Translate

segunda-feira, 19 de junho de 2017





Portal do Sonho.
J. Nori


Eu te vi a esconder-te na Catedral, vi tua imagem refletida no vitral, entre anjos como a mais bela Vestal; ainda vi a tua imagem no portal antes que um raio de sol me acordasse e me mostrasse o caminho que sonhei, iluminado até o balcão da mansão do astro Rei. Eu te vi num portal já em ruína, como braços abertos a lamentar a própria sina e já desperto o meu sonho desenhei algo real, na parede que antes sustentava o portal e da tua sombra um tapete colorido como os anjos que enfeitavam o vitral. Este portal reflexo de ortodoxia, com tua imagem uma bela poesia, que completa com os anjos dos vitrais encanta os ludâmbulos durante o sono,  pululam  madornas vespertinas em tardes sonolentas de outono; este quadro já tem dono, e este dono em fim sou eu; porque além de sonhar o escreveu

terça-feira, 6 de junho de 2017





A Luz do Fim do Túnel.
J. Nori


Quiçá a porta do relógio do tempo, seja a luz do fim do túnel, para salvar a cultura, que arde no lodaçal da ignorância, e a dança das labaredas reescrevam com capricho tudo que se jogou ao lixo em nome da intolerância. Que a luz traga de volta liberdade e discernimento, para se buscar no conhecimento o melhor modo de viver, não atrasando o relógio deixando o tempo correr, apagar o livro em chamas e não só existir, viver. O virtuose da tela devia pensar poesia, ao pintar com primazia um pensamento que fica, e no saber edifica os alicerces da vida. Posso até ser censurado pelo modo de pensar mas com certeza, antes de admirar a beleza o livro iria apagar; mesmo que sua chama fosse a luz do fim do túnel falado, como sou, sei que o leria apagado e imaginaria o que a chama levou. Que belo quadro, que mensagem elucidativa, se já se foi o pintor, a guardemos com amor e de exemplo ela sirva.





Pintar Poema.
J. Nori.



Queria ser um poeta, que poetasse pintando, para pintar a beleza da mulher em que estou pensando; com certeza essa tela, usando a alma por aquarela e as tintas do coração, o pincel feito de plumas trocadas por um faisão. Ah! se eu pudesse acordar todos os dias pela manhã, e enxergar essa tela perfumada de maçã; pena que não sei pintar e outro não saberia, desenhar a poesia que vive em meu pensar. Ah! Se eu fosse um pintor, que pintasse poesia, que fosse minha única obra, essa tela eu pintaria para encantar meu viver, e somente a exporia a quem a merecesse ver. Sei como é teu sorriso, mas não consigo descrever, só imaginar, tento descrever num poema já que não pintar; mesmo tendo a aquarela, e bastante tinta nela, só consigo imaginar.