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segunda-feira, 24 de setembro de 2018



Apagar a Vida. 
J. Nori




É muito simples se desligar a Vida, sem que a vida seja apagada, caminhar cem anos à frente, sem lembrar, no entanto nada do presente, tendo o futuro como o passado. Cadê aquele meu amigo jovem, que na juventude foi um homem forte agora o vejo como se a morte simplesmente tivesse o desprezado. Então para que precisamos de orgulho, de uma montanha de vaidade, se de repente entramos num túnel, e a luz do fundo é a infelicidade, o esquecimento e a condenação, a não fazer mais nenhum movimento. A primavera continua linda, a poucos passos da sua janela, as flores colorindo o mundo, mas ele nem se lembra mais dela. No alto da montanha da vaidade, o Condor passa, mas não pousa nela, assim como o beija flor, que perde o rumo e entra por sua janela, pode até ser visto mas não reconhecido, suas belas cores terão desaparecido como as forças daquele homem forte , que a morte talvez tenha esquecido. Despojemo-nos de todo orgulho, nos abracemos por quaisquer motivos, não somente por sermos amigos, mas simplesmente por estarmos vivos. É tão simples desligar a Vida, é bem mais fácil que apagar a luz, estamos esquecendo-se de alguém humilde que aqui esteve carregando uma pesada Cruz, hoje muitos tentam pagar com dinheiro, o que a humanidade já fez com Jesus; a Primavera continuará vindo, e eu não sei quantos estão sentindo, o perfume das flores e o seu colorido, ou estão desligados numa cova rasa, que chamam de casa, mas estão lhe mentindo. Não espere os braços caírem, e não terem forças para abraçar alguém, pode ser quem seja com braços abertos, abra os seus e abrace também; não esqueça que apagar a vida, é bem mais fácil que apagar a luz, e deixando de abraçar a todos... Pode deixar de abraçar Jesus.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018





Detesto Melancia
J. Nori


Eu já pensei em desistir ao olhar no mapa e ver o tamanho dos caminhos, eu já cansei dos espinhos que já retirei dos pés, eu já pensei em ficar a cada tombo na poeira, ao sentir o cantil leve e a garganta ardendo feito fogueira; eu já pensei em desistir ao ver miragens de mesas repletas de iguarias e minhas mochilas vazias sem eu ter o que comer. Agora estou caído, os meus joelhos se dobraram como se eu fosse orar, pensei que ia chorar que seria a última vez, mas tomei uma decisão que até me deixou surpreso, vou aliviar o peso levando apenas o que preciso as pernas para caminhar, os olhos para enxergar e a boca para um sorriso, Levo as mão para pedir a alguém que me possa dar, um pedaço de pão em troca de alguma ajuda e que Deus Pai me acuda quando eu mais não levantar, levantei e prossegui e já na primeira curva, parecendo uma poesia, o verde esplendoroso de uma plantação de melancia, e mais a frente eu caia, pois a certa distancia via, alguém e até lá me arrastei, o home veio correndo e vendo o meu estado abriu uma fruta enorme e me deu água a vontade, e depois me perguntou, por que o senhor não pegou uma fruta lá atrás? Eu me arrastara demais e demorei a responder, com muito esforço sorri:  O que pensaria o senhor mesmo com bom coração  ao ver alguém que não semeou ou cuidou invadir sua plantação? Eu ainda não parei, continuo no caminho, pois deste ninguém escapa, agora sem olhar mapa e nem pensar em lonjura, as vez o fim está tão perto, assim como num deserto, me deparei com tanta doçura. Quando posso ainda escrevo algo como poesia, pois depois daquele encontro, ante s de pegar a estrada, eu detestava melancia. Não sei se ainda falta muito e nem estou desesperado, agora não caio mais,  e sei que tem alguém no meu costado, assim com uma escora um bastão ou um cajado, Porque  aquele bom que me saciou a sede e minha fome matou seja muito feliz com os seus, antes de continuar ele disse: Meu amigo, vai Com Deus. Eu Detesto Melancia.


sexta-feira, 10 de agosto de 2018





As alturas.
J. Nori.



O que eu faço aqui nessas alturas, e o que me espera onde vou pousar? Ver aquilo que o homem fez para encantar os outros, ficar mais rico e se desencantar. Aqui pensando em ver tanto desencanto, nem me encanto  com o que posso ver, esses castelos feitos pelas nuvens e  as nuvens mesmo desfazer. O que me leva a tanta distancia, como uma ganancia de mostrar que vi o que nunca fiz o que o homem fez para me encantar, será que já encantei alguém que com meu encanto também foi feliz. Infeliz de quem sequer desencanta, não canta, mas tem que dançar a dança que a vida impõe, a música se sabe até quem compõe só não se sabe quem vai cantar. Ah! Aqui dessas alturas, eu sinto o quanto seria bom voar, porém se só tivesse asas, reclamaria a falta das mãos para poder a espada empunhar; será  que serei satisfeito, olhando direito tudo que o homem fez pra me encantar, mesmo sabendo que não tenho asas, porém será  voando que hei de chegar. Será que alguém tem mais dúvidas do que um poeta, quando tudo afeta o seu poetar, não é uma heresia dizer que fazer poesia também é voar, e este voo é tão longo e tão bonito que o infinito ficará pequeno e faltará terreno para o meu posar.


sábado, 4 de agosto de 2018





Será?
J. Nori.



  • Foi num lugar assim que fui pedir água para beber e te conheci,  Matei minha sede, mas fiquei com muita fome de ti, o tempo passou como sempre passa sem ligar pra nós, e o vento levou para bem distante a tua voz; o que houve entre nós além de um olhar, para me marcar durante uma vida toda que vivi; nunca mais te vi, mas sempre passo por um lugar assim; fico imaginando se você também ainda lembra de mim. Aquele olhar que me pareceu eterno não significou nada, só tive coragem de agradecer e pegar a estrada; mas aqueles olhos dizer pra mim mesmo eu preciso, que aquele olhar era um sorriso. Por que não voltei e não te disse o que eu sentia, mas minha timidez me calou de vez e eu pensei que o tempo àquela fome saciaria. Será que a felicidade, mora mesmo na simplicidade de uma casinha bem ao pé da serra, e que não trocaria pelo mais alto arranha céu da terra? Isto eu não sei responder por que não voltei, e até hoje sinto falta do lá deixei. Quiçá tenha sido a melhor solução, e se volto e lhe digo eu te amo e ela responde que não? Não estou certo do que fiz, mas sei que pegando a estrada eu não fui feliz. E ela será que ainda mora na casinha? Qual será seu nome que também não sei, seria muita indulgência, passar toda uma existência sem saber o nome da mulher que amei?


terça-feira, 31 de julho de 2018




A Vida.
J. Nori



Não é uma chave entrando, é a vida se libertando mostrando o que é viver, saindo por onde quer, é a vida que invade aquilo que prende a grade que tenta reter a fé. Que bela cena aos meus olhos que quiçá nem a merecesse ver, pois a vida sem entrave, não tem grade e nem tem chave só é necessário viver. Onde está a liberdade, do lado de cá ou de lá, será que após o inventário será gravado o cenário que este quadro nos mostra a perseverança de uma planta ainda criança nos mostrando que a vida, só precisa ser vivida, com fé, amor e esperança? Ah! Se eu fosse um poeta, ou se soubesse pintar, para este quadro gravar e depois lhe pendurar na parede de um castelo, ou quem sabe de um barraco com uma mensagem escrita, que a vida é tão bonita esteja ela onde está, onde até a própria ferrugem serve para lhe adubar. Este velho cadeado foi feito para prender, como deveria se sentir se pudesse entender, que mesmo feito de ferro e unir peças potentes de tão pesadas correntes, algo tão frágil e meigo, infenso aos olhos de um leigo ou alguém sem coração, fugindo do cadeado como um elo da corrente escapando a escravidão. Te amo minha poesia querida, pois a cada momento me mostras que não há grades nem portas que possam prender a Vida.

quinta-feira, 21 de junho de 2018





Vida, Tempo, Gado e Gente.
J. Nori.



Primeiro passou o tempo e depois do tempo passado, veio o tempo presente pelo futuro esperado, mas ai passou a vida e não foi nada engraçado. Por que o tempo não para e fica aqui no presente assim como uma corrente com cada elo grudado cada um constrói a sua, uns com raios de lua outros com arame farpado; onde está livre escolha de não viver numa bolha e depois morrer sufocado. Se eu queria nascer ninguém nunca perguntou, nunca assinei procuração para o tempo ser meu senhor, qual seria a diferença da minha vida e do gado, eu posso escolher o pasto, mas tenho tempo marcado, posso não ser abatido, mas também sou numerado; posso até não ter porteira, mas também vivo cercado; o gado do mundo se entende, já pra mim é complicado; e o tempo senhor de tudo tanto de mim quanto o gado. Há tempo para nascer e há tempo para plantar, há tempo para colher, a planta nasce e renasce mas eu não vou resnacer; tudo por causa do tempo que não tem tempo a perder. Vida, tempo, gado e gente, luta disputa e fé, é a labuta pela vida, enquanto o tempo quiser.

quinta-feira, 14 de junho de 2018




Poema Triste.
J. Nori.


Escrever poesias para cegos e declama-las para surdos é o que fazemos nós que pensamos poetas ser. Por que escrever se ninguém se importa, poesia que já nasce morta? Não, ledo engano, tem alguém que muito meu trabalho admira e aprecia e diz sim, é poesia, portanto não escrevo a esmo, se ninguém quer, quero muito e muito eu mesmo. Na intenção de fazer alguém feliz, ou se já fiz, creiam não é e nunca foi pretensão melhor do que alguém, mesmo escrevendo para ninguém pode crer tento fazer apenas o bem. Mas é realmente triste, dar tudo de si numa ideia, e quando vai apresenta-la...Para onde foi a platéia? Mas, eu resisto, insisto e enquanto me aturar ante o espelho, meu poema jamais será o relho que me açoitará, continuo escrevendo e para mim mesmo declamar.

terça-feira, 12 de junho de 2018





Feliz Dia dos Namorados de todos os Tempos.
J. Nori

Hoje eu já tenho tempo para admirar a vida, para vê-la como antes eu não a via, quando passa devagar e as vezes com muita pressa tendo o tempo como sua  montaria. O tempo não para nunca, a vida não é assim, e quando chegar seu tempo chega também o seu fim. O tempo passa voando e as vezes é muito lento, é diferente do vento, que sopra as velas da vida e agita as ondas do mares donde o sustento a vida tira, o vento que a vida respira também depende do tempo, o tempo é senhor de tudo, desde que tudo seja regulado pelo vento. Hoje eu tenho mais tempo, ou o aproveito para ver, que não tenho tempo a perder, se quiser viver a vida; que cada rosa plantada é uma nova vida a nascer, que vai perfumar a vida que acaba de morrer. Hoje eu tenho mais tempo para pensar no passado, que um dia já foi hoje, mas somente hoje é lembrado; para saber que o futuro quando chegar é presente e logo a seguir passado. Hoje eu tenho mais tempo? Ou seria o contrário? Hoje é aniversário de quem namora ou namorou, é o seu primeiro namoro ou isto aconteceu ha muito tempo que passou? Só há um jeito de se aproveitar o tempo, é jamais desconhecer ou desobedecer a  sua majestade e saber que a felicidade não passa de um momento, que que um momento é uma fração do Tempo.

terça-feira, 5 de junho de 2018





Meu Tempo é Agora?
J. Nori.


Sou do tempo das ruas estreitas, das roupas bem feitas cosidas a mão, onde a torre mais alta era da Catedral, do homem sisudo ao ler o jornal enquanto alguém lhe engraxava os sapatos para ganhar moedas para comprar o pão. Sou do tempo das damas floridas, de vestes coloridas arrastando no chão, sou do tempo em que não se saia de casa sem dos pais pedir a Bênção. Sera que meu tempo é agora? Como afirmou certa vez o Poeta Mário Lago seria verdade? Logo ele que compôs e cantou Amélia aquela  que era Mulher de verdade? Nós Poetas as vezes nos contradizemos, principalmente quem poeta com rima, muitas vezes as palavras não cabem como algumas flores não se ajustam ao clima; mesmo assim vão surgindo os versos e no fim temos uma obra prima. Sou do tempo em que na sala não havia sofá, e isto é claro foi um grande avanço, lá estava a cadeira de balanço do patrono que mandava no lar. Sou do tempo que a casa era um Lar, por mais pobre que fosse a mobília, era o reino sagrado da família que ninguém ousava violar; sou do tempo de brincar no terreiro, enquanto os mais velhos proseavam no oitão; sou do tempo das ruas estreitas, das roupas mal feitas costuradas a mão. Sou do tempo que andar remendado, porém limpo não era coisa feia, ainda lembro da minha avozinha, a beira do fogo remendando meia. Hoje são largas as ruas, as moças se rasgam andam quase nuas, já não existe mais engraxate e na sala as poltronas e a Televisão, diferente daquele meu tempo... Hoje a virtude é que se arrasta pelo chão e não os vestidos cosidos a mão.

quarta-feira, 30 de maio de 2018




Vinho e a Vinha.
J. Nori.


Uma Vinha e a outra ia, não eram estradas ou caminho, uma era para fazer vinho, a outra ia a orgia, como muito vinho rolando, como duas mão orando, como se algo pegando, mas nada havendo entre elas, como os punho de uma  rede não esmurrando a parede, mas se segurando nela, uma parede sem janela. Uma janela com grades, onde o sol mesmo se prende, mas sai a hora que quer, pois não há prisão que tema, ainda não foi feita uma algema que prenda uma ideia, um ideal ou a fé. Podem até prender a vida, mas jamais um pensamento, quem poderia alcança-lo, nem a luz ou mesmo o vento; que façam o maior alarde, que encham o mundo de grade que a liberdade sobrevive; prefiro ser morto livre do que livre acorrentado. Não reze porque lhe mandam, não atire pedras porque devem ser atiradas; pois quem constroem os escudos também fabrica as espadas, quem já lhe prometeu os muitos, podem lhe trazer os nadas. Não nade contra a corrente, nem se acorrente por si, siga sempre este lema, quem lhe aperta as algemas, não é o senhor de si; pode ser somente um lacaio um sabujo, um reles molambo sujo que nasceu para servir. Vive neste mundo a esmo, só não servido a si mesmo por só saber bajular; termina morrendo a míngua, lustrando botas com a língua a qual não sabe falar.

segunda-feira, 30 de abril de 2018





O Bem do Esquecimento.
J. Nori.


Estive hoje bem cedo em tua casa, cedo demais ainda estavas em tua cama, o sol ainda não aparecera e havia muito orvalho na grama, antes de seguir o meu caminho, triste por não ter te visto, algo muito belo em teu jardim; um botão de rosas que apareceu se abrir para mim, espargindo seu perfume gratuito, para mim, para o mundo e o infinito e não foi somente eu quem isto viu. Logo um colibri corteja tua rosa, como um poeta declamando alguma prosa, num bailada mais belo que já vi. A efemeridade da beleza dessa rosa, como quem goza a vida num instante; na outra manhã já está murcha e sem perfume e sem nenhum colibri e e galante. Hoje me lembrei por um momento, que tudo isto aconteceu faz muito tempo e não foi ontem, 50 anos ou até mais, já não me lembro, e também não tenho quem os ontem. Mas voltei a tua casa, mas ela já não estava mais lá, lembrei com saudade do jardim, no lugar existe um prédio meio assim, nem muito alto nem muito baixo eu sei lá, depois daquele dia eu nunca mais te vi; porém nunca perdi as esperanças, as vezes me vem umas lembranças, esparsas e confusas, opacas e não completamente difusas que não entendo muito bem, mas se vão assim como elas vem. onde será que andarás, ainda plantas rosas, tens um jardim? Será que vives assim como eu, vez por outra me vens cabeça, serás que também pensas em mim? quem sou eu, quem és tu, quem somos nós, vivemos tanto, muito mais que aquela rosa, será que fomos felizes nesta vida, e já que estamos tão perto da partida; por que alguém escreveu sobre nós esta prosa? Não temos nomes documentos, beleza nem idade e nem certeza se conhecemos de perto a felicidade.

quinta-feira, 19 de abril de 2018





Serei eu um Poeta?
J. Nori



Eu sou o poeta que já escreveu na poeira, na areia, nas paredes e nos jornais, eu sou o poeta que amo a sua poesia, sem hipocrisia, eu a amo assim no mais. Eu sou o Poeta que conhece o Talvegue, quiçá  porque navegue sobre ele o tempo inteiro; eu sou o poeta que faz do coração tinteiro e da alma a pena que escreve poesia. Eu sou o poeta que amo a minha poesia assim como amo a sua, tenho a minha alma nua transparente e delicada, uma poesia escrita e dedicada a um poeta que por certo merecia. Eu sou o poeta ou talvez pense que sou, que canta o amor a minha aldeia e o infinito, eu sou o poeta, que não sei se por acaso, terei meu nome um dia escrito no Parnaso. Sou o poeta das paixões desenfreadas, como as mandas de corcéis a beira mar, sou o poeta que desconhece o medo, como o rochedo que apara a fúria que vem do mar. Eu sou poeta, mas não digo isto a esmo, porque poeto para você e pra mim mesmo. Dizer que sou poeta quiçá não devo, mas como se adoro o que escrevo? Se a minha poesia não lhe agrada, lembre-se que não foi para você que a fiz, deixe-a não a  apague nem a rasgue, por que com certeza ela fará alguém feliz.

sábado, 14 de abril de 2018





Um Livro, um Filho e uma Árvore.
J. Nori.



Eu já avistei 30 Faróis e vi o Por de sol de mil lugares diferentes, da Savana ao Pantanal, vi de perto muitas feras e serpentes; os Livros que escrevi são os meus filhos, onde cultivo das árvores as sementes. Eu já falei com muita gente, inclusive por gestos e sinais, já pedi perdão pelo que escrevo, mas nunca pelo que copio quando não devo; já fui chamado de idiota e de pateta, por quem nunca viu sequer um farol, que já viu só por ver o por do sol  e se julga um  menestrel ou um  poeta. Desconfio de quem diz conheço o mundo, mas nunca fala em navegar, se existe muito mais água do que terra, de que mundo ele está a falar? E assim como não são iguais todos altares, não é verdade que quem viu um viu todos mares. Quem ver por ver o por do sol, não se encanta com as cores do arrebol, é assim como quem navega, mas não desvia do Farol. Quando as ondas sacudiam meu navio em alto mar onde não há monte  ou desvio, eu encarei o desafio e fui até o último Farol, hoje para mim o Por do Sol que vejo da minha janela como escotilha, sinto a falta da onda que não a embala, mas me emociono que o Farol que muito brilha.

quinta-feira, 29 de março de 2018





Um Sonho tão Real não é Normal...
J. Nori


Eu tive um sonho, eu vinha por uma estrada de chão larga e muito bonita, ladeada por árvores cheias de flores. Encontrava muita gente bem vestida, ouvia até um farfalhar de seda e sentia muito perfume; era quase certo que iam para uma festa. E de repente eu encontrava a mulher que tanto amava, na verdade era uma menina da qual não me lembro o rosto, suas feições; tenho lembranças de quando era apenas uma criança e nem sabia falar direito, mas dela não lembro; mas no sonho era ela, muito elegante e alegre perguntou-me tão de perto que pude sentir seu hálito doce e perfumado: Queres que cante para ti a canção do Ventos Rascante? Nunca ouvi falar nessa canção, e a palavra rascante é que tem sabor áspero; mas no sonho eu não sabia e áspera foi minha resposta "NÃO", apenas isto, e alguém que também caminha comigo na direção contrária aquela maioria bem vestida, alegre e perfumada perguntou de repente: Por que fostes tão rude com uma moça tão bonita que queria apenas cantar uma canção para ti? Também asperamente respondi: Porque não queria cantar para mim, queria sim a minha aprovação para o seu ato, para poder repeti-lo para quem ama com muita emoção; e acrescentei: Ainda consigo comprar esta estrada para permitir o trafego somente numa direção; essa em que vamos, para que a Felicidade sinta do sabor da Solidão...E acordei. Pensei que foi um sonho triste, mas lindo, e quis dividir com vocês. FELIZ PÁSCOA A TODOS OS MEUS AMIGOS.

quinta-feira, 22 de março de 2018





Carmem para Sempre.
J. Nori


Não me pergunte, eu não sei dizer, se existe alguém que possa querer; de algum modo interromper a orquestra de executar Carmem de bizet. Não me pergunte eu não sei dizer, e quiçá vá responder uma incoerência se existe alguém que não faça uma reverência a Carmem de Bizet. Não me pergunte eu não sei dizer, e nem quero saber, não iria ser capaz de entender como alguém de algum modo quisesse interromper a execução de Carmem de Bizet. Não me pergunte, eu não lhe respondo, se necessário me escondo dentro de mim mesmo, para não gritar esmo: de que mundo é você. Você já esteve em Paris com a chegda primavera num entardecer? Ouvindo na rua na chegada da lua, alguém que não sei o nome com um saxofone tocando para você, mesmo que seja para o mundo, no fundo é só para você, ele toca Carmem de Bizet. Não me pergunte, eu não sei dizer, se ainda existe alguém que nunca ouviu ou sentiu o perfume de Carmem de Bizet.

terça-feira, 6 de março de 2018





Homenagem aos meus amigos e a Noviça Rebelde nos seus 53 anos.
J. Nori

A partir de hoje não vou mais me ocupar com o que ficou para trás, vou focar o presente olhando sempre a frente a querer muito mais. E sem mais premissa, a rebeldia de uma Noviça e a montanha em que ela cantou e portanto me encantou e me deu tanta paz, servirá de pano de fundo, para eu mudar o mundo, o mundo em que quero morar. Imagine Jhon Lenon te dizendo imagine, imagine um mundo de sonho; não, nao importa o tamanho, simplesmente imagine. Imagine Osvaldo Montenegro te dizendo: Faça uma lista dos dez amigos que você mais via há dez anos atrás, e agora faça uma lista com aqueles que você não verá nunca mais. A partir de hoje o mundo vai para mim diferente, o que vai mudar de repente, eu não sei, ou ainda não sei; só sei que será diferente, que depois da linha do horizonte haverá um muro e do outro lado escrito: Aqui é o futuro que anda não se fez presente. A partir de hoje nossa amizade será bem maior, bem melhor mais madura e mais pura e mais cheia de amor, e da Rebeldia de um Noviça, usarei com uma premissa e mais uma inferência, e um pouco da minha inteligencia para chegar a uma conclusão, que o mundo pode ser bem melhor se todo rebelde usar como arma, o que usou a Noviça Rebelde, ou seja o Coração. Ah! Eu amo nossa amizade e sinto saudade mesmo você presente, quiçá você nem percebe o quanto recebe de carinho e afeto e um coração aberto, sempre que quiser entrar. Nas montanhas ainda resta o perfume do teu canto, e as batidas do teu coração, em minha mente tu nunca parastes sempre pensei assim, e durante minha vida inteira  cantastes, talvez só para mim.A todos meus amigos dedico este texto singelo, aque atrelo ao carinho que por todos sinto, não minto o sentimento é sincero e a única coisa que espero, é que não duvidem de mim.

domingo, 4 de março de 2018






Os Erros da Minha Carta.
J. Nori


Se você não entendeu a mensagem que mandei, pense na dor que sentia no momento de escreve-la, não a amasse e a jogue fora, sem tentar decifra-la e le-la. A dor que embaçava as vistas, como um pesado vel, o gosto amargo na boca, bem mais amargo que fél, desculpa a minha franqueza, talvez vista como fraqueza ou conversa jogada ao léo. Não vou escrever novamente porque não seria o mesmo, quando escrevi a esmo a dor ditando a escrita, sem pensar em letra bonita ou em papel perfumado, como faz um namorado ao escrever a amada, não, eu não pensava em nada a não ser na minha dor tão doída de ter perdido o único amor que consegui nesta vida. Não me arrependo de nada, de ter escrito e enviado, e se serviu de chacota me sinto aliviado, as feridas sempre saram, as dores demoram, mas param, porém um amor bandido deve ser esquecido, abandonado. Não sei se isto é possível, mas me prometi tentar, em você não mais pensar e se isto acontecer vou pensar que você do mundo não é o centro, vou dar um gargalhada mesmo chorando por dentro. Ah! Faz tanto tempo que escrevi esta carta, como queria vê-la agora, se ainda está manchada com as lágrimas dos mesmo olhos que neste momento choram. Será que fostes feliz, eu não fui isso eu garanto, e ao saber que partistes sem alguém especial para te dedicar um pranto, novamente chorei, e novamente me veio a mente carta  que pela dor ao escrever  errei tanto.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018



O Tempo o vento e a Vida.
J. Nori



A teia que o tempo tece, pelas paredes da vida é como a das aranhas para pescar a comida, cuja presa enroscada será assim devorada e a teia será mantida; remendada, ou refeita, desfeita pelo próprio tempo senhor que em tudo atua, porém nada que toca na sua rede, mata a fome ou a sede que o tempo tem de vida. o vento que embala a rede da aranha ou do pescador, o vento que encrespa o mar fazendo a onda saltar e se atirar contra o rochedo, passa incólume pela rede do tempo sem nenhum medo; paro e penso um momento: Quem seria mais velho? o tempo ou seria o vento? A teia que a vida tece, é fria e indiferente, ao que acontece com a aranha, o pescador e o vento, tenta, mas jamais consegue deter a teia do tempo; que não pesca por comida e nem se acaba com com o vento e nem com o final da vida. Não tente tecer uma teia, como se tece uma meia ou se tecia antigamente, A meia você sabe que irá calçar, a teia não sabe o que vai pescar; o que poderá fazer, se o tempo, o vento e a vida jamais se deixarão prender?

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018





O Deserto da Multidão.
J. Nori.


O deserto não virá até você, a não ser que você fique parado enquanto tudo a sua volta é devastado sem você nada fazer, se for ao deserto não o culpe por mata-lo, ele não tem como ampara-lo a não ser como ele é. O deserto não é somente sol, areia e miragens, existem passagens na vida onde na multidão você estar no deserto como uma aranha sem rede, tendo a água ali tão perto e você pode até morrer de sede. Não se culpe por  estar errado ou certo; fique sabendo que existem seres humanos que não sabem viver longe do deserto; não fique triste por não entender ou não gostar de um lindo Poema, não faça disso um dilema, porque as vezes o tema é exatamente você que não sabia, que não precisa ser poeta porque já é Poesia. Se você acredita em Deus pode crer você está certo, veja o Oásis num deserto quem poderia ter feito? E o camelo? Quem poderia faze-lo para caminhar no deserto? Se você pensa que eu sou louco pode estar certo; pois vivo num bosque lindo, me sentindo num deserto.

sábado, 10 de fevereiro de 2018




O Velho e o Asilo
J. Nori


Eu vi alguém andando com um suéter surrado, empurrando um andador emprestado, de um velho num asilo por ele mesmo abandonado, que quando jovem poder ajudar e não fez; mas desta vez não teve oportunidade e a vida lhe mostrou como ela era, quando o céu escureceu e a chuva desceu, nem teve tempo de chegar até a tapera, a tapera do asilo que esqueceu. Sua lágrimas misturadas com a chuva, eram o vinho da mais amarga uva que a vida produziu que nos seus lábios forçavam para um trago, do vinho amargo da maior taça da construída, ao lembrar quando deixou no asilo aquele que lhe deu a vida e agora se embriaga, com a bebida mais amarga mas terá que ser sorvida. Eu vi alguém muito velho encarquilhado, pedindo que alguém o levasse amparado, a um asilo e ninguém apareceu; a sujeira do seu suéter surrado, e o barulho o andador emprestado do velho que ele um dia no asilo esqueceu. Ah! Esta vida não é somente uma bola, Ah! Esta vida é mesmo a melhor escola, triste daquele que nela nada aprendeu...





Sua amizade.
J. Nori


Eu navego no barco menor, naquele que traz menos peixes, naquele que tem menos redes, naquele do nome apagado, naquele que é sempre multado, porque nunca cumpre todas as regras; aquele que chega sempre por último porque é o que menos motor. Eu Torço sempre contra o Toureiro, mesmo sem nunca ter ter ido a tourada; eu viajo num banco apertado, mas não estou reclamando de nada. Nunca voei de primeira classe, apesar de já ter voado, mas não lembro de nenhum avião que caiu e o pessoal da primeira escapado; Quando pergunto onde achar um restaurante, me apontam sempre o mais barato, agradeço se saio sorrindo, estão apenas tentando ser sensato; me hospedo em hotéis sem estrelas, as vezes as vejo pelo telhado, ainda bem que quando isto acontece, é sinal que o tempo está do meu lado. Escrevo poemas e textos, que as vezes vejo nos sextos de sebos ou algum brechó; mas nã vivo chorando por isso, e quem sabe em razão disso é que a minha vida é uma alegria só. Outro dia eu estive em Paris, muito triste retornei de lá, quando alguém me sacudiu dizendo: Acorda e vai trabalhar. Eu não jogo na loteria, pensando num barco maior, que não precise de peixe e que não pague multas mesmo errado, voar de primeira classe e esquecer o banco apertado, das estrelas do hotel na fachada e não pelos buracos do telhado. O que quero da vida então, um túmulo bem ajeitado? Não! Nada disso me importa! Nem a minha alegria está morta nem tampouco minha felicidade; agora vou revelar com o que sonho mesmo, é coma sua amizade.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018





Liberdade, a Senzala da Vida.
J. Nori


Seria a Liberdade a senzala da vida? Você se liberta da primeira zona de conforto no útero da mãe e chora, você se liberta de ser criança e reclama porque queria continuar criança, você fica adulto e reclama por demorará para se aposentar, você se aposenta, sonha com muitas coisas, não faz nada e começa a ficar com medo de morrer. Você se lembra que um dia foi feliz quando conseguiu conquistar a primeira garota bonita, depois reclama por se casou e agora vive numa prisão; você se lembra de como era feliz em tão pouco tempo com uma linda gata numa cama e hoje reclama que para você só restou a cama. Você hoje dia ao amigo aos gritos no telefone: Eu defeco todos os dias, durmo quase a noite toda e urino apenas 3 ou 4 vezes; isto é a felicidade agora é conseguir defecar normalmente, coisa que antigamente era normal. Ah! ainda faço uma caminhada até a esquina, quando antes seu sonho era escalar o Everest, até se preparou caminhando centenas de kilomentros. Jogo, não vejo mais, me dá sono e termino dormindo e me assusto quado sai um goal e a garotada grita; antes brigava em casa para correr duas ou mais horas atrás de uma bola. Ah! onde dói? Em tudo que é parte do corpo, mas tem um ditado que diz: Se não sentires nenhuma dor, estás morto. Portanto, sinto, logo vivo. Agora uma pergunta? Quando é que vamos nos livrar de tudo isto? De correr atrás da liberdade, da felicidade, de fugir da infelicidade, de não ter nenhum compromisso, contas, encontros, reuniões? Quando? Quando não precisaremos mais nos preocuparmos se estamos defecando todo dia, qual é a cor e a forma, se estamos dormindo a noite todo ou não dormindo coisa nenhuma. Sabe quando, quando não mais nos interessar em caminhar 100 km ou 100 m, quando não importar se  o pico do Everest tiver a mesma altura  do monte de terra que jogaram sobre nós; isto em fim é Liberdade; descanso, não servia para o descanso dos escravos as Senzalas? Nós somos escravos da Liberdade, libertos ou não sempre haverá uma senzala chamada vida; e o Senhor dos Escravos eu não tenho certeza de quem seja, mas a Senhora da liberdade apesar de não querer mesmo sabendo ser inevitável, sei quem é!. O facebook não estaria sendo a Senzala de muitos?