Um Livro, um Filho e uma Árvore.
J. Nori.
Eu já avistei 30 Faróis e vi o Por de sol de mil lugares diferentes, da Savana ao Pantanal, vi de perto muitas feras e serpentes; os Livros que escrevi são os meus filhos, onde cultivo das árvores as sementes. Eu já falei com muita gente, inclusive por gestos e sinais, já pedi perdão pelo que escrevo, mas nunca pelo que copio quando não devo; já fui chamado de idiota e de pateta, por quem nunca viu sequer um farol, que já viu só por ver o por do sol e se julga um menestrel ou um poeta. Desconfio de quem diz conheço o mundo, mas nunca fala em navegar, se existe muito mais água do que terra, de que mundo ele está a falar? E assim como não são iguais todos altares, não é verdade que quem viu um viu todos mares. Quem ver por ver o por do sol, não se encanta com as cores do arrebol, é assim como quem navega, mas não desvia do Farol. Quando as ondas sacudiam meu navio em alto mar onde não há monte ou desvio, eu encarei o desafio e fui até o último Farol, hoje para mim o Por do Sol que vejo da minha janela como escotilha, sinto a falta da onda que não a embala, mas me emociono que o Farol que muito brilha.
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