maio de 2014



Eu Escravo de Mim Mesmo.
J. Norinaldo..



Sufoca-me a ferrugem das correntes e o mau cheiro das feridas dos grilhões, me ensurdecem os lamentos dos aflitos juntamente com os tiros dos canhões e o sangue que escorre na trincheira como se a vida fosse uma bandeira repleta de estrelas e brasões. Enoja-me o poema encomendado, remendado com a seda dos barões, que declamam como seus em seus salões, aplaudidas por grandes multidões, sufocadas da ferrugem das correntes e do mau cheiro das feridas dos grilhões. E eu não sei onde me encontro no contexto dos proscritos ou sou mais um aflito que lamenta, e aplaudo a quem lhe acorrenta como um ponto enferrujado do brasão; quem sabe eu não seja  apenas um barão que já não sente a ferrugem das correntes e nem  o peso do grilhão. Se não sei a verdade e grito a esmo, ou aplaudo a falta de liberdade, sou na verdade... Um escravo de mim mesmo.

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