Último Trem Para antigamente.
J. Norinaldo.
Impressionante, as vezes fico
pensando na crueldade do tempo, creio que nada nesta vida é mais cruel. Se no
tempo que acreditei ter tantos amigos, ou pelos menos poucos, mas bons amigos,
o tempo tivesse me dito que amizade é uma estrada de duas mãos e quem segue de
mão dadas está sempre na mesma mão. Dizem que mão e contramão na Inglaterra,
que é realmente o contrário nosso, surgiu por causa da espada; aqui, se você
vai na mão certa e puxar a sua espada ela será dirigida ao aceiro do caminho,
acontecendo o mesmo com o seu adversário; bem! Quanto a isto o tempo nada tem a
ver, ou tem, pois já nãos se usam mais espadas há muito tempo e as mãos
continuam trocadas, para nós. Eu falo que o tempo bem que poderia lá atrás,
sabe quando ainda temos amigos invisíveis para muitos, e arranjamos o primeiro
amiguinho de verdade, que não sabe o que é riqueza, pobreza, nenhum
preconceito, às vezes ou poucas vezes amizades assim duram a vida inteira; duas
mãos; outras o que comigo já aconteceu não foi uma vez só, me esconder para
chorar depois de tanto, olha ele ai novamente, tanto tempo acreditando que a
distancia jamais esfriaria a estrada de algumas amizades, e esse mesmo tempo me
levar a encontra-las num verdadeiro Iceberg. Interessante aqui no Facebook, no
inicio adicionei um monte de gente que nunca tinha visto fui punido duas vezes
e parei, só adiciono que me pede para ser adicionado; já tenho mais de 4000 e
talvez 100 falem realmente comigo, 40 eu realmente conheço. Outro dia cheguei
em casa e enquanto colocava o carro na garagem e ia entrando em casa pela porta
da cozinha, minha mulher me gritou: Ei! Por aqui, você tem visita, coisa rara,
sai correndo; alguém se levantou do sofá com um grande sorriso, Cara tu quase
não mudou nada; e abriu os braços onde você sente a sinceridade eu também sorri
o abracei e no sorriso chorei na pelo tempo que não o via,mas sim por que não o
reconheci. Fazia mais de 40 anos que não nos víamos. É por isto que eu não
desisto, fico torcendo calado, dia e noite, noite e dia, para quem sabe assim
de repente, surja um trem de marcha ré com muita gente todo mundo muito
contente e me leve até a última Estação de Antigamente. Pode até ser loucura,
acredito até que é: Chá com pão, Bolacha Não, Chá com pão Bolacha não, como se
a vida fosse apenas desfolhar um Bem me Quer. Bem me quer, mal me quer, Bem me
Quer mal me quer, e o trem de marcha ré Chá com pão Bolacha, Chá com pão... E
aquela saudade do padeiro batendo com o cabo do relho na carroça para vender
seus deliciosos pães feitos em casa heim! Cezar Brites. Mãeeeeeeeeee! O Padeiro
mãe. Chá com Pão, Bolacha não; por aqui tem que ser: Chá com pão Bolacha Sim.
Meu trem ainda vai esquecer o tempo distraído por alguma estação da vida e
quando ele se der fé, nosso trem já se foi de marcha: Chá com Pão...