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quinta-feira, 11 de setembro de 2014



O Canário e a Rosa.
J. Norninaldo.



Já não sei qual o mais belo, se é teu canto ou esta flor, que se abra a cada acorde da tua canção de amor, este amor que a natureza que oferece esta beleza, sem cobrança e sem sermão e que embeleza a terra recebe a ingratidão da dentadura da serra, que devasta, que destrói parece até que não dói cada árvore que cai e ninguém escuta um ai, mas tem alguém com certeza que criou a natureza, que da natureza é Pai. Os desertos se alastram na calvície do planeta e  o desrespeito a terra e a dentadura da serra cada vez mais afiada, da mata não deixa nada e o deserto vem vindo, quando estiver atingindo o terreiro do tirano, as miragens vão mostrando tudo que antes existia, quem fez o que não devia e agora é tarde demais, não adianta olhar para trás e ver o que antes não via por que a mata impedia e hoje não impede mais. Ainda há um canário que canta junto a uma rosa, há quem escreva uma prosa registrando este momento, guardando no pensamento uma cena que talvez no futuro não exista, num museu ou num documentário velho alguém assista e tenha pena de si pelo que fizeram  seres antecedentes, dos jardins de flores pungentes  hoje só restarão o deserto, e os rastros das serpentes.

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