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sábado, 28 de fevereiro de 2015




Os sábios de Hoje.
J. Norinaldo.


Não me perguntes quantos anos tenho, mas sim o que fiz dos anos que tive, o passado é tão importante como o presente  que hoje se vive. Eu  não posso responder quantos anos ainda tenho e nem prevê o que farei se os tiver; não posso te contar histórias do futuro, nenhum fruto já nasce maduro nem um velho já nasce ancião nenhum fruto cai longe do pé. Nem todo ancião é um sábio, mas todo sábio é descrito como um ancião; valores de outras gerações; hoje os sábios às vezes meninos que criam programas que enganam nações. Os sábios antigos olhavam as estrelas, ao vê-las sabiam a importância de cada estação; hoje um menino cria um programa, uma brincadeira, que prende milhões cada um em sua cadeira, esquecendo que existe um mundo lá fora. Ninguém mais ouve os velhos atualmente, com a desculpa de que já não ouvem mais, não acredito que também fui assim, há muitos anos atrás; quantas vezes tentei, com certa malícia perversa, me aproximar da conversa das pessoas antigas, mas apenas o olhar dos meus pais, doíam mais que uma surra de urtigas. Agora relembro passado e o quanto queria crescer, para pode conversar, ouvir e ser escutado; cresci e tudo mudou, e isto só aumenta meus  medos, no mundo que não conversa com os dedos, fica num canto calado. Não veja tristeza em meus olhos, e se vê não estou triste por mim, mas sim pelas novas gerações; que serão uns meninos velhos, que ao invés de rirem com os lábios, como faziam os velhos sábios, digitam várias letras (K) ...Tão rara em nossos alfarrábios.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015




Loucura e Liberdade.
J. Norinaldo.


São quase três horas da tarde, mas que quero eu lá saber de hora, se que me interessa é liberdade; liberdade de não respeitar altura ou a brancura dos pombos ao meu redor, quero sentir o vendo como aquele que leva a onda a se chocar ao rochedo sem nenhum medo quero apenas ser feliz. São quase seis horas da manhã, e um sabiá de um canto lindo em meu pomar, parece até adoçar minha maçã. O Tic, Tac do relógio da Igreja, é bem mais fracos que o bater de assas dos pombos; um dia tudo isto será nada, restará o Tic Tac e o resto será escombros. Então por que não aproveitar a liberdade, esquecer a grade ou a corrente do tempo e os grilhões nunca mais, voar bem alto sem ter medo da altura se confundir com a alvura das pombas brancas da Paz. Se não há paz não haverá liberdade, felicidade não passará de utopia; por isto mesmo eu amo tanto a loucura, porque nenhuma loucura é ingrata, para ela tanto faz, a brancura da pomba da paz; como o negrume da Bandeira de um pirata. São quase três horas da tarde, vejo apenas ao passar no meu balanço; sentindo no corpo o vento livre, só quando me cansar descanso. Sinto-me com um cisne num lago, o vento a me fazer afago, não no lago de Narciso, Pois saber se sou bela não preciso, pois na verdade, se precisasse não seria verdadeira Liberdade esta minha Liberdade.



O Tempo o Destino e o Vento e o Paiol do Pensamento.
J. Norinaldo.


Às vezes quando você por algum tempo se distrai e esquece quanto tempo tem, o tempo vem te mostra alguém que você conheceu como criança, e assim a tens na lembrança a criança que a muito se foi. Nossa! Mas, parece que foi ontem, isto não pode ser verdade, e o tempo de maldade fica rindo e ninguém  vê. Seria o tempo um velho, corcunda com um cajado, com um camisolão surrado, com os pés todos rachados e pele enrugada pelo vento? Ou um menino brincalhão que não sabe sua idade, e não faz nada por maldade e sim pura diversão. O tempo, o destino e o vento e ainda o pensamento, um  paiol  de recordações; que magoa os corações não esquecendo de nada, e fica tudo  em sua memória. Ah! Parece até que foi ontem que te vi uma menina, hoje mal consigo ver-te para dizer a verdade, pois somos da mesma idade com bem pouca diferença, porém hoje o mundo ficou maior para os meus passos pequenos e os meus olhares serenos já não vão aonde iam, há quanto tempo, mas parece que  foi ontem o meu primeiro poema, a matinê no cinema e o chiclete de hortelã. Uma certeza teremos a de  que jamais diremos... Até parece que foi amanhã.


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015




Grande é o mar, o Barco é grande para Mim.
J. Norinaldo.



Entrei no mar um menino, num barco grande demais, aprendi decifrar ondas, estrelas ventos vendavais, sai um menino velho, e  ai vi que grande mesmo era o mar meu barco não era mais. Com tudo que aprendi com os faróis e a procela, fazendo da vida uma tela onde a tinta está sempre fresca e brilhante e o céu a todo instante mostra faróis aos milhões. Hoje em barcos de brinquedo recordo  o mar bravio, com um corcel no cio tendo por cerca o rochedo, hoje já não sinto medo só saudade sem chorar, sinto saudades do medo que tanto passei no mar. Só quem viu pode contar seu barco numa procela, o vento rasgando a vela roncando como um gigante, o mastro bamboleante como um bêbedo sem rumo como uma folha ao vento como a coragem de um louco a desafiar Netuno. Só quem viu pode contar, quem já enfrentou o mar e com ele aprendeu, que por maior e mais forte, quem conhece bem seu norte chega onde pretendeu. Nem com todos isto e é certo, muitos perecem por lá; mas quem já foi Fuzileiro, não troca o paraíso inteiro pelo balanço do mar.


No Último Tanger dos sinos.
J. Norinaldo.



Tangem os sinos novamente, rufam os tambores mais além e o ronco dos motores ensurdece, ouve-se o canhões frios assassinos, só aqueles que não ouvem mais os sinos, e não veem destruídas as Catedrais pela ira do homem numa guerra; são apenas saudade e nada mais, talvez invejados e felizes, pelos infelizes que ainda vivem aqui na terra. Quando os últimos sinos badalarem e cessarem os troares dos canhões, porque já não tenha quem usa-los, o mundo voltará à paz, representada por nós por uma pomba, quiçá atingida por alguma bomba, antes que os sinos não toquem mais. A intolerância humana sem limite, a ganância e a gana por poder, colocou Deus no mercado sem saber, calcular o que é incalculável e assim vem tornando miserável, um mundo que tão belo poderia ser. Tangem os sinos novamente e por quem tangem   não os ouvirá mais, há esperança noutras vidas que talvez existindo poderão ser iguais, os mesmos brasões o mesmo brilho, o Pai a ser vendido pelo filho, a criatura superando o Criador; outra vida onde o desamor seja a dor a bater em cada porta, como uma serpente que se arrasta lentamente, em cada presa veneno suficiente, para matar a humanidade que já está morta.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015



Desejo.
J. Norinaldo



Ah! Se eu fosse bem vindo em teu sonhar e pudesses meu silencio entender, que  são simples lamentos de prazer,mas jamais conhecerás a verdade, como grades feitas pela liberdade construídas somente para me punir,como  uma lágrima que teima em não cair para não regar um rosto que jamais soube sorrir. Ah! Se eu pudesse te dizer, o que faria para te dar prazer, que lutaria com gigantes se preciso, mas jamais saberás, pois indeciso, eu sou e sempre irei ser. Queria dar-te no silencio do crepúsculo, carinhos que fizesse os teus ais,  soarem com "A" maiúsculo que o vento levasse  numa concha a sussurrar  numa onda que vai na areia se jogar; mas somente se eu fosse bem vindo ao teu sonhar e pudesses meu silencio entender, mas com certeza morrerei sem te dizer, por causa da minha indecisão, que matará minha alma e o meu coração, pois indeciso eu sempre irei ser. Tu sempre serás bem vinda aos meus sonhos, mas prefere outros sonhos frequentar; nenhum crepúsculo seria igual ao meu crepúsculo, qualquer prazer perante o meu será minúsculo, qualquer silencio pode ser o meu  gritar.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015



Navegar eu Preciso.
J. Norinaldo



Navegar o teu cabelo ondulado, perfumado como as flores de um jardim, depois descer a deriva em devaneios, passar entre as rochas gêmeas que são teus seios e prosseguir a deslizar em teu suor; enquanto de tensão meu corpo treme soltar o leme  e esquecer tudo ao redor. Até que em fim chegar ao tão sonhado porto, ao mais lindo horto e ao mais belo jardim. Fazer das velas os lençóis alcoviteiros e deixar que o vento leve ao longe os teus gemidos de prazer, que o balanço das ondas dos teus cabelos, Façam teu corpo tremer com  barulhos de correntes, que são rangidos dos teus dentes e nos teus olhos a brancura nas nuvens que há no céu, o sol se esconde ao ver teu corpo sem véu. Nada é profano entre corpos que se amam, toda beleza do amor é como o mar, que desconhece a imensidão do seu poder, e se arrastando vem aos teus pés te  beijar; Como o amor ao cansaço se render. Por isto  mesmo disse o sábio poeta, viver não é preciso, mas é preciso navegar. Hoje navego num poema para muitos sem sentido, navegando onde não é  permitido começando nas ondas do teu cabelo, porque nem todos sabem o que é navegar; e pensam erradamente, que navegante é somente... aquele que vive no mar.

domingo, 15 de fevereiro de 2015



A Paisagem não faz o Poema.
J. Norinaldo



Eu não busco apenas um lugar calmo numa rua linda de uma tarde chuvosa, eu preciso de mais, eu preciso de paz para escrever minha prosa. A beleza triste de uma rua tão bela, que parece uma tela pintada pelos pingos da chuva a escorrer na janela. Eu preciso não da paz desta rua, nem da beleza da lua e sim do meu interior; eu preciso encontrar as palavras para expressar minha dor. Não uso capa nem luva, não ando fugindo da chuva nem do frio que me congela a alma, eu preciso de paz e de calma, não preciso de casa ou guarida, o que preciso é entender a vida, ou não sei mais do que preciso. Se não consigo entender o mundo, no fundo a vida não terá valor, viver neste mundo sozinho o amor será como a chuva, que cai rega parreira  que dará a uva para fazer o vinho, que entorpece a mente, mas não aquece a alma. Na calma desta rua tão bela, assim como uma linda tela triste, que não mostra a tristeza  de quem nela, vive ou passa sem vê-la, ou sem saber que a beleza existe. Ah! Que nostálgico é ver esta rua, fim de tarde chuvosa sem lua e um olhar perdido na distancia, quem sabe a buscar a existência, além da linha do horizonte, mais perto pela visão turva, quem observa esta tela não vê a sombra da ponte por causa dos pingos da chuva, o pincel que a vidraça pincela.

sábado, 14 de fevereiro de 2015



O Verdadeiro Parnaso.
J. Norinaldo.


Quando Deus criou o mundo
Ordenou aos Seus Profetas,
Façam um jardim bem florido
Com Minhas Rosas Prediletas,
Quero no centro erigido
Um Templo para os poetas.


Façam tudo com brilhantes
Usem os mais belos vitrais,
Façam muros de esmeraldas
Com guaritas de cristais,
E para guardiões do Templo...
Os FUZILEIROS NAVAIS. AD SUMUS.

Foto do Veterano Fuzileiro Naval-Francisco Veterano Alves

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015



O Tempo, Este Vilão sem Pudor.
J. Norinaldo


Oh! Minha querida o que o tempo fez com a gente, o tempo é um elemento que não respeita patente, coroa trono ou brasão, é como se varresse o chão para um baile de despedida, e para o chão manda a vida, preparando um novo mundo a uma nova geração. Ah! Que saudade do tempo em que éramos meninos e sonhávamos em crescer, sem sequer saber para que acreditando no tempo este vilão sem pudor, com sua espada assassina, que por onde passa termina a ideia de voltar e do mesmo modo encontrar do jeito que se deixou. Oh! Minha querida, falo de ti e da vida o que foi feito da gente, o tempo é uma serpente que pela vida rasteja, na há muro que proteja das suas garras afiadas, do seu látego do seu ferrão, vai sempre varrer o chão para nova despedida e como folha de verão alguém vai deixando a vida para nova geração. A vida é uma roda que é girada pelo vento e o ponteiro do tempo que vai marcando a cadencia e não existe ciência, alquimia ou previsão; para uma nova existência onde um dia o tempo, com o auxílio do vento pare de varrer o chão. Oh! Minha querida, enquanto no mundo houver vida sempre haverá despedida, com bailes e varreção e a vassoura do tempo, com o auxílio do vento colocando tudo sob o chão; a valsa da despedida do baile que varre a vida cerra as cortinas e fecha as portas para o derradeiro sono, como um final de estação, As folhas mortas do outono sem haver outro verão.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015




Saudade a dor que mais Dói. Homenagem a um saudoso Poeta amigo Cindinho.
J. Norinaldo.



Você não faz nem ideia do como dói à saudade, que se instala por maldade dentro do peito da gente, e não sai assim de repente sem deixar estigma ou mazela é a mais antiga tela que se desconhece o pintor. Como uma onda que quebrou bem antes da praia lisa, quando em espuma finaliza uma viagem que ao seu final chegou. Não existe punhalada que doa mais que saudade, quem a pintou por maldade em uma tela bonita talvez nem saiba que maldita é a tinta que na aquarela sobrou. Conheço homens valentes, navegantes destemidos, que na imensidão dos mares, longe da pátria dos lares, nunca temeram a procela; mas diante desta tela  pintada pela maldade, não existe  santidade ou alguém que chegue a tanto, de não se desmanchar em pranto por causa de uma saudade. “Aqui vai uma homenagem a um Poeta amigo, que chorou junto comigo pela maldita saudade, numa vila hoje cidade, que um dia foi o nosso torrão, Gumercindo Medeiros filho, conhecido por” (Cindinho) amigo do coração. Te dedico com carinho uma estrofe que é tua, da poesia charrua, em nome dessa amizade, como hoje és saudade como mais uma estrela que no céu do teu Rio Grande Brilha, dedico a tua família essa prosa que é tua: “ Certa vez me perguntaram que jeito tinha a saudade Me agarrei com a santidade em busca de explicação; saudade chega ao rincão e ajeita o pouso na calma e com as vasilhas da alma, trás água do coração”. Gumercindo Medeiros Filho. ( Cindinho)

sábado, 7 de fevereiro de 2015



A Depressão é como um Condor sem Asas.
J. Norinaldo.



O  que me importa minha história, para que eu quero glória se não tenho para onde levar, que me adianta amar tanto sabendo que o amor não é um bem, que quem o tem também nem sempre será amado? Que me importa tanta dor, tanta beleza das montanhas durante o voo do Condor? O que me importa a vida, vivida da maneira como está, que me adianta viajar, se na viagem, a depressão não precisa permissão e nem pagar passagem? De que me serve a imensidão do mar, se navegar me remete a solidão; para que quero um caminho tão comprido e duradouro, para segui-lo sozinho e deprimido assim como o boi a seguir para o matadouro? De que adianta minhas lágrimas esconder, de forte me fazer enquanto minha alma se desfaz, se muito mais tenho a derramar, até para superar a imensidão do oceano, onde navego tentando fazer das velas  o meu  lenço, enquanto penso que a vida é vivida no continente e nem todo navegante é deprimido, que só o meu mundo é vivido de um modo diferente. Eu posso ter a visão do belo voo do condor, E com ele ficar encantado, eu posso ter um turbilhão de amor, sem nenhum valor se também não for amado. Eu carrego acorrentado ao meu ser, os grilhões da liberdade de poder, ver a beleza sem senti-la, a certeza de viver por altruísmo, de ver  na beleza da montanha só a altura do abismo, e no voo do condor a falta de amor que o vento leva, a treva da noite já sem fim. Não sei onde termina este caminho, sigo sozinho e deprimido, por mais que ele seja comprido e que por mais difícil seja encontrar a tal verdade, um dia  quiçá em fim  descobrirei, porque nunca tive o direito felicidade.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015




Mundo Criança.
J. Norinaldo.



Eu não posso perder o que não tenho, eu não posso retornar onde não fui, eu não posso para sempre ser criança, por que a terra gira e o mundo evolui; o meu mundo é pequeno e de alegria, porque criança não conhece a ganância a hipocrisia, para que quero um mundo grande sem usa-lo, sem fazer nada para poder conserva-lo  e pensar apenas em mim para explora-lo? Quero um mundo para plantar e pra colher, se houver gado será bem menos que gente; um mar que seja azul e para sempre, que jamais mude de cor, que o navegar seja preciso sem poluir; já que eu não posso perder o que não tenho, nem retornar aonde nunca fui; no mundo grande sei que existe muita fome, culpa do homem que não sabe dividir; no meu  mundo, não haverá precisão, de alguém estender a mão para pedir. Às vezes sinto pena do mundo que evolui, e não posso mais voltar a ser aquela criança que fui, que acreditava  num mundo de fantasia; que depois do meu jardim viria o teu, e cada ser humano na terra tinha o seu; e que na mesa de ninguém faltasse pão;  eu não posso retornar aonde não fui e nem posso perder o que não tenho; mas se pudesse escolher deixaria  o lugar onde estou e voltaria para o lugar de onde venho. Não estou a discutir com o Criador, mas ainda não perdi a esperança; que este mundo tão grande e mal cuidado até demais, que um dia alguém olhe para trás e lembre que o mundo um dia também já foi Criança.