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terça-feira, 17 de maio de 2016




Será?
J. Norinaldo.



Isolado vivo num canto frio e vazio, vazio de calor e frio, onde nada são os móveis, imóveis de um cérebro hipotecado aos vermes em troca de uma sobrevida, escondida donde vejo através de frestas a luz que ainda resta e não é no fim do túnel. Sozinho, com meus sonhos engendrados no lugar onde existiu um cérebro, que foi comido antecipado pelos vermes sem nenhum um recibo assinado, como não terei ao devorarem o resto; presto-me a escrever no escuro, ansiando que alguma bomba caia para aproveitar o seu clarão que vem com ela, que rasgue além da vida a escuridão e mostre o que se esconde por trás dela. Tristonho, me proponho um fim a tudo isso, um passo a mais e o precipício que a vida tanto teme, levará este barco já sem leme,  devorado pelos vermes que lhe priva de saber  que  seu velame ainda treme ao vento que desconhece o que é  deriva. Isolado, não tenho procuração para falar em nome da humanidade, mas qual seria a real verdade atinar com isso eu não consigo? Seria? Será que isto só acontece comigo; ou é apenas fantasia? Será.

domingo, 15 de maio de 2016





Em Busca da Felicidade.
J. Norinaldo



Depois do horizonte será que existe algo tão importante que eu não possa ver, nem eu nem você veremos jamais, pois cada passo em direção a ele, ele dará sempre um passo para trás. O que seria ou que será, ou já cruzamos por essa linha assim sem querer e nem perceber algo diferente; ou é nossa mente a sua e a  minha que criou essa linha que foge da gente? Porque o desconhecido tem tanto valor e o seu descobrimento por vezes nem tanto, portanto pare e pense um instante é algo inexistente que só em nossa mente passa a existir e quem insistir em por lá cruzar, vai passar a vida apenas a andar, ou a navegar pelo  imenso mar de norte a sul vendo o céu se juntar e a imensidão como um balão azul. Pense no inexistente de um lindo cenário, no seu amiguinho antigo e imaginário, mas tão importante; que talvez esteja a sua espera lá no horizonte e tenha envelhecido até lá chegar só para lhe esperar, pense que interessante; depois de tanto caminhar em busca de nada, sua recompensa vir a ser criança novamente. Quando eu era um menino e acredita que mundo acabava ali no horizonte e sonhava crescer para poder ver lá do outro lado e acabar de vez com a curiosidade; sem saber que para um gigante, o tal horizonte foge até com mais velocidade. Minha conclusão que mesmo obstante a felicidade está lá no horizonte.

sábado, 14 de maio de 2016




Minha Raízes, Minha Felicidade.
J. Norinaldo.



Esta paisagem não me estranha, pois está nas entranhas  do meu próprio viver, no meu caminhar por caminhos distintos nos inoculada nos  instintos do meu ser. Quantos lugares assim conheci e nunca esqueci entre arranha céus, não como covas rasas que desaparecem perante ricos mausoléus. Já considerei uma pequena ponte a mais alta e mais bela do mundo, atravessada em dois minutos ou menos até;  e já atravessei pontes que só depois de muitos anos tive a capacidade de atravessá-la a pé. A Ponte do Brooklin e a do Rio Uma lá em Cachoeirinha, tão diferentes e nenhuma minha, hoje uma tão bela um Cartão Postal que corre o mundo, a outra tão simples e singela, uma pinguela num Rio esquecido e imundo. A casinha onde primeiro morei, parecida com esta paisagem, construída com barro e cipó; a utilidade seria uma só,  não é a aparência que o seu valor  dita , mas o amor de quem nelas habita. Eu tenho cá minhas dúvidas se a felicidade escolhe acolhida, entre uma casinha de sapê, numa estradinha de terra pelo vento varrida, no glamour da Quinta Avenida. Esta paisagem eu conheço bem, pois de longe, de muito longe comigo vem e junto comigo irá, para a terra que  essas paredes construíram, sem nenhuma distinção com outras belezas que esses meus olhos viram. Deixo aqui minhas dúvidas ainda, se nesta vida conheci realmente paisagem mais linda...

quinta-feira, 12 de maio de 2016




Quem Vive só por Viver.
J. Norinaldo.



Se a vida perder a graça a graça que não tem vida então nada foi perdida a não ser que nada é de graça; se nada em verdade inexiste eu não posso ficar triste quando por uma desgraça venha a perder a vida. Depois da vida perdida, não há motivo para graça se existiu tristeza passa e não há tempo para ver o quanto é triste saber, que desde que o mundo se livrou da caverna de Platão e aproveitou o carvão para começar a aprender e quando soube escrever, vida, graça e desgraça, talvez o “Des” como sufixo, não quisesse exatamente dizer que era o sacrifício de uma vida que esgaça, como nuvem de fumaça quando é juntada a graça quem embeleza um viver. Quem por desgraça na vida, não a conheceu sem  este sufixo tal, soube a penas o que é mal teve uma vida sem graça mas que também não a perdeu; pois ninguém aquilo que não tem apenas deixa de ter, e vive só por viver assim como obrigação; como quem assina sem ler, termina assim sem saber: que navegar é preciso, mas não é preciso viver.

quarta-feira, 4 de maio de 2016




Esta é minha Oração, a que me ensinaram nunca aprendi.
J. Norinaldo.



O Sol tão belo que ora vez, talvez sua imagem se ofusque com a fumaça do meu fuzil ao atirar em alguém que nunca antes vi e que nem antes me viu; é a guerra que reina sobre a terra desde que a separaram por riscos, ou algum tratado vil. Quem a fomenta está longe escondido em seu covil, os jovens que longe tombam sem água no seu cantil, são números no seu caderno que apresentará n inferno a algum tirano civil. Quiçá o jovem que partiu já não verá mais este belo sol, nem a lua, sua amada admirando as cores do arrebol; talvez lhe sobre uma rodela de bronze com a face de um tirano; que ficou de fora olhando e constará para sempre na História do Brasil. O! Senhor será que no mundo já não existem tantas dores? Por que não inventar um fuzil que atire ao espaço flores? Não desejo ser covarde e nem assim ser lembrado, porém apenas sincero; dizendo sempre o que penso mesmo sendo censurado; afinal parte da vida eu também passei fardado. Não tenho uma medalha, nem jamais usarei migalha forjada como moeda em série e quantidade incerta; prefiro ser esquecido sem atirar num irmão, do que ter o peito ornado com figuras de latão.