Translate

sábado, 12 de março de 2016




Onde será que ficou a Inocência?
J. Norinaldo.




Se a minha poesia alguém encanta, ou desencanta não sei se culpa tenho, não sei que sou nem de onde venho, ou quem me ensinou a escrever, ou até mesmo a me atrever a lhes mostrar, não sei se o que faço é poetar ou mostrar o que a minha alma manda, como numa cantiga de ciranda a moda antiga, meninas de mãos dadas a cantar, tentando o encanto do luar; quando não existia celular, havia brincadeiras nas calçadas amarelinhas com giz marcadas e a inocência das saias de godê. Se o que escrevo é poema, quiçá a vida dê o tema e a minha alma dite o verso; talvez alegre um mundo perverso, onde os pervertidos somos nós, pois o mundo sequer voz, tem para um poetar. Se o que escrevo é heresia, mesmo assim batizo de poesia pode crer é sem maldade, que tento plantar felicidade ou sou um  demente, pois sem conhecer a semente que deve estar dentro de mim, como plantar um jardim, sem ter um regador decente. Se o que escrevo nada diz, quiçá seja igual ao giz do cachorro que ficava sobre o rádio em sua sala, que desenhou a amarelinha em você brincou, mas não fala, pensando ser infelicidade,  toda essa idade que traz, vergonha de dizer que brincou, com um brinquedo que não existe mais, e poucos lembram da sua existência, ou do cachorro sobre o rádio e até da inocência, que há muito se deixou pra trás.

Sem comentários: