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terça-feira, 17 de maio de 2016




Será?
J. Norinaldo.



Isolado vivo num canto frio e vazio, vazio de calor e frio, onde nada são os móveis, imóveis de um cérebro hipotecado aos vermes em troca de uma sobrevida, escondida donde vejo através de frestas a luz que ainda resta e não é no fim do túnel. Sozinho, com meus sonhos engendrados no lugar onde existiu um cérebro, que foi comido antecipado pelos vermes sem nenhum um recibo assinado, como não terei ao devorarem o resto; presto-me a escrever no escuro, ansiando que alguma bomba caia para aproveitar o seu clarão que vem com ela, que rasgue além da vida a escuridão e mostre o que se esconde por trás dela. Tristonho, me proponho um fim a tudo isso, um passo a mais e o precipício que a vida tanto teme, levará este barco já sem leme,  devorado pelos vermes que lhe priva de saber  que  seu velame ainda treme ao vento que desconhece o que é  deriva. Isolado, não tenho procuração para falar em nome da humanidade, mas qual seria a real verdade atinar com isso eu não consigo? Seria? Será que isto só acontece comigo; ou é apenas fantasia? Será.

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