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segunda-feira, 19 de setembro de 2016




O Cheiro das flores.
J. Norinaldo.




Trôpegos, hilários ébrios loucos, que aos poucos povoam este planeta, sôfregos, sofredores ansiosos; preguiçosos na arte do saber, buscando no fácil a sapiência sobrepujando simplesmente a inteligência; como um portal descartado no porvir. Zumbis que a vida não despreza, mas que não pesa na balança aferida, pois não reza nenhuma prece preferida, daquele que prega humanidade, vestido de ouro e vaidade e não tem o céu como limite. E quem zomba da poeira da estrada, cheirando o pó que dela nasce em forma de folha ou de flor, são os trôpegos, hilários, ébrios loucos, que aos poucos trocam o mundo real por pesadelos, e que nem o desprezo mais quer vê-los e a vida lhes dedica o desprezo mais profundo. Depois contam tristes seus pesadelos, e os transformam em forma de conselhos já sem créditos ou força no dizer, ou rezar sua prece preferida por ter buscado no falso prazer, um meio de fugir a própria vida. E no fim um cortejo conformado, segue aquele que em vida não se amou, portanto não deixa de herança amores, enfeitado por estranhas flores, diferentes das que em vida  cheirou.

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