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segunda-feira, 30 de março de 2015







Deus e o  Mundo  Eu e Você.
J. Norinaldo.


O mundo foi belo, mas eu não o conheci, nasci tarde demais, ouvi apenas lendas de quando o céu era livre para as nuvens e os pássaros, o sol as estrelas que antes brilhavam mais; o mar era habitado por sereias e seres gigantes histórias criadas por mentes brilhantes. Quando existia e era respeitado, quando um filho via no pai um amor que podia ser tocado. O homem viva do suor do seu rosto e a família era seu maior tesouro; sempre existiu ouro, esmeralda e brilhantes, nada disto antes pelo lar se trocava e a quem se amava valia era um amor para sempre, mesmo que naquele tempo já se sabia, que para sempre não existia. Hoje as estrelas continuam brilhando, mas parecem bem mais distantes, o sol já não trás somente vida, as vezes a leva de forma dolorida, como se o homem fizesse buracos na jaula de  animais ferozes, seus raios antes benevolentes, hoje podem ser nossos tirânicos algozes. Pássaros que cruzam o espaço sem penas ou ninhos e jogam seus ovos em direção a terra ceifando vidas na guerra que o homem inventou. As linhas do horizonte não existem mais, hoje são marcadas por vinhetas de comerciais, mesmo não podendo velas vindas de satélites que se confundem com as estrelas. Escrevi este texto numa solitária madrugada, ouvindo uma música composta bem antes que eu tenha nascido eu cheguei bem depois, como vira o mundo o artista que a compôs? Um pergunta que não que calar, como será o mundo, muito mais para frente, ainda haverá gente, e se houver como viverão, a música que ouço parece também perguntar em sua harmoniosa e bela trilha, o que será da família, da arte e do amor? E você já Pensou em que mundo deixar para os seus? Ainda acredita em Deus e não paga por isto Acredita no Cristo que Ele aqui mandou e nos deus tanto exemplo, tanto amor, inclusive surrando e expulsando do Templo quem lá se fez de mercador? Já pensou daqui para onde vai, se começa a acreditar num Pai, já com o passaporte  já carimbado, e que não levará nada, beleza, riqueza mobília, por que nada é seu, e que a sagrada família poderá ser peça de algum museu? O mundo foi belo e ainda o é, eu é que perdi a fé o pouco que ainda restou, ao ver anunciado na TV  como qualquer produto o Nome do Senhor e ninguém que expulse deste sujo mercado o seu mercador. Para ser bem sincero já não sei se existo, para ver um anuncio de um perfume a venda com  cheiro do Cristo, mas... Penso, logo existo.
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Incertezas.
J. Norinaldo.



Eu tenho certeza que cheguei aonde estou, por onde vim o que vi o que plantei o que colhi. Vejo-te hoje em um quarto do caminho, sabes onde estás, por onde vens; e diz-me se souberes: qual a certeza que tens?
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sexta-feira, 27 de março de 2015






Palavras, simples Palavras.
J.  Norinaldo.



Uma nuvem de esperança, mesmo tênue e distante surgiu no meu horizonte e houve  brilho em meu olhar, mas o vento de repente levou tudo pela frente e o vazio novamente assumiu o seu lugar. O que será o vazio que por nada é preenchido, como um rio sem águas ou  deserto de mágoas, mas que faz parte da vida, como se a felicidade brincasse de esconde, esconde num labirinto sem saída?  Apesar de o céu ser grande com nuvem suficiente, ainda existe muita gente que não encontrou a sua, quem nunca enxergou a lua, o sol ou a natureza, mas que talvez ame a beleza mesmo assim sem conhecê-la, não precisando vê-la assim como não vê o vento, mas pode sentir seu frescor, ninguém enxerga o amor, mesmo assim pode senti-lo, jamais poderá toca-lo, mas pode bem destruí-lo? Para uns a esperança é forte como um penedo, para outros uma tênue nuvem distante que o vento leva não como a onda bravia, que mesmo tenra e macia se atira contra o rochedo. Será que o amor é grande , assim como grande é o mar, e que todo ser vivente tem de direito a amar? Alguém terá mais de um amor, assim como muitos tem mais pão, tem castelo tem brasão, ou será que o amor foi alguma invenção, de um alquimista frustrado que batizou de felicidade, aquilo que não conseguiu, Sem ter coragem e nem brio de  confessar seu  fracasso, pois na verdade não descobriu a fonte da eternidade. Será que o amor existe ou é pura ficção, para ciência inexiste, pois não tem peso ou medida; palavras, pura palavras criadas depois da vida: amor e felicidade, beleza, fé esperança, riqueza, mar e rochedo, coragem, denodo, medo; em fim o azar e sorte; única certeza, a morte, mesmo ao mais otimista; apesar do esforço alquimista “vida tem 5 Letras, porém” a outra tem 6”   para mostrar que é...  Mais forte. Palavras, simples palavras como a nuvem que passa, nada mais do que fumaça..

quinta-feira, 26 de março de 2015




A Ponte e o amor.
J. Norinaldo.



A ponte ruiu nos separou, só nos une o pensamento e o coração, o barquinho que fazia a travessia era de papel e fantasia, veio um vento forte e afundou. A falta dos teus olhos me perturba e a incerteza do que sentes sem os meus, faz meu coração bater mais forte, viver como um barco sem um norte, pedindo uma nova ponte a Deus. Ah! Quando muros demoliria se pudesse, e construiria uma ponte bem mais forte, viver esta separação destrói aos poucos meu coração, me faz perder o tino e a calma, vai demolindo a minha alma, como a ponte foi demolida, perdi o sentido da razão; não há  que me acalante. Vejo a outra margem tão distante, assim  como a linha do horizonte procuro, procuro e não te vejo, cada vez mais aumenta o meu desejo de me tornar navegador; mas tanto tempo já passou, e quantas voltas esse mundo já deu, quiçá outro alguém ai surgiu, e você já me esqueceu. Dizem que nada é por acaso esse  foi justamente esse  o caso que nos aconteceu, ponte foi o vaso que quebrou e o nosso amor foi a rosa que morreu. Poucos são os amores infinitos, quem sabe não foi o caso do nosso amor, que em vez de amor era apenas poesia, assim como o barquinho de papel, que o vento afundou, por ser apenas fantasia.




AMOR, SERÁ?
J. Norinaldo.



A minha incompreensão está e lavando a loucura, a tortura, a presença do abismo, ao caminho atapetado flores do inferno,  anão ver mais a beleza que existe; tudo é triste, tudo feio e solidão. O que não consigo entender é porque tenho que querer justamente  a quem não devo, e se me atrevo a revelar essa paixão a conselho do altruísmo, vou direto para o abismo, abismo que se chama “não”. E sufocá-la é inumano suportar por mais duro que seja meu coração, a vida sem cerimônias faz da minha alma  um vulcão que entra em erupção nas minhas noites de insônias. E esta flauta tão doce que não sai dos meus ouvidos, que não permite aos meus sentidos acharem uma solução. Como entender essa loucura, como refletir sob tortura, onde achar calma, se nem mesmo a minha alma consegue me orientar. Mas o pior para os  loucos, é que a loucura vem aos poucos, não chega como uma enchente, e leva tudo pela frente deixando só a loucura; ah! Essa minha incompreensão, a loucura às vezes até entendo, o sofrimento, a dor; o vulcão, o abismo, o caminho atapetado de flor; a única coisa que jamais vou conseguir entender seja quando for, como alguém pode sofrer tanto, e isto se chamar...AMOR!


A Vida é Escola e  Mestre.
J. Norinaldo.



Não adianta te pedir que você teima em brincar comigo, quem sabe o teu castigo não será o mesmo em fim; chorar, se arrastar ser humilhada, ser desdenhada, pisoteada, ouvir risada o mesmo que faz de mim. Não quero isto, não me traria teu amor, seria mais uma dor somada a que já existe seria somente mais alguém triste sem ninguém para consolar. Sabe! É triste te ver chorar, ver os teus olhos implorar por um gesto de carinho; enquanto eu choro em outro lugar com tanto amor e  carinho sonhando em poder te dar somos dois em um sozinho. Ódio de ti sei que não sinto, senão na verdade minto quando digo que te amo; quando te chamo no meu delírio mais louco, e vejo outro fazendo pouco dando risadas abertas do amor que tu lhe ofertas. Fica bem difícil  entender, por que eu te quero tanto e alguém há de não te querer? Mas eu entendo, já aconteceu comigo, saber que alguém me amava de verdade, mesmo sabendo, mas só podia ser seu amigo, lhe dedicar a mais pura amizade; é bem melhor chorar por ser desprezado do que viver enganado por alguém que não te ama, seria como se viver a vida a esmo perdido num labirinto procurando a si mesmo com um archote apagado. A vida é a escola e o mestre, o quadro negro e o giz, a palmatória e a mão, quem não fizer  a lição; tenha a certeza que não; vai ser nem aprovado e nem feliz.

segunda-feira, 23 de março de 2015






Minha Madrugadas.
J.Norinaldo.


Este é mais um texto, o sexto que escrevo ouvindo dolannes Melody e pensando em que? Às 3 horas da madrugada, a flauta de Pan só falta você. Logo os pássaros começarão a cantar, na minha parreira mora um Sabiá, que mesmo sem flauta e sem partitura dá um show de candura cantando no raiar da manhã. E vem às lembranças, as lágrimas, ainda bem que sozinho ouvido baixinho o meu próprio pranto a rolar, tão triste e sem ritmo em nada lembra a melodia ou o Sabiá. São 3 hora e dez minutos da manhã, a música cessa de repente e o que quebra o silêncio são as batidas do meu coração, como um sino que clama por alguém que venha me tirar dessa horrível solidão. Nada! A música retorna e com ela as lembranças, algumas amargas tão poucas doces que se misturadas se tornariam fel, a flauta começa como se no alto de uma montanha tentasse acordar o Condor, para no seu primeiro majestoso voo da manhã, enfeitando o céu ao som da flauta de Pan, tivesse o poder de trazer ao meu peito alguma alegria, um verso menos triste a minha poesia. Nada! Não entendo por que continuo a escrever, para que? Se para quem eu dedico não vê e se ver não sabe o que diz como saber que alguém às 3 horas da manhã, está aqui, ouvindo a Flauta de Pan, escrevendo um poema para si, tão infeliz? Longe ouço o canto de um  galo, a hora passou nem senti, escrevi e escrevi, sem saber sequer se nisto há algum sentido, o galo canta novamente, uma duas três vezes; e agora é hora da flauta me apartar para escutar meu Sabiá que mora na minha parreira. Sinto algo me escorrer no peito, não tem jeito, toda madrugada é assim, algo escorrendo ainda quente e depois um frio mortal, minhas lágrimas que em fim  escancaram  a represa da alma  e vertem como uma cascata. Ah! Essa saudade furiosa com a força de um potro ainda me mata, enquanto você dorme docemente, quiçá sabe sonhado com outro. Não! Esta dor não vai me vencer, mesmo que jamais diga para quem escrevo, porque simplesmente não me atrevo, meu coração saberá  sempre que será para você. É você! Por que ficou tão espantada?  Então não valeu tanto pranto, tanta madrugada, para nada? Para nada...Abro a janela e olho a rua e me sinto como um velho lobo, tão velho que uiva para o belo sol que nasce, pensando ser o nascer da lua.

sábado, 21 de março de 2015




A Linguagem do Olhar.
J. Norinaldo.



Se você ouvisse os meus olhos, com certeza saberia o que realmente sinto, Meu olhar é tão sincero, que mesmo quando enganar quero, tento, porém não minto. Por isto olho nos olhos para que alguém aprenda, que não somente entenda a  minha voz  que nem sempre é verdadeira, o olhar é independente, não necessita da mente fala de outra maneira. Que pena às vezes em que te olho, você desvia o olhar, parece medo de decifrar aquilo que o  olhar diz, eu talvez seja infeliz, mas minto ao dizer que não, quando o que realmente sinto é muita dor no coração. Certa vez, eu era um menino descalço e de roupa esfarrapada, uma menina bonita fez amizade comigo, eu era seu grade amigo; até o dia em que lhe perguntei se queria ser minha namorada; até hoje, depois de tanto tempo passado, vez por outra ouço o som dessa terrível  risada. Nunca mais me declarei a ninguém, quando um dia alguém disse que me amava não sorri, mas não acreditei também. Eu sei, muitos são por ti apaixonados, sofredores desgraçados que a vida não deu escolha ou outra opção, sente por ti um amor mais forte que um rochedo, mas o medo de um não, o transforma bem mais frágil que uma bolha de sabão.Sei não podes amar a todos isto seria impossível,  e também tens que ter amigos, viver sem é impossível Quem não ouve meu olhar está mouco da visão, prefiro ter um milhão de desdém para comigo; vou terminar odiando essa palavra amigo, amor felicidade, se isto existe de verdade, entender eu não consigo. Por que eu amo Maria, Maria que ama André, que por sua vez ama Tereza Cristina, que   ama outra exatamente a   que me quer? Não seria bem mais simples amar quem a gente escolhe e por ela ser amado, por é tão complicado, por que tanta dor e tanto sofrimento a esmo, se no final descobrimos que só amamos a nós mesmo e o resto é fingimento? Quando estou apaixonado, o que quero é mostrar ao mundo o meu poder de conquista; será verdade que a mulher não  se enfeita para o homem e sim para ser pelas outras mulheres vista?  Procura olhar nos meus olhos, eles não sabem escrever ou falar, mas os sinais que ostentam, há quanto tempo eles tentam dizer que querem te amar. Amar-te sinceramente, não esquece do que disse anteriormente, o olhar... Mesmo que queira não mente.



Minhas queiras, minhas Dores minha Cura.
J. Norinaldo.



Se as minhas noites perdidas jamais serão recuperadas, para que iria querer mais noites  para mais sofrimentos como em noites passadas? Se meus dias sombrios mesmo com o sol a pino, se a tristeza trilhou com capricho meu triste destino, e não me deixa ver a beleza das flores, por que tantas dores tem lugar cativo dentro do meu peito? Meu caminho é escuro e cheio de fantasmas coberto de miasmas, e pelos aceiros fétidos pântanos como o limbo terreno; se o meu mundo é pequeno, meu pensar sórdido e mesquinho, se vivo sozinho sem saber sorrir. O que queria mesmo era não haver noite nem dia, nem sol nem lua ou estrelas, ou um futuro o porvir, na verdade queria mesmo era não queria estar aqui. Mas estou, e vejo tanta gente feliz, tanta gente sorrindo, buscando caminhos diferentes do meu; plantando uma árvore cuja sombra ou fruto virá muito tempo depois, quiçá quando nem mais existir. Estarei somente eu nessa estrada tão triste a caminho de que? Somente eu terei insônias constantes, e quando consigo dormir pesadelos terríveis e horripilantes? Por quê? Esta pergunta venho-me fazendo desde que aprendi perguntar, só que sempre perguntei a mim mesmo, nunca para pensar, para olhar para trás e ver se alguém me seguia também procurando se encontrar; Nunca aproveitei a sombra da árvore que alguém plantou, para conversar com o Criador e com certeza ele me diria: ninguém nasce um sofredor, porém existem escolhas; e você escolheu ser um perdedor. Na verdade, é isto que sou. Hoje caso não durma não lutarei conta à insônia a aproveitarei para refletir sem vergonha ou cerimônia na minha covardia, e ao amanhecer ouvindo o canto dos passarinhos, com os raios do sol batendo em minha janela, sinta que a vida é na verdade a mais bela dádiva que  Criador me deu como a Poesia mais Bela que ele Mesmo escreveu... Não só para mim, mas também para mim.




Onde Está a Felicidade?
J. Norinaldo.


Se a felicidade realmente existe em que estará, naqueles que tem pela frente um futuro que nunca chegará, por mais que com ele se sonhe, quando se pensa que chegou, de repente, não é futuro é presente. Naqueles que deixarão um dia para trás a inocência para viver uma existência cheia de dúvidas e incertezas, para os quais hoje as belezas são tão normais. Para aqueles que um dia crescerão e se lembrarão com certa doçura deste momento e que sabe voltem a este lugar a visitar este pequeno monumento e pensem ou não que queriam ter este poder, de não crescer, de não conhecer da vida a verdade, de não saber o que é felicidade, de não sentir o cobre com o tempo escurecer, não saber o que é a esperança, em fim ser uma eterna criança, que tantas crianças irão conhecer admirar na inocência e com o tempo esquecer. O tempo se tivermos tempo para analisar, no lugar destas crianças o que estaria a pensar; e se tempo, muito tempo depois ali voltassem, e vissem que nelas apenas o bronze escureceu simplesmente, mas que um com produto apropriado, um molambo se tornarão novos novamente. Que pensariam; será que lembrariam o que pensaram quando pareciam com elas conversar, perguntar o que fazer, para ser eternamente crianças, sem conhecer da vida a verdade, maldade felicidade, e somente com o tempo escurecer; mas que um dia alguém que ali este quando criança os guarde bem na lembrança, e quem sabe já velhinhos, já sem nada para fazer, sem ter com quem conversar, pegue um produto adequado, e um molambo mesmo comas mãos trêmulas, venhas fazê-las novamente brilhar; Então? Sabe me responder onde a felicidade está?

sexta-feira, 20 de março de 2015





Meninas e Espelhos.
J. Norinaldo.

O que aqui narro não é fantasia, conto ou poesia é realidade, de um mundo que parece ser só crueldade, mas que na verdade é uma maravilha, cada um tem o seu pincel e uma aquarela, com bastante tinta um cavalete e um banco e na vida uma grande tela em branco;  algum talento, nem  todos no entanto  serão virtuosos, os mais caprichosos e que além da pintura saibam seus valores, e não se  deixem levar por falsos elogios e que sigam como rios sabendo onde chegar.

 Depois de ser mar ai se torna grande, mas grande é o mar assim como o deserto, onde um grão de areia na imensidão, somente aos milhões poderá ser visto e reconhecido, como parte de algo belo e fenomenal. O Mar é imenso e com certeza a maior paisagem que existe na terra, fotografado por inteiro somente de fora dela, mas se analisarmos apenas uma gota de orvalho, pintada com talento vira uma linda e rara tela. Assim são meninas que não tem espelhos, que se tornam posse de quem pode tê-las, às vezes felizes enquanto são belas, outras como as telas de quem não tem talento e já jogou fora a sua aquarela, como mariposas lutam contra o tempo.

 Algumas encontram guarida na noite, em casas de luxo como joias raras, enquanto são caras e agradam ao patrão terminam nas ruas em plena sarjeta, e um enterro de caridade no final da vida, que não foi vivida foi só ilusão. Meninas da noite que ornam as esquinas, que desaparecem sem rastros deixar, muitas nem tem nomes de tantos nomes de guerra que já tiveram, que o verdadeiro nem  conseguem  lembrar. E assim como grãos de areia do deserto, desertam da vida ainda muito cedo, por falta de um espelho e de algum conselho, ou por puro medo da solidão que só  vão se dar conta já tarde demais.

 Frustram a si mesmas quando de repente lembram-se da família que se orgulhava tanto, de tanta beleza que não existe mais, muitas vão vivas para a sepultura, maldizendo a vida, que continua bela, para quem soube usar o pincel e a sua aquarela, e viu num espelho o que era ela. A vida é uma estrada cheia de atalhos, cheia de escolhas e de decisões assim como caros são diamantes, mas são encontrados entre simples cascalhos, muitas vezes o que um espelho avisa, olha bem aqui o que te revelo, não como fez  Narciso ao  ver-se no lago algumas se  valorizam e se prezam, outras  são apenas os olhos que servem de espelho para que lago veja o quanto é belo.



Espelho, espelho meu, existe alguém mais idiota que eu, que até evito contigo um confronto, pois sei que de belo nada tenho eu, mas com algo alguns brilhos que separei do cascalho, posso ter nos braços, corpos perfeitos rostos angelicais, com olhos azuis e lábios vermelhos, que encantaram espelhos, mas não encantam mais. São seres comuns de pouco valor, quem vendem o amor que pensam ser eterno, aos poucos descobrem que o luxo e o glamour, nada mais são que o caminho para o  inferno. Antes de empreenderes a viagem da vida, te olha no espelho e te faz um favor, o espelho não mente e nem tem ciúme, te mostra o que vê sem nenhum perfume, cabe a ti colher as rosas do caminho e te perfumar, e cuidar com carinho da beleza que o Pai te deu para desfrutar.

 Não precisa tanto ser como fez Narciso que se apaixonou pela sua imagem, é outra bobagem a soberba e a ilusão da eternidade, na verdade a felicidade está  mesmo de verdade, onde não houver orgulho e vaidade, se és escravo da beleza, jamais saberás o que é liberdade. Portanto é preciso ter sabedoria, usar o espelho sem ser seu escravo, ou sua beleza não vale um centavo. Não! Não é para ti que estou falando ou me referindo a um alguém qualquer, isto vale tanto pra você como para qualquer homem ou qualquer mulher. 

O espelho é útil,  mas também destrói, quando se odeia o ele  reflete e sem refletir ao Criador se remete, blasfêmia e insultos que nunca mereceu. Enquanto outros que se deliciam com aquilo que veem, e que muitos creem pra sempre será, desdenham da vida e só pensam em ser belas, até que o cinzel do tempo risca o rosto delas, uma estranha escrita como fundas valas e não lhes dará chance nem tempo sequer... Para decifra-las.

quinta-feira, 19 de março de 2015





Antes Nunca do que Tarde.
J. Norinaldo



Ontem  eu perdi o sono, não poder de sonhar, aquele sonho de sempre de poder contigo estar, mesmo que sonhes com outros, entendo não vou chorar, só vou ficar muito triste se a possibilidade existe de um dia proibires de poder contigo  sonhar. Dormindo ou acordado meu sonho é decorado sempre por tua beleza e uma triste certeza desde o primeiro que tive, nem só de sonho se vive é preciso muito mais, por mais ardente que seja a alma sempre deseja o que em sonho é impossível, é incapaz. Mesmo sonhando desperto existe sempre um deserto que nos separa do mar, sinto longe a maresia, como uma poesia que o vento vem declamar. O calor desse deserto meu ser inteiro consome, no peito a dor represada por não poder gritar teu nome, na solidão do meu quarto, comigo mesmo reparto o furor dessa paixão. Já te disse tanta coisa então  não sei porque reclamo, a minha vontade é tanta, mas a represa da garganta, não deixa passar: “Eu te Amo”. Sinto a dor no coração como um punhal que me fira, é bom que a minha alma prefira punhadas de verdades que um amor de mentira.  O que sinto na verdade é amor não é paixão, represo a dor com razão quando o teu nome chamo, prefiro mil vezes o desprezo a ouvi de ti “Eu te Amo” apenas por compaixão.  Talvez eu seja um covarde, e a minha alma louca,  Antes Nunca do que Tarde, nunca vou querer ouvi, da tua boca  como resposta... Um não.





Mente de Poeta.
J. Norinaldo.



Encontrei uma escada carcomida pelo tempo, tão curtida pelo vento já tomada pelo mato, àqueles que por ela subiram Deste plano já sumiram restando apenas saudade. O que terá lá em cima além de musgo e tapera pergunto o que antes era e quem por ali viveu, se amou se foi feliz, ou infeliz e sofreu, só a escada restou e não fui eu quem a fiz. Nunca fiz uma estrada sempre andei na que outro fez; já subi muitas escadas, carcomidas, atapetadas, floridas abandonadas, esta será a da vez, vou ver o que há lá em cima e te falarei depois desta verdadeira obra prima, cada degrau é uma rima que a natureza compôs. De lá vejo bem mais longe a linha do horizonte, vejo a corcunda do monte um camelo solitário, antes não via decerto, o camelo sem deserto neste tão lindo cenário. Quem subiu e quem desceu por esta escada hoje tão triste, será que ainda existe alguém que esta escada quando nova conheceu, a mente mais inquieta é por certo a do poeta porque tudo quer saber; sente saudade até de quem não conheceu, por exemplo agora chora, por alguém por alguém que aqui viveu.





Nostalgia do Forte.
J. Norinaldo.


Quando a nostalgia me embaçar os dias e as minhas poesias já não possa ver, que tenha por perto alguém que me ame e que para mim declame minha razão de ser. Jamais farei parte de um esquadrão de zumbis, trêmulos encurvados segurando  cajados pensando em fuzis, apenas rascunhos de antigamente, dos brados raivosos de barriga pra dentro e peito pra frente. Enquanto a pena parar entre os dedos, espanto os meus medos sem gritos de guerra como antes fazia, e em vez de gatilho, minas e rastilho, usarei a mão a escrever poesia. Não esqueço os hinos ou ensinamentos, com a visão embaçada que escureça o dia, de ódio e de medo tenho a alma vazia, no peito encurvado um tinteiro cheio, de tinta vermelha para escrever poesia. Enquanto o silencio for meu conselheiro e não um canto triste que me fará dormir; sonharei com um mundo florido de paz, sendo bem servido em vez de servir, esquecendo os brados que tive que ouvir. Meu poema é manso, mas não fala só de amor, de rosas e cravos e de beija flor, onde há poesia sempre haverá dor numa doce mistura de fantasia ardor e candura. Quando a nostalgia me marejar os olhos, lembrarei  do mar com muita ternura, como a lembrança de uma lida tela, saudades até do medo no meio  na procela, quando meu navio na imensidão parecia nada, Meu maior desejo é atirar-te beijos e buquês de rosas ao invés de granadas. Penso em doces flautas em vez de fuzis; jamais serei parte de um esquadrão de Zumbis.Nostalgia do Forte.

terça-feira, 17 de março de 2015



Porteira Velha, O amor não tem Idade.
J. Norinaldo.



Vinha caminhando por uma estrada tristemente, de repete de deparo com uma velha porteira, muito vela, tendo seus gonzos pela ferrugem destruídos, a madeira carcomida, como se a própria vida escolhesse outro caminho. Estava aberta, já coberta pelo mato se o próprio mau trato ali fizesse morada. Parei, pensei e não interrompi uma lágrima atrevida, Talvez a porteira aberta  estivesse a espera de alguém como eu desesperado que no buscasse no esquecido, o que não havia subseguido   na nova estrada da vida. O sofrimento é como uma porteira velha, cujo caminho o mato já tomou conta, o que não conta é o seu passado hoje presente, como alguém que pressente seu  mundo desmoronado. Tomei uma louca decisão, segui aquilo que um dia foi um caminho, sem saber se fazia a coisa certa, passei pela velha porteira aberta e segui sem olhar pra trás; quando ouvi o cantar de um passarinho; triste e sozinho parecendo chamar alguém, não pensei, como um louco comecei cantar também; de repente uma estranha felicidade, pareceu invadir todo meu ser, corri cantando até um bosque distante, lá encontrei uma fonte de uma água fresca e cristalina, e junto dela um pequeno lago aonde então pude ver toda a verdade, e como uma chuva minhas lágrimas caiam de tanto desgosto, por nunca ter visto em meu rosto tamanha felicidade. Procurei tanto  por estradas coloridas, em primaveras floridas perfumadas e nunca achei; nunca imaginei que naquela simplicidade, numa porteira velha esquecida, no cantar de um passarinho, numa fonte e num lago, tendo a brisa como afago estava a felicidade. Voltei só pensando no amor e vi quanto valor, tinha aquela pessoa, que pelas marcas do tempo, eu havia abandonado. Quando cheguei ela estava triste na janela, eu nunca a vira tão bela corria e abracei, parecendo um jovem puro desejo, lhe dei o mais longo beijo, com se fosse uma prova, de que jamais, a abandonaria novamente e todo meu passado ora presente era uma porteira nova.


Sou meu Próprio Látego.
J. Norinaldo.



Eu preciso de alguém que me faça sofrer, que preencha por completo meus vazios, mas que encontre sempre uma porta aberta, para deixar  novamente a minha  alma deserta com meus fantasmas, meus medos e arrepios. Eu preciso de alguém que esconda em suas curvas meus temores, que abrigue os meus lobos em seus covis, que me aqueça nas noites dos meus frios; de alguém que me complete eu preciso, que seja meu céu, meu inferno e paraíso, e que me torne sempre indeciso mesmo estando sempre junto como eu preciso, e mesmo assim. E assim tem sido desde que me conheci me conheci por mim. Eu preciso de alguém que me ampare, não me  compare com ninguém que conheceu, que não pense em ninguém que não sou eu e que não exija jamais isto de mim. Eu careço de alguém para mostrar que o belo sou capaz de conquistar, mesmo sem a certeza da conquista a provar, como um avião necessita de uma pista para pousar como a vida do sol para crescer, como a estrela precisa de luz para brilhar, eu sempre irei necessitar de alguém para me fazer sofrer. Saber o que é isto eu não sei, nunca parei para pensar, que quiçá não aconteça somente comigo, quem sabe acontecerá  contigo apenas sem você notar. No momento a tristeza me acena, mas ainda não sei o que fazer, tem alguém mais não sei se vale a pena, elegê-la para me fazer sofrer.

domingo, 15 de março de 2015



Em Buscado do  saber para Repartir.
J. Norinaldo.


Respaldo-me na encosta do monte, aproveito sua sombra a descansar, antes de partir numa aventura, de conhecer novas terras, nova gente nova cultura; ao deixar o conforto da sombra do monte,  de horizonte em horizonte para quem sabe um dia retornar, trazendo na bagagem o que aprendi, na mente o  que vivencie e vi e a quem queira ensinar. Sei que a vigem será longa e penosa, nem sempre a vista maravilhosa; senão nada teria a aprender; verei pelo caminho o que é belo, mas não em cada curva um castelo e nem em cada campo um jardim. Não ouvirei apenas brados de alegria e de emoções, ouvirei gritos de guerra  estrondoso troar de canhões; na vida nem tudo é fantasia. Ouvirei gemidos de dor  e de prazer, pisarei sobre mortos com tristeza, entre dores e amores uma certeza, uma certeza me dá, que não tenho   a certeza de voltar. Se tudo der certo como sonho, num velho caderno tudo ponho, para na volta a quem queira ensinar. E quando este dia chegar, e me encontre do outro lado do mesmo  monte, onde o sol batia antes, deixando a sombra para eu descansar. Terei que atravessar o monte, para poder alcançar a minha meta, ou a volta não estará completa, depois de tanto caminhar. Será muito triste perceber, que trago na bagagem tudo que vi e aprendi nessa viagem, inclusive pelos mares e por mais que eu me esforce e lute, nenhum ser humano me escute, e eu a sombra do monte permaneça e  comigo tudo pereça girando como um caracol, uma hora na sombra outra no sol.

sábado, 14 de março de 2015



O Bobo da corte.
J. Norinaldo

È lamentável ver gente que ontem só tinha o que comer acredite. Hoje assalariado, mora num apartamento alugado, tem um carro financiado e se considera elite. Faz de tudo para aparecer nos salões de gente que tem brasões, dinheiro é bem nascido, ficam num canto esquecido, assim abanando a esmo, cumprimentando a si mesmo, por ser desfavorecido. Eu prefiro a singeleza a minha vida de pobre, minha riqueza é a alegria e a minha conformidade, se isto é felicidade pois muito feliz eu fico, sem me humilhar a rico, querendo ser quem não sou, se é amigo eu jamais o chamarei de senhor, só para ter o prazer de frequentar seu salão e depois lustrar seu brasão com a vergonha que sobrou. Usando um fraque alugado, não feito sob medida, como se o piso da vida ficasse sobrando arestas, e existisse limite, pobre não fizesses festas fosse somente a elite; sem fraque e sem mordomia, mas que existe alegria, amor e fraternidade, e quem disse que a felicidade foi rica ou pobre algum dia? Em casamento de ricos pobres na hora da valsa, chacoalhando joia falsa parece escrito na testa, que servirão de chacota, no papo depois da festa. Quem nasceu peão, jamais chegará a rei, por isto mesmo é que sei que se há felicidade, terei sempre a humildade de ser aquilo que sou, de quem só mostra o que tem bancar elite não vou ser bobo da corte, deste ou daquele senhor.


quarta-feira, 11 de março de 2015




Qual será a Cor do amor.
J. Norinaldo.



Qual seria o recado da natureza onde a beleza do negro é mais cara, uma rosa ou uma pérola negra, geralmente ornam as cenas mais raras. Nunca vi uma rosa negra, uma pérola vi numa vitrine tão linda como uma bailarina, sobre o gela dançando uma valsa, tamanho não foi meu desgosto estampado ficou no meu rosto quando alguém me disse que era falsa. O Negro assusta de fato quando o navegante no cesto de gávea aponta a frente da Nau, os sinais de um vendaval, pela nuvem negra no céu; o véu que destoa do azul faz sumir o cruzeiro do sul e as estrelas faróis cintilantes, e toda beleza de antes, assustada por ventos uivantes que destroçam nos mastros a vela, trazendo ao navegante o terror, diante do furor da procela. Depois a bonança lhe acalma e lhe tira o medo da alma, pois a nuvem negra passou. Qual seria o valor do segredo, do negrume da pérola e da flor, será que tanta rara beleza, não seria um recado da natureza, que negro também é o Amor? Um sentimento tão raro, como o mais caro diamante confundido com a falsidade, como ódio paixão e verdade, e também se falsifica uma flor; como se classifica o que é caro, como o sentimento mais raro, que na vida é o amor.

segunda-feira, 9 de março de 2015





A Imagem e a moldura.
J. Norinaldo


Qualquer moldura tornar-se- ia tosca, qualquer pintor por virtuoso que fosse por mais fino que fosse o seu pincel, sua mão tremeria ao tocar a aquarela, para pintar-te tão bela como realmente és.  Na verdade és como um poema sem rima uma obra prima que a primazia escolheu; e eu o que fiz, para merecer ser tal feliz para ser um amigo teu. Não há moldura que emoldure o teu retrato, feito de fato pela mão do Criador; quem sabe se moldassem o arco íris com ternura e dele fizessem à moldura a altura que tua imagem merece. Ah! Se eu fosse um poeta de verdade, mas na verdade sou mais tosco que a moldura, te juro faria uma poesia, igual a uma pintura sem aquarela ou pincéis, e acredite,  Afrodite não chegaria aos teus pés

domingo, 8 de março de 2015




O exterminador do Passado.
J. Norinaldo.



Quando não mais existir Pendrive, Notebook, Iphone,  Ipode, quando o computador for uma lente de contato e o teclado seja o próprio pensamento, o homem continuará atento, tentando descobrir outra invenção, que supere a própria e afaste ainda mais ainda  a humanidade; algo que extinga a saudade, e outros sentimentos  tão fortes antes como  , por exemplo o amor entre seres semelhantes, um abraço de afeto, trocados  por seres que eu mesmo faço, e em segundos os deleto. Quando cada ser humano ungir seu próprio deus, não havendo mais razões para os ateus, pois também terminará a fé; o dueto bem e mal não existirão mais, por que inferno e céu serão virtuais e cada fará o seu como quiser. Os sonhos passarão a serem baixados, só os pesadelos deletados, desperto é só piscar e assistir. Imagine com um programa qualquer, que você só precisa pensar e não pedir, fazer a mulher ou homem  que quiser. Terá um lugar em sua mente, para arquivar tão somente aquilo que lhe convier. Claro não estarei mais aqui, e nem ninguém de mim sentirá saudade, pois isto será coisa de museu, museu que também é virtual; por isto é que vou amar enquanto posso, vou abraçar e beijar quem me quiser; não quero estar aqui quando o homem assumir o lugar de Deus, criando a seu gosto seu homem ou sua mulher.



Imagine.
J. Norinaldo.


Eu roubei a tua imagem para fazer um poema, cujo tema me veio à mente num momento de ternura, ao deslumbrar a candura de uma cena de amor, esplendor que só o olhar do poeta sensível  goza, um pequeno beija flor, num belo bailado galanteando um rosa. Não vou expor tua imagem, porque não é minha é tua toda esta beleza nua como a lua em seu fulgor, egoísta não serei, porque sei o que  se pode imaginar; não tenho necessidade de atestar felicidade somente em te sonhar. Seria até maldade coibir a liberdade de qualquer um te imaginar. Imaginem uma deusa  com o corpo mais perfeito, não posso explicar direito pois não conheço a perfeição, com as curvas mais sinuosas, duas pedras preciosas a cor ficando a seu gosto, a lhe enfeitar o rosto são os olhos a te encantar, num rosto angelical que explicita o amor, ornando o corpo mais belo que um ser humano sonhou. Quem será essa mulher e a quem pertencerá sua beleza e amor, não falo aqui de senhor como aquele que emprega, mas falo sim de entrega, entrega totalmente sem pudor. Fácil reconhecer sem mudar o meu desenho, seguindo meu desempenho que tanta beleza clama, pense em quem você ama; e acabou-se o problema, você entendeu meu poema  e Ela (E)  entenderá você.

sábado, 7 de março de 2015



Não me queiras Por Favor.
J. Norinaldo


Eu não sei se ainda não sabes por que ainda na cabes no meu peito de verdade, ocupado por saudade por  dor e por sofrimento, um veneno que alimento quiçá até por maldade. Não há vaga para amor onde só existe dor, como um jardim sem flor um mar de infelicidade. Não me queiras, por favor, te juro não vale a pena, uma alma tão pequena que acumula tanta dor, é  como fingir alegria e misturar fantasia e poesia em um sonho de horror. Não me queiras, por favor, não careço dividir com ninguém a minha dor; porque pagar sem dever somente por me querer? Não me queira, por favor. Já me conformei com a vida ou que me resta dela, quando fechar a janela da alma que vê a vida, não mereço despedida  nenhuma lágrima de dor, não desperdicem as flores enfeitando o que não vale embora a vida não fale e nem precise falar, que quem por ela passou somente assim por passar, não amou não foi amado,  não merece ser poupado apesar do sofrimento, merece o esquecimento, por isto seja a vida como for, eu te imploro: não me queira por favor. Talvez eu odeie a vida, mas não atrevo a dizer, isto vai servir para que? Não diminui meu sofrer não me levará a nada, quem sabe no fim da estrada eu venha compreender, que passei por muitas flores, mas só pensando nas dores as esqueci de  colher, para voltar já é tarde e é triste só agora descobrir que fui covarde; por não te deixar me querer.


Quando é mesmo a Primavera?
J. Norinaldo.



Tinha algo a te dizer, mas agora não me lembro, sei que era sobre setembro, Quando é mesmo a primavera? Não! Nada a ver com o que queria, de que falávamos outro dia minha memória já era. Que triste às vezes assim de repente me volta todo passado, e me vejo atordoado com tanta recordação, meu coração parece um jovem  ginete num pura sangue garboso, me sinto tão orgulhoso ao velo pular  contente, e a seguir tudo some novamente. Parece um velho filme que nós guardamos na mente, e que num piscar de olhos está de novo a nossa frente na tela branca da vida; vejo-me sujo de lama a correr por uma estrada bela comprida,  em uma tarde de chuva com meus amigos de infância que há tanto tempo não vejo; não sei nenhuma notícia para aplacar meu desejo, minimizar minha ânsia.AH! Já me lembrei do que era, quando é mesmo a primavera? Como é que não me lembro, claro é no mês de setembro, mas onde é que está você? Meu deus! Será que estou louco se estava agora a pouco conversando com um amigo que me contava as lembranças, lá dos tempos de crianças correndo sujos de lama por um antigo caminho;  será que estou falando sozinho? Não isto não pode ser, para de te esconder que brincadeira sem graça. É assim que o tempo passa tão depressa e não se vê. Quanta gente tem parte da vida passada em branco, hoje velho, e o seu coração é como um cavalo manco que não suporta um ginete;  já nem bate mais direito, tudo que tem na memória caberia na cabeça de um alfinete. Ah! Agora me lembro eu não falava a esmo, falava comigo mesmo, mas a lembrança existiu, a chuva a Lama o caminho, e eu corria contente, já falei para tanta gente... e hoje  falo sozinho.

sexta-feira, 6 de março de 2015



Tela Cara, Cena Rara.
J. Norinaldo.


Cena rara hoje em dia, dois velhos tomando um vinho e falando de poesia; dois meninos que outrora que se encontram agora quando e de meninos nada tem, a não ser doces lembranças de muitos tempos atrás, das travessuras em crianças que hoje não existem mais. Criança hoje não brinca e quando brinca é de guerra, matando ou atropelando num mundo  tecnológico, como animal no zoológico troca o campo pela sala, por menor que seja esta, sua preferida jaula; substitui a fala por movimentos dos dedos e esconde seus segredos diferentes de outrora, quando  se usava um baú em algum esconderijo ou nalgum canto do sótão  dos adultos escondidos hoje são códigos e  cifras só por eles conhecidos. Imagine nesta tela  onde dois velhos confabulam vamos apenas imaginar, se não seria um inferno para um jovem moderno ser obrigado a escutar. Feliz dos velhos ta tela, pois nela podem ficar sem perigo nenhum de interferência, mas  nos remetem a um existência que a remoto um passado, que pode ter sido atrasado, vendo o que vemos agora, mas existe uma verdade, havia felicidade amor e muita amizade. Talvez seja romantismo, de poeta apaixonado, mas sinto muita falta do romantismo do citado, Da família, do namoro, do noivado do casório, talvez até da inocência, mas o relógio do tempo não aceita interferência; e cada um no teu tempo e a sua existência. Aqueles velhos da tela, que falam de poesia, hoje de certo teriam na conversa outros teores, como a bolsa de valores, ou alguma crise mundial; às vezes por um filho ou neto interrompidos, por algo no bolso a tocar e sem nem saber por que,  com um sinal de mão, atende o celular fala com alguém que há muito já não vê. Seria impressão, ou somente saudosismo, que no tempo desses velhos no lugar de depressão o que havia, era muito romantismo?


terça-feira, 3 de março de 2015





A soberba que hoje ostentas no olhar, amanhã valerá menos que uma semente de urtiga, assim será: "As duas enterradas, só a urtiga brotará.
J. Norinaldo,

segunda-feira, 2 de março de 2015



A Nuvem a Mulher e a Onda.
J. Norinaldo.


Veja o que parece uma nuvem branca que desceu do céu, para juntar-se a outra que na areia se arrasta fundidas formarão espumante onda e juntas ao céu depois voltarão. Como é belo poeticamente a natureza presente em tudo que há; a beleza da nuvem da mulher  e da onda espumante do mar. Tudo criação mais perfeita do mais Perfeito pai, a onda depois a onda evapora, formando outra nuvem de chuva agora que sobre a terra cai. A nuvem a onda a mulher e a chuva que rega o jardim da vida. A vida trazida no ventre da bela  mulher, como a flor regada pela chuva da nuvem, que também rega a uva  para o vinho da fé. Olhem bem como tudo combina como a natureza ensina a fazer poesia; basta um olhar acurado e o poeta inspirado a destilar fantasia. Funde a nuvem a mulher e a onda do mar, que vem a areia beijar e depois se vão, mais tarde pelo sol é chamada e volta a ser nuvem da chuva que cai. O poeta  é também alquimista e transforma o que a vista as vezes pode esconder; o olhar do poeta é profundo e ele ver o mundo como nem todo mundo ver.Para muitos  existem poetas mal vistos, poetas malditos, mas é tudo heresia; o olhar do poeta é profundo, por isto para ele o mundo é 

domingo, 1 de março de 2015



Meus molambos não dizem que sou Eu.
J.Norinaldo.


Não me envergonham os meus trajes de mendigo, se comigo tenho o orgulho no olhar; de jamais me curvar ante um tirano, ou a algum rico bajular; sonho como todo ser humano vestido de lordes ou puros trapos, ninguém veio ao mundo para ser pobre, nobre ou coberto de farrapos; todos nascem nus e só depois, mesmo num berço de ouro ou numa gruta, levarás muito tempo para descobrir que sois. O homem sempre fez seu traje, não é o traje que fará ninguém, quem já viu Jesus Cristo de gravata, em algum palácio com harém; na verdade dizem que era cinófilo, como Diógenes foi também; usava uma túnica e um cajado, e sandália como a um pobre convém. Orgulho-me dos meus trajes de mendigo, se não me curvo ante aquele que por soberba me desdenha, quiçá seja mais mendigo do que eu;  nem  saiba de onde essa soberba venha. Hoje eu vi um retrato amarelado, que o tempo com seu pincel amarelou, e outro tirado recentemente mostrando o que da soberba restou; uma carcaça cuja máscara enrugada, não lembra em nada a menina que a vida mimou;  mas esqueceu de lhe falar sobre o tempo, e do pincel  e a aquarela, quase sempre só com a tinta amarela, que a própria vida lhe outorgou. Não me envergonha meu poema,  cujo tema não carece inspiração, pois não penso que os molambos que me cobre, deixe a minha alma menos nobre e empobreça também meu coração. O homem foi  sempre fez o traje, que veste o traje que reveste a alma e o coração e o amor, se ultraja seu semelhante pelos trajes; não faz ideia que até por sobre lajes pode nascer uma bela flor.