A Janela.
J. Norinaldo.
Por esta janela eu vejo o rio, a
montanha o céu e vejo o sol, vejo a beleza sem inveja, vejo o vale que verdeja
e o colibri beijar a flor; vejo a borboleta colorida, vejo a chuva e vejo a
vida, só não vejo o vento, Deus e o amor. Quando quero vejo Deus nessa beleza,
vejo o vento agitando a natureza e o amor no prazer de tudo ver. Desta janela
eu vejo o rio, que desliza calmamente entre as montanhas como a mansa serpente
que caminha, levando nas suas entranhas a seiva que alimenta o mar. Desta
janela eu vejo a águia no seu voo imponente e elegante, passar pelo abutre sem
rompante, sem nenhuma soberba no olhar. Por esta janela eu te vejo e em ti posso ver o meu desejo de ser colorido e
de voar.
Olha bem, através dessa janela, e
guardas a beleza como de uma rara tela, que por mais bem pintada e mais bela,
jamais se compara... Com o que ora tu vês através dela.