Um Lenço em Cada Cais.
J. Nori
Em cada porto uma bandeira, em cada taberna uma arenga, em cada esquina uma Quenga, em cada missão uma vida; em cada túnel uma saída sem se pensar na entrada; em cada vereda uma estrada em cada canção um recado um cada soldado um coração o desejo de voltar. Em cada lenço acenado, cada pranto derramado será sorriso na volta quando em vez da proa se avista a quilha e a Bandeira que brilha a da nação amada quando a alegria se solta. A cada onda um desejo como uma estrela cadente, do Marinheiro temente que reza pelo regresso para um abraço e um beijo; e preparar para uma nova partida, pois há tantos portos na vida para se viver sempre partindo, sabendo que o mar é lindo, truculento e majestoso, e é sempre mais perigoso quando o navio está vindo. Ah! Que saudade do Mar e das suas ondas rendadas que parecem foram bordadas pela mulher que amamos e que a tanto deixamos no cais com um lenço ensopado, tantas vezes abanado já é um trapo sem cor, mas simboliza o amor que dessa vida faz parte naquele que como uma obra de arte e tendo o céu como fundo, sai a desbravar o mundo na esperança do regresso, hora de içar a Bandeira escrito Ordem e Progresso, no mastro mais alto para sua amada de longe avista. Em cada porto uma Bandeira, em cada Bandeira uma cor, cada navio que chega trás uma carga de amor.