Onde será que ficou a Inocência?
J. Norinaldo.
Se a minha poesia alguém encanta, ou desencanta não sei se
culpa tenho, não sei que sou nem de onde venho, ou quem me ensinou a escrever,
ou até mesmo a me atrever a lhes mostrar, não sei se o que faço é poetar ou
mostrar o que a minha alma manda, como numa cantiga de ciranda a moda antiga,
meninas de mãos dadas a cantar, tentando o encanto do luar; quando não existia
celular, havia brincadeiras nas calçadas amarelinhas com giz marcadas e a inocência
das saias de godê. Se o que escrevo é poema, quiçá a vida dê o tema e a minha
alma dite o verso; talvez alegre um mundo perverso, onde os pervertidos somos
nós, pois o mundo sequer voz, tem para um poetar. Se o que escrevo é heresia,
mesmo assim batizo de poesia pode crer é sem maldade, que tento plantar
felicidade ou sou um demente, pois sem
conhecer a semente que deve estar dentro de mim, como plantar um jardim, sem
ter um regador decente. Se o que escrevo nada diz, quiçá seja igual ao giz do
cachorro que ficava sobre o rádio em sua sala, que desenhou a amarelinha em
você brincou, mas não fala, pensando ser infelicidade, toda essa idade que traz, vergonha de dizer
que brincou, com um brinquedo que não existe mais, e poucos lembram da sua existência,
ou do cachorro sobre o rádio e até da inocência, que há muito se deixou pra
trás.
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