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domingo, 5 de julho de 2015





O Meu Velho Amigo Imaginário.
J. Norinaldo



Eu hoje tive um sonho estranho e lindo, alguém me pedindo explicação, sobre se me lembro de onde me separei  do meu amiguinho imaginário, e por não me lembrar no próprio sonho eu chorei. Acordei e fazia muito frio, mesmo assim levantei-me e vim aqui escrever; será que meu amigo se foi ou será que também envelheceu, ou é amigo imaginário como um protetor lendário, de algum outro menino solitário, que foi o menino que fui eu? Ou sempre esteve comigo, sendo o meu melhor amigo de quem por vergonha o esqueceu. Escrevo sobre flores e marés, por do sol igarapés, divas e musas que sequer olham para mim; e se olham muitas vezes com desdém que por costume não me abala. A partir de hoje vou tentar escrever de quem não fala; se no meu verso vejo na praia numa noite de luar uma mulher, falarei do que ela ver não do que é; não é vingança ou discriminação, apenas  um encômio a gratidão e a beleza de cada cenário, tentar reencontrar meu amiguinho imaginário tentar compensar minha omissão.  Ninguém me pediu para ser minha musa ou minha diva, são apenas ossos da inspiração; nenhuma delas me deve nenhum favor, amizade, carinho, amor ou paixão; seria como salvar um crocodilo e dele exigir carinho e gratidão. Vou escrever de quem não fala, mas apenas vive por instinto, diferente de mim que às vezes minto para de alguém afastar a solidão, apenas como poeta e amigo; quantas vezes a solidão o abandonou  para seguir junto comigo. Poeta é diferente de palhaço, não se pinta e nem tem obrigação, de provocar gargalhas, mesmo com uma grande dor no coração; não! Não há misoginia, apenas, como alguém disse que não seria o poeta de um mundo caduco, eu não serei mais  o poeta maluco, que não sabe sequer,  onde ficou seu amiguinho imaginário mas vive bancando o otário, poetando para uma mulher qualquer; que quiçá peça para ser declamada enquanto noutra cama é amada em um momento de extasia  a outro odeia poesia mas é amado e querido, que a  resmunga ao seu ouvido , depois dos suspiros ouve a voz trêmula dizer assim , adoro o jeito desse cara escrever, e esta ele fez exclusivamente para mim. Talvez esteja na hora de buscar um velho e imaginário amigo, para comigo dividir inspiração; escrever sobre as belezas da vida, mas por que não falam não nos devem nenhuma gratidão

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