Translate

quarta-feira, 22 de novembro de 2017




O Poeta o Sol e a Neve.
J. Nori


Os galhos que filtram os raios do sol, que mancham a neve sobre a relva encrespada, como sardas mal vindas a uma tez ainda emberbe, como centelhas rebeldes de um sonho encantado; como a escrita de um mago de mistérios infindos, como lindos penachos de aves reais. Quão lindo é o sol filtrado na neve, que o mundo se atreve a gravar numa tela, que orna paredes de pedras em castelos, com torres masmorras pontes levadiças; que escondem em brasões entre os leões mais belos; a tristeza profunda que inunda os fossos quando os dias amanhecem; como o fundo dos poços onde não chega as sardas solares, em camadas ou andares se perdem se esmaecem. Que grande segredo por trás dessa escrita, tão bonita do sol filtrado na neve, e para que serve o poder do olhar, mesmo sem  gravar em nenhuma tela, esta lembrança bela se eterniza na mente; sem parede ou castelo ou sobrado, sendo sempre o mais belo o que foi pintado; que no fim da tarde se vai, não para sempre. A neve se vai assim como veio, mas no seio da alma a visão permanece, mesmo no outono quando as folhas morrem, lembram a neve na relva quando o dia amanhece.

1 comentário:

MANOEL MODESTO disse...

Belo e extasiante texto. É realmente de ficarmos atônitos e encantados com essa sua escrita que fala de dentro da alma.