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domingo, 16 de julho de 2017





Um Lenço em Cada Cais.
J. Nori


Em cada porto uma bandeira, em cada taberna uma arenga, em cada esquina uma Quenga, em cada missão uma vida; em cada túnel uma saída sem se pensar na entrada; em cada vereda uma estrada em cada canção um recado um cada soldado um coração o desejo de voltar. Em cada lenço acenado, cada pranto derramado será sorriso na volta quando em vez da proa se avista a quilha e a Bandeira que brilha a da nação amada quando a alegria se solta. A cada onda um desejo como uma estrela cadente, do Marinheiro temente que reza pelo regresso para um abraço e um beijo; e preparar para uma nova partida, pois há tantos portos na vida para se viver sempre partindo, sabendo que o mar é lindo, truculento e majestoso, e é sempre mais perigoso quando o navio está vindo. Ah! Que saudade do Mar e das suas ondas rendadas que parecem foram bordadas pela mulher que amamos e que a tanto deixamos no cais com um lenço ensopado, tantas vezes abanado já é um trapo sem cor, mas simboliza o amor que dessa vida faz parte naquele que como uma obra de arte e tendo o céu como fundo, sai a desbravar o mundo na esperança do regresso, hora de içar a Bandeira escrito Ordem e Progresso, no mastro mais alto para sua amada de longe avista. Em cada porto uma Bandeira, em cada Bandeira uma cor, cada navio que chega trás uma carga de amor.

terça-feira, 11 de julho de 2017





Da Minha Janela.
J. Nori.


Todas as vezes que olho a minha janela, a mesma tela, nem sempre modificada, mudam as nuvens, as folhas, o vento e quase mais nada. Um pássaro por vezes risca o espaço indo para onde o instinto manda, um pássaro ou uma revoada. A minha tela é um retângulo mágico que muda conforme o olhar, nela eu já vi o Mar, ao longe ao unir-se ao céu, vi o mastro distante do navio, já vi o lugar por onde correu um Rio, vi o Sol abrasador e vi o Frio; vi alguém chorando por amor. Vi a comitiva passar, eu ouvi o cão ladrar também vi o retirante, ouvi um comício irritante, a mentira mais gritante eu ouvi da minha janela. A janela onde se debruçava a donzela, hoje há tanta grade nela como uma teia de aranha; hoje não se vê a tela inteira, é tanto ferro e madeira que sua beleza acanha. E agora, o pinto produziu mais uma faceta, uma linda borboleta batendo as asas sumiu. Não me cansa os encantos da janela esta metamorfose tela aberta para encantar. Espera, está mudando minha tela, é sim um beija flor num galanteio de amor a minha rosa preferida, que perfuma minha vida mostrando o quanto ela é bela.

domingo, 9 de julho de 2017





Ah! Como Eu Queria!
J. Nori.


Ah! Como eu queria ter alguém para conversar, não uma simples conversa, com tempo para terminar, mas esquecer o tempo, divergir, mas sem gritar, sorrir sem saber de que, caminhar sem saber para onde, sem nenhuma intenção de chegar. Ah! como eu queria pensar que o tanto que tive, mesmo as vezes sem querer, alegrias sem merecer, ver tudo o que vi e não esquecer.Ah! Como eu queria ouvir junto com alguém minhas músicas favoritas e mesmo não sendo as dela, prestar a  atenção em cada palavra, discutir o que cada frase quis dizer ou disse; não perguntar o que penso quando vez por outra meu olhar se perder na imensidão, nem porque gosto tanto de músicas tristes, se é que tristes são. Algúem que mesmo não sentindo o que sinto ao ouvir uma flauta doce tocar, se transportar junto para a montanha e lá olhar a imensidão, mesmo sem ter conhecimento do seu alcance; alguém que pense comigo que mesmo que  a imensidão um dia se transforme apenas em um pequeno terreno, vale a vida percorre-la até onde se possa.Ah! como eu queria entender e ser entendido, não ser considerado ultrapassado por escrever este texto ouvindo Edith Piaf cantando sobre o Céu de Paris Edith e Charles Aznavour; mesmo não conhecendo Paris; mas você esteve em Paris como não conhece? As vezes, vivemos uma vida inteiras com alguém e no fim descobrimos que não a conhecemos; imagine uma semana em Paris.Ah! Como eu queria alguém não que chorasse comigo, mas que entendesse quando eu chorasse; que não tentasse impedir. Ah! Como eu queria não querer tanta coisa para ser feliz, seria tanto o que quero? Sabe, até encontrei alguém que parecia disposta a me ouvir, e a dizer o que queria, mas depois de ouvir-me; balançou a cabeça negativamente dizendo: Você quer demais! Não existe entre dois seres tanta sintonia.Seria isto? Sintonia...Talvez, mas como busca-la entre bilhões de seres, ou então entre os poucos que parariam para me escutar, para ouvir-me sei que encontrarei bem menos; já tentei. Ah! Como eu queria, caminhar sem me cansar até não ter mais caminho, cantar sem me preocupar se faço alguém sorrir, chorar sem pensar que só se chora de tristeza ou saudade, que as vezes choramos de felicidade. Ah! Como eu queria poder ter alguém a quem oferecer o ombro e não pensar somente num outro ombro para chorar. Ah! Como eu gostaria de me olhar no espelho e dizer: Você é Feliz, com a certeza de conhecer realmente a Felicidade, ah! Como eu gostaria que a vida fosse Verdade! Ah! Como eu queria viver a vida feliz mesmo no borralho, mesmo considerado um simples espantalho, as favas a vaidade, mas Como eu queria que a vida fosse Verdade.

terça-feira, 4 de julho de 2017





Vestido de Estopa.
J. Nori.


Uma Negra vestida de estopa, o que a vaidade não poupa o que seria aquilo, era uma das mais belas mulheres, bem mais bela que a Rainha do Nilo. a vestimenta um costume da  aldeia, para a bela ou a feia sem indecência; onde o rei um poeta, vestido de estopa, sabe que não é a roupa que faz diferença.Ah! Eu disse negra porque negra ela era, como a mais negra pantera que causa tanto medo; o segredo de tanta beleza está na certeza da falta de competição. Negra, como negra é a noite salpicada de estrelas que inspira o poeta para descreve-las. Uma Negra que usa por roupa, um trapo de estopa e continua bela e sem arrogância; jamais direi em meus versos que negra é a ignorância.



Ao Amigo Lanes.
J. Nori.




O Caqui Triunfador que tinha o brilho do ouro, era para nós um tesouro que o Triunfo consagrou o Fuzileiro Naval em seu mais alto valor. Brilhava como o Coturno no passo cadenciado como um trem sobre o trilho, ofuscando brilhos infames; e o Grande Sargento Lanes Alfaiava assim como trajavam os nossos velhos caudilhos. Saudades daquele tempo em que brilhar era a Meta, e o Fuzileiro Marchava como um belo tordilho num tiro de Cancha reta correndo mais que o vento; até hoje me orgulha dos olhos salta fagulha com saudades daquele tempo. Formamos uma família em torno de um Grupamento, no qual penso a todo momento e o vejo em minha memória, como um sonho teimoso, do tempo maravilhoso timbrado em meu pensamento. Só um Deus maravilhoso faria isso comigo, Lanes,nos criar contemporâneos e te fazer meu amigo; nesse momento poético, calmo alegre e sereno; aquele abraço amigo ainda quero encontrar contigo; antes que façamos parte do mais antigo: "O Gal Terrento".
Este lanes, é opema Nº 2000 publicado por aqui.