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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016




A Depressão e o meu Passado e o Castelo de Proa.
J. Norinaldo.



Eu não conheço a origem da depressão, mas sim a devastação que deixa por onde passa, assim como um tribunal de exceção, como fogo da inquisição feito com lenha madura, para queimar a amargura que quiçá eu mesmo me impus. E me pergunto: por que não queimaram o Madeiro de Jesus um instrumento de tortura, mas para o capitalismo no seu eterno cinismo, seu valor é seu efeito e é carregado no peito fina joia motivo de grande orgulho, sem saber que o maior erro, usar o ouro do Bezerro que o próprio Deus condenou. Por que hoje já não mais me fardo, pois considero retardo incorporar um passado carregando outra vez um fardo que já me foi tão pesado num compromisso assumido, descer com ele ao começo, caindo a cada tropeço pelos caminhos da vida. Procuro encontrar para abraçar quem comigo sempre embarcava lá no Castelo de Proa, onde o braço abica a onda e até o casco enjoa, aquele que comeu comigo no mesmo rancho, mas encontro grande parte Sancho Pança como escudeiro que continua  a bajular o seu antigo senhor; que usava o passadiço para me ver da altura, como a lenha madura do fogo da inquisição; agora me estende  a mão e até me chama de amigo; sem se lembrar que comigo já fez de pano de chão. Talvez seja depressivo. Agora não há mais barco e sim o charco comum, cada um é cada um se não aceita ser rotulado e ai sim viver abraçado com o seu antigo algoz que era a fera feroz enquanto ele era a preza; mais ainda mantém acesa a tocha do servilismo como o valor do Madeiro e não aceita discórdia do pensamento padrão, do fogo da inquisição feito com lenha madura, por isto mesmo me tortura hoje a tal Depressão. Hoje meu barco não navega pelos oceanos que quero, mas pelos riachos que escolho de onde tiro a água para o molho do alimento que faço, e como sem diferença de espaço, de prato, mesa ou talher. Pode ser pobre a mobília, mas navegar junto a família, não há canhão que apague, não há dinheiro que pague não tesouro que compre a liberdade sem portão, pena que a depressão não respeita cor ou altura  assim como a lenha madura que arde na fogueira da Inquisição.

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