O Espelho dos teus Olhos.
J. Norinaldo
Não me fales do amor que não conheces não me forces a
entender o que não quero não me leve ao seu deserto estéril inútil, não seja fútil
tentando me convencer; prefiro um não a um sim se for sincero. Não me pregues
teu discurso decorado, se estou errado a vida vai me dizer, sempre me mostrou o
caminho a seguir, se por engano eu cheguei até a ti foi um desleixo cometido,
pois pensei ter entendido, mas na verdade não entendi. Vejo em teus olhos um
ódio que desconheço, e não mereço tal espelho para mim; segue o teu rumo e me
deixa onde estou, a pensar a vida já me ensinou, é bem melhor e sei que prefiro
assim. Se não posso mudar o espelho dos teus olhos, prefiro nele não me ver
mais, conheço tantos que refletem outras coisas, como amor, amizade e paz. Não
ocupes o lugar mais alto para um sermão a esmo, não tentes me convencer de
nada, sem antes descobrir quem és tu mesmo. Nem sempre para cada flor existe um
vaso, nos encontramos meramente por acaso e o que vi no teu espelho me
assustou; o brilho torpe que o ódio faz brotar e um vazio como um oceano vago,
imaginou o que Narciso, viu em seus olhos quando se mirou num lago.