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segunda-feira, 28 de novembro de 2016



 
Minha Máscara, meu Escudo.
J. Norinaldo.

Ah! Essa minha máscara de palhaço tem a espessura de uma barricada, onde por detrás dela me escondo e escondo toda minha amargura. Posso te fazer sorrir, feliz jamais, pois não pode ninguém, dividir com alguém aquilo que nunca teve e nem tem. Por que sou palhaço? Quem me escolheu, a vida decerto não fui eu, mas de uma coisa sei, meu sorriso é falso, assim como a lágrima por vezes é apenas a tinta que escorreu. Certa vez em Paris, vendo a felicidade em abraços e sorrisos, olhei para meu chapéu de palhaço no chão e vi alguns pombos a catar migalhas de pão, que alguém atirara com essa intenção e me senti tão alegre por ver em algo tão simples um mar de ilusão. A vida pouco importa o meu sofrimento, por ter que fazer sorrir mas chorando por dentro. A vida importa a minha missão e enquanto gargalhadas entoam, como os pombos que voam, eu cato migalhas no chão. Não fosse essa máscara, que chamo de escudo, de um exército mudo sem orgulho ou brasão, algo que nunca quis, sob o céu de Paris catar migalhas no chão; ah! essa máscara amiga há quem a bem diga, por servir para fazer sorrir...Que triste ilusão.


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