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domingo, 28 de setembro de 2014



Minha Casinha na Roça.
J. Norinaldo.


Quando essa chuva cessar e eu puder enxergar muito mais além do monte, da torre do templo e da ponte lá pertinho da linha do horizonte, eu verei uma casinha, é minha, é lá que passo meus dias, tenho minhas noites de sonho, onde vejo o céu inteiro, a lua como uma deusa e o sol como um braseiro.  Em frente a casa há um jardim bem cuidado com rosas de todas cores, as mais vaiadas flores e os mais belos passarinhos; numa janela uma bela trepadeira que a primavera inteira enfeita nosso portal, minha casinha até parece uma pintura de vez em quando o arco Íris é a moldura como se um céu de ternura parasse nesse lugar. Tem uma árvore do lado que dá muita flor colorida como a mostrar que a vida habita aquele lugar Corre um riacho que forma um lago adiante, aonde marrecos selvagens vem todos dias se banhar, na laranjeira além da fruta madura pela manha tem candura do canto do sabiá. Não sei porque dizem que vivo sozinho, tanta flor tanto passarinho, com o sol e a noite com um belo luar sem véu, se não consigo uma moça da cidade para dividir com ela minha felicidade porque prefere o barulho e tropel e ver entre edifícios um pedacinho de céu. A noite enquanto o riacho faz marola, eu pego a minha viola toco e canto com prazer; canções que falam da beleza da montanha e essa beleza e tamanha que muitas canções eu ainda vou fazer. Quando essa chuva cessar, e eu puder enxergar muito mais além do monte, vou ver a fonte de onde nasce o riacho, ver o parreiral em cacho e ouvir meu sabiá; enquanto a moça da cidade no meio de arranhas céu, ouve barulho e tropel, ver um pedaço de céu, e por aqui a minha paz é perene a coisa melhor que há  enquanto ela ouve o silvo sirene eu ouço meu sabiá.

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