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sábado, 31 de janeiro de 2009



A Obra.
J. Norinaldo


Mulher, deusa, musa confusa, prolixa prolífera,
Provoca, atiça, expõe, esconde, nega, e suscita,
Se curva, se mostra, se posta de costas de lados,
Se abre, reclama, em chama se deixa adentrar.
Envolve, revolve, aconchega, derrete se deixa escorrer,
Morre, revive, relaxa, enxerga estrelas com olhos fechados.

Delira, conspira, implora por mais, muito mais,
O ranger de dentes como sons de ferro em trilhos,
O branco dos olhos sem cores e sem brilhos,
Os poros vertentes como a fonte que canta.
Corpo cansado não saciado, mas ainda sedento,
Emana o alento, bafeja o perfume da gruta que encanta.

O espelho cúmplice que mostra inteira,
A rosa ora púrpura explicita o deleite.
Não censura a louca expressão em seu rosto,
Impropérios gritados durante o seu gozo,
Que agora repousa como a águia no pouso.
Num ninho de linho manchado por leite.

Não teme se calo se falo, ou o falo erigido.
Se o cheiro que embebe é seu ou de incenso,
Se em consenso seu ato não é permitido.
Despreza a quem por pudor fecha a boca covarde
Quem relega o prazer represando o apelo,
Do corpo febril que em combustão arde.

O Valete e a Dama literalmente fundidos,
Diante os quais a própria razão se dobra.
Os sinos tocando sem ter ninguém perto,
Canhões que disparam sem alguém comandar.
Para os alquimistas é a grande obra...
E sagrado é néctar que da taça sobra.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009



Clausura
J. Norinaldo


Enclausurado em minha concha de pedra
A vida passa como um rio sobre mim.
Essa fuga, esse medo de ser e de querer,
Cada vez torna mais firme meu casulo,
Mais efêmera a esperança que postulo,
Para abri-la para a vida, enfim viver.

Lúcido da minha total incompetência,
A inocência de um feto ainda no útero.
Escondido da vida e de mim mesmo,
Busco o refúgio covarde do escuro,
Sem passado, sem presente sem futuro,
Vendo a vida e rio seguir a esmo.

Sem almejar sonhos felizes dos valentes,
Sei que minha covardia tem um preço.
Que o grito represado na garganta,
Liberado representaria um recomeço,
Mas me falta à coragem pra solta-lo...
Talvez o fim esteja na ilusão do começo.



Musa dos Meus Sonhos
J. Norinaldo.

A lua é linda e o poeta fala dela
Na linguagem universal da poesia.
Se conhecesse essa mulher como eu conheço,
Até da lua o poeta esqueceria.

O seu corpo é premissa do pecado.
Seu sorriso e os seus lábios sensuais.
Foi escolhida como musa do parnaso,
Não por acaso é a mais bela das vestais.

Quando debruça o seu corpo na janela.
A lua linda vem ficar de sentinela.
E até a chuva que cai naquele momento,
Pede o auxílio do vento pra tocar o rosto dela.

Encanta as notas que saem de um violão.
E embarga a voz de um cantor.
Existem amores que o próprio amor desconhece,
E não há prece que interceda em seu favor.

O coração nada entende de razão.
E paixão é diferente de amor.
Se não sou digno do teu coração...
Aceita ao menos o poema que te dou.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009



Eu Corria.
J. Norinaldo.

Eu corria, corria sem desespero, mas corria. Não só eu corria, mas uma multidão corria a minha frente; dos lados, gente, muita gente! Eu nunca vi tanta gente correndo, nunca senti tanta alegria, e felicidade em correr. Não sentia cansaço, e continuava a correr.
Não era uma estrada; corria dentro de um trigal, mas não era trigo comum. Os cachos eram de ouro, puro ouro!
As pessoas que também corriam tinham as vestes brancas imaculadas; a poeira não atingia suas vestes.
Seguia-nos bigas, conduzidas cada uma por quarenta e dois cavalos brancos, com arreios de ouro e prata. O trigal se abria a nossa passagem. Eu temia olhar para trás, e depois não ver mais o que via a minha frente. Só corria, e corria. A cada passo sentia que minhas forças eram renovadas e continuava correndo. Milhares de bigas puxadas pelos cavalos brancos também corriam ao meu lado, e por todo lado.
Uma música suave e bela como nunca ouvi antes pairava no ar. Aquela música parecia ser o nosso combustível.
Pelo barulho na retaguarda, eu sabia que milhões de pessoas também corriam, e aquele trigal que parecia não ter fim... Eu não sabia por que corria, não tinha tempo para pensar, eu só queria correr, e como me sentia bem com isto. E a corrida prosseguia ninguém se cansava; a minha frente muitas bigas, e eu sabia que atrás vinham muitas outras. A música continuava tão melodiosa a entrar em meus ouvidos, a me impulsionar para frente, eu parecia flutuar.
De repente, vi à frente das primeiras bigas, um jovem loiro que conduzia uma tocha. Dessa saía uma chama azulada, de um azul tão belo como nunca vi antes. Aquele jovem corria comandando o exército de bigas. Parecia voar, seus loiros e encaracolados cabelos tinham a cor do trigo.
Eu só corria, como todos ali. Que alegria em correr!
De repente, começaram a surgir outros jovens como que por encanto. Todos com tochas nas mãos do mesmo azul.
Um perfume sutil emanava de todos os cantos.
Chegamos a um palácio muito bonito. As bigas faziam manobras artísticas e, em segundos se posicionavam formando um corredor. E, mesmo sendo milhões, todos ficavam numa posição de onde era possível ver o longo corredor formado. De frente, umas para as outras, o grande exército posicionado em sinal de grande respeito.
A multidão, enfim, parou de correr.
Então eu tive a maior emoção da minha vida. Vi uma carruagem conduzida por cavalos de todas as cores, guiados por um anjo. E, no centro, CHICO XAVIER. Eu assistia a chegada dele ao céu.
“Senti uma imensa vontade de escrever este texto ao ouvir uma música italiana”. E simplesmente escrevi.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009




A Noite.
J. Norinaldo


A noite olho a cama o teu lugar vazio.
Na colcha um coração bordado e o travesseiro frio.
Mas que ainda conserva aquele suave perfume,
Que às vezes causava tanto ciúme,
Quando tu usavas com tanto prazer.

Levanto, me visto e saio para a rua.
Novamente vejo aquela mesma lua,
Que em outras noites via em teu olhar.
Procuro refúgio em mesas de bares
Embriagando-me de dor saudade e pesar.

Volto para casa sozinho ébrio de amor,
O peito uma verdadeira represa de dor.
O luar inocente que adentra a minha janela,
Com as sombras das grades constrói uma cela,
E nela aprisiona o meu coração sofredor.

A dor da paixão que o meu peito inflama,
Ouço os seus passos vindo pra cama.
Fecho os olhos e aguardo seu doce beijo,
Quando novamente a razão me chama,
Mostrando-me o lado mais frio da cama.

domingo, 25 de janeiro de 2009




Rico Centurião.
J. Norinaldo.

Posso te vestir de céu e enfeitar-te de estrelas.
Construir lindos castelos de esmeraldas,
Mandar fazer os mosaicos de brilhantes.
Cobrir teu corpo com as pérolas mais raras,
Perfumar-te com as essências mais caras,
Dar-te o mar com palácios flutuantes.

Jurar-te amor eterno e exclusivo,
Dar-te certeza de que só pra ti eu vivo,
Criar exércitos pra zelar pelo teu trono.
Construir templos para exaltar tua beleza,
Mesmo assim terei sempre a incerteza,
Se tenho teu amor, ou sou o teu dono.

Quem sabe alguém que só oferece trapos.
E uma vivenda construída de farrapos.
Desperte em teu coração tal sentimento.
Juntei tesouros para ser grande, ser senhor,
Todo esse ouro que não serve para nada,
Se não consigo conquistar o teu amor.

Fica a lição estampada na entrada do castelo:
Aqui vive um nobre solitário valente centurião.
Cujo grito de guerra fazia tremer toda a terra.
Hoje sozinho sem exércitos só ele e a solidão,
Com a espada se conquista honra e brasão,
Mas, no amor a única arma é o coração.



Um Copo D´água Pelo Amor de Deus
J. Norinaldo.

Minha terra tem palmeiras e também tinha sabiá.
As aves que aqui gorjeiam hoje não gorjeiam lá.
Na minha terra os rios não correm mais,
Onde estão os verdes canaviais,
Por que as aves lá pararam de cantar?
Em outras eras tinha rios e pantanais.

Será que um dia o mar vai virar sertão?
Como cantou o poeta em seu refrão.
E se ninguém mais souber como era um rio?
E se a terra nunca mais entrar no cio?
Será meu Deus que ainda haverá solução?
Ou o planeta ficará morto e vazio?

Quando a água preciosa se tornar uma moeda,
E ninguém mais ver o sorriso de uma criança.
Em vez de ouro o homem buscando água na terra,
Para encher o seu cantil e ir à guerra,
Na sua mão uma cruz que se transformou em lança.
Talvez ai, ele lembre onde errou e ainda erra.

Quem sabe ai os rios voltem novamente a correr,
Com tantas lágrimas de quem cansou de sofrer.
E as águas tragam para nós de volta o verde,
Matando a sede de quem mereceu sobreviver.
As matas voltem verdejantes para a vida,
Até o homem novamente de tudo esquecer.

sábado, 24 de janeiro de 2009



Recado
J. Norinaldo.



Através das ondas do mar e do vento que as embala, te mandarei um recado que a brisa irá murmurar, tomara que o recebas e através dele percebas, o quanto é lindo amar.
À noite na maré calma caminha a beira mar, escolhas no céu uma estrela aquela que mais brilhar, pense em mim nesse momento, que através do pensamento iremos nos encontrar. Faço isto todas as noites, mesmo naquelas chuvosas sem ver estrelas no céu, sei que elas estão lá. Assim como sei que o amor tudo transcende, é sentido não se aprende não se compra e nem se vende, não é somente escolha. O amor não tem tamanho não há corrente que a prenda nem coração que não sinta. E não precisa de tinta para colorir a vida, o amor é como o mar, porém sabe a força que tem, não é paixão que vai e vem, quando chega é pra ficar.
Atire a primeira pedra quem nunca sofreu por amor, se não sofreu vai sofrer, já nem consigo lembrar de quantas vezes chorei. E enquanto a vida quiser que eu chore por ti mulher, com certeza chorarei.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009



Eu vi.
J. Norinaldo.


. Eu vi Tarzan viajando num cipó, eu vi Sadan balançando numa corda, Vi Gengis Khan comandando sua tropa, Ali Babá recrutando sua horda, Eu vi Moisés sozinho em cima do morro, falar sozinho, coitadinho dava dó, e com a cobra que ele fez com seu cajado, eu fiz um cinto e doei ao Faraó.
Eu vi o Mar Vermelho se abrindo, aquela turma toda entrando e saindo, votei pra que soltassem Barrabás, e até hoje devo dinheiro a Caifás. Trancei a rede com que Pedro pescou alma, quando Jesus se exaltou eu pedi calma, e a ode que cantei sem pretensões, todo planeta parou pra bater palma.
Tudo que foi visto neste mundo, tenha certeza de que fui eu quem viu mais, na explosão do Big Band, eu estava lá, o Raul Seixas já chegou tarde demais.
E então você já sabe quem sou eu? Se não sabe então eu vou lhe dizer, eu sou o ´sábio, o forte o belo, o altruísmo, o egoísmo, meu amigo será que eu não sou igual a Você?


Tudo Passa.
J. Norinaldo.


Tudo passa, tudo passa, tudo... Passa a dor, a solidão, o sofrimento o dissabor. Passa o tempo e com ele passa tudo.
A vida passa e o homem passa a vida sem entender que foi a vida que passou; passa a riqueza, a beleza enfim... Quando vemos tudo passou.
Que corpo! O que é isto? Uma deusa aqui na terra? Não admira que por Helena Tróia fosse à guerra. Quanta vez já sonhou com este corpo? Tendo, porém a convicção de jamais poder tocá-lo, agora aqui estou, a olhar o mesmo corpo, só que agora apenas corpo, corpo que em vez de paixão, agora lágrimas de saudade e de dor. Um corpo que a porta da cripta espreita É na verdade tudo passa. Pala última vez vi este corpo passar, não mais com o andar de uma deusa sobre nuvens, carregado não por fãs em histeria, sem gritaria, apenas preces em silêncio, a despedida é para sempre, não haverá mais retorno, beijos abraços euforia. Descartado este corpo por tantos sonhado.
Por que tanto orgulho nesta vida? Se a única certeza que nos dá, é que um dia também passará, quando isto acontecer ao pó, novamente passará.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009



VOCÊ.
J. Norinaldo.



Existem belezas nos contos, fantasias e mistérios; existem histórias tristes de desencanto e partida, adeus até nunca mais. Existem histórias de reinos de princesas e de fadas, bruxas malvadas com maçãs envenenadas, outras levadas que brincam com sentimentos. Porém, não existe história mais bela do que a nossa, e nem no mundo quem possa envenenar este conto. Nosso amor já nasceu pronto, e com endereço certo; não há distância ou deserto que o faça sair do rumo, como da laranja o sumo, como da flor o perfume. Entre nós não há ciúme, só confiança e amor, felicidade e prazer. E não preciso dizer aqui como te chamas, pois sei o quanto me amas, assim como eu amo a ti. Se aqui coloco teu nome dá uma vaga impressão que podias ser qualquer uma, e tu sabes que não és, pois só existe uma mulher que vive em meu coração. Só ela precisa saber. E esta mulher és tu.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009



Cabo de Lança
J. Norinaldo


Pelos corredores restaram as taperas.
Lembranças vivas dos nossos avós.
Ainda cruzam tropeiros e velhos peões,
Como a mostrar que a Pampa é a mesma,
E quem mudou fomos nós

O Velho tropeiro olha no galpão,
Suas tralhas mofadas atiradas ao chão.
Bastos, arreios e o seu tirador,
O cabo do mango já virou tição.
No lugar do pingo agora um trator.

É o gaúcho que pulou do berço pra lida,
Seguindo uma tradição antiga,
Sentindo agora as afiadas rosetas,
Cortando as suas paletas,
Com as esporas da vida.

Gaudério simples sem rancho ou palácio,
Mais para tio Anastácio no fim do corredor.
Olha o que juntou pra deixar por herança,
Um mango, uma adaga e um bichará,
A guaiaca vazia o tirador e um pala...
E se a alguém interessa a sua bengala,
Que um dia já foi o seu cabo de lança.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009



Felicidade.
J. Norinaldo.


Tenho medo de ser feliz e a felicidade almejada não ser o que sempre quis, quem sabe no fim do túnel, aquela luz tão sonhada, revele a realidade que antes estava escondida, e que nos mostre que a vida não passa de uma charada.
Na caverna de Platão seria alguém feliz? Sem ter responsabilidade de conhecer a verdade, Dizem que a felicidade está onde a gente quer. Que o destino é o próprio homem que arquiteta, e o poeta professa apenas sua matiz, mesmo aquele da caverna poderia se considerar feliz.
Busco a felicidade como o ar que respiro, em alfarrábios, papiro, na pedra filosofal, só que quando encontra-la, vou ter que depois separa-la de: paixão e vaidade de ilusão e saudade, até do bem e do mal, como alguém que separa todo joio do trigal.
Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, e que um milhão de mentiras não vale uma verdade, também dizem num instante pode se viver uma vida, partindo dessa premissa, e sabendo que a felicidade nunca foi uma constante, em qual momento da vida escolheria esse instante?
Você só será feliz no dia em que descobrir que a felicidade não se encontra por aí. Que é só fechar os olhos e olhar dentro de si, liberta-la dos grilhões, abrir os olhos e sorrir, poderá ter ai de volta o paraíso, o preço, só um sorriso, e... Acreditar.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009



BEM VINDO.
J. Norinaldo.

O tempo urge o vento ruge, o homem se insurge em busca do por que. Por que saber, por que querer por que amar por que viver? Por que o ódio, por que chorar, por que sorrir por que morrer? Por que o tempo, por que o vento porque o mar? Você já pensou já se perguntou o que é por quê? Quem foi que o criou e o criou por quê? Um jogo de perguntas que não têm respostas e sabe por quê? Por que agora é resposta, não é mais pergunta e eu não sei por que.
Por que fiz este Blogue? Isto eu sei por que. Fiz pensando em você.
Seja Bem Vindo, e muito obrigado pela visita, Por que para mim além de uma honra é um grande estímulo. Sabe por que... Você deve saber por quê.

domingo, 18 de janeiro de 2009




A Verdade.
J. Norinaldo.

Encontras a verdade e ela te libertará.
Nossa busca continua por que ninguém a conhece,
A mentira se encontra facilmente em qualquer lugar,
Na esquina, até no templo o homem mente na prece,
Confunde a felicidade que busca em promiscuidade,
Desejando a liberdade sem saber se a merece.

Desde os primórdios da vida o homem busca a verdade.
E nessa busca incessante por todo canto da terra,
Talvez até descobrisse, mas por vaidade escondeu,
Templários, alquimistas, maçons, calabouços porões...
Mas de fomentar a guerra, o homem nunca esqueceu.
Não descobrindo a verdade, foi só o que aprendeu.

Homem que mostra o peito cravejado de medalhas,
Que conseguiu nas batalhas matando seu inimigo.
Na verdade seu amigo, seu irmão que em terra cai,
E no teatro de guerra que mais pode menos chora,
E quando chegar à hora de explicar tudo ao Pai?
Se a verdade é descoberta, novamente vai embora.

Lindas medalhas de ouro no peito de alguém reluz.
Se conhecesse a verdade delas não se orgulharia.
Símbolos de distinção todas em forma de cruz,
O aparato que usamos para sacrificar Jesus,
Se voltasse hoje a terra o homem o mesmo faria,
Quer descobrir a verdade, não Aquele que a conduz.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009



Xeque Mate.
J. Norinaldo

O crepúsculo me leva a pensar no tempo.
Um tempo que não voltará jamais.
O tempo que tudo pode, tudo muda,
Somente de voltar não é capaz.
Não sei se ainda tenho tempo,
Para entender o tempo que ficou pra trás.

Ah! Se pudesse voltar no tempo…
Quanto erro poderia corrigir,
Quanta mágoa poderia evitar,
Quanta coisa que com o tempo aprendi,
Se fiz alguém sofrer e chorar…
E por acaso com o tempo esqueci.

Porém o tempo não volta mais!
Da vida é o mais forte baluarte.
Decide tudo não precisa permissão.
Nesse jogo não passamos de peão…
Quando achamos que já sabemos tudo,
O tempo então grita alto: xeque mate.


O Futuro
J. Norinaldo.



Presente é o que vivo neste momento.
Com saudades do passado que se foi.
Sonhando com um futuro que virá.
Futuro que quando chegar é presente.
Vira passado de repente, e só este ficará.
Cada segundo que passa jamais se repetirá.

A vida passa como um rio que não pára.
Duas vezes no mesmo rio você jamais entrará.
O rio corre calmamente para a grandeza.
Na certeza que um dia será mar.
E você qual é a grande certeza?
Que um dia ao pó retornará.

O homem busca avidamente o futuro.
Na incerteza da busca e no por que.
O passado já vivido é esquecido,
Como um velho livro que reler.
O presente é apenas uma ponte,
Para o futuro onde o homem vai morrer.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009




Ah! Saudade.
J. Norinaldo.


AH! Se saudade matasse.
De certo estaria morto.
Mas ela é má e tortura.
Enche teu ser de amargura,
Machuca e te deixa torto.

Bem que prefiro a loucura.
Loucura pra eternidade.
Sei que isto diz bem pouco,
Já que sei que fiquei louco,
Justamente de saudade.

Lembra daquela arvorezinha.
Onde nossos nomes gravou.
Ficou tão linda e frondosa,
A natureza caprichosa,
Só o coração deixou

Suas folhas no outono,
Dançam ao sabor do vento.
Me trazem doces lembranças.
Do nosso amor de crianças,
Que saudade que tormento.

A saudade não envelhece.
Do tempo ela acha graça.
E cada outono que chega,
Ou primavera que passa.
Põe mais fel em minha taça.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009



Inocência
J. Norinaldo


Enquanto a inocência é brutalmente violada.
A violência é mansamente inocentada.
É a inocência que se vai e mais violência que vem.
Quem não tem nada sofrendo com o violento que tem.
Quem tem voz pra coibir é cega e não vê nada.
E o mundo vai girando, trocando o mal pelo bem.

O mundo prostituído só pensa no vil metal.
Na cobiça na inveja em baús cheios de ouro.
A honra caiu de moda é coisa para inocente.
O homem segue negando seu verdadeiro tesouro.
Criando leis, legislando pensando em si somente.
A família em extinção, maior bem de antigamente.

Meninas que no passado se divertiam brincando.
Hoje estão amamentando os filhos do modernismo.
Só se pensa em consumismo até Deus é consumido.
Quem decorou os ensinos que Ele trouxe de graça,
Torna-se bem sucedido vende no templo ou na praça,
Na corrida por tesouros o próprio céu é vendido.

Será que o homem acredita no tal juízo final.
Quando passará recibo do que fez de bem ou mal.
Já nem sabe se acredita ou é mais uma charada.
Quem me vê aqui falando pensa que não devo nada.
Sou réu confesso é apelo para o arrependimento,
No julgamento eu queria, estar longe do tribunal.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A Tempestade


Tempestade.
Sara Levy Lima.

Sinto-me perdida na imensidão do oceano
naquele lugar onde não há um ser humano.
As vagas, imponentes, esmagam-se contra o pequeno veleiro,
e eu, só...
...sem ter marinheiro que conhecesse aquele mar profundo.
O vento, rugindo, ameaça maior tempestade ainda
ao sentir aquela noite que já finda.
O mar parece louco... furioso com a minha ousadia,
fugir? inpossível covardia!
perder-me-ia naquela imensidão.
Fugi para um canto e de meus lábios brotou uma oração.
Senti então sobre meu ombro, suave mão...
era de alguém que de mim se recordava.
Com sua chegada, a tempestade amainava
e suavemente, envolveu-me nos seus braços
encostou minha cabeça no seu peito.
Assim esqueci a tempestade avassaladora
ao sentir tal presença acariciadora.
Fechando os olhos, suavemente
senti que me acalmava docemente.
Até que, por fim acordei
e tristemente vi que sonhei...
era belo demais p'ra ser verdade
tudo aquilo que era fruto da saudade.
E o mar, impiedoso mais bramiaao sentir aproximar-se um novo dia




Amor→←Roma
J. Norinaldo

Todos os caminhos levam a Roma.
Nem todo caminho leva ao Amor.
Roma alguém sempre indica a direção.
Veja como se escreve Amor e Roma.
Parecem setas de mão e contra mão.
Haveria nisso algum axioma.

Roma foi a sede do poder da perdição.
Amor que de modo diferente se escrevia.
Roma era o templo da beleza e sedução.
Rômulo e Rêmulo um símbolo de união.
O que faz uma loba nessa história de amor?
Mostrar que amor é diferente de orgia.

Posso mostrar como vais chegar a Roma.
Não sei o caminho que te levará ao amor.
Há muito tempo Alguém esteve por aqui.
Ensinou o caminho, mas o homem esqueceu.
O amor que plantou e deixou pra ser cuidado.
Não foi regado, não vingou e pereceu.







segunda-feira, 12 de janeiro de 2009


MUTISMO.
J. Norinaldo.

Tranca teu castelo para o mundo.
Eleva a ponte e alimenta o teu mutismo.
Mesmo assim verás que nunca estás sozinho.
Teu companheiro será sempre o egoísmo.
Porém se olhares lá do alto de uma torre,
Verás que o mundo necessita de altruísmo.

Uma concha de pedra enclausura o teu corpo.
Que busca no silencio a solidão e a calma.
Por covardia ou por puro comodismo.
Criando para si um mundo a parte.
Isolando o templo em que vive tua alma,
Que Deus criou como a mais bela obra de arte.

Em vez de uma fuga covarde sem sentido.
Abras as portas do castelo ao caminhante.
Destrua a concha do casulo que escraviza.
Abra as cadeias das correntes que te oprime.
Pois somente o amor se eterniza.
Deus ensinou que só o amor redime.

Como a amor vai adentrar teu castelo.
Para ensinar-te o poder da redenção.
Se a ponte não se encontra sobre o fosso.
Ou é estreita e sequer tem corrimão.
Será que sabes de que ponte estou falando?
Eu explico a ponte é teu coração.

Ápice.
J. Norinaldo.


Uma minúscula gota cristalina de suor.
Que desliza entre os teus túmidos seios.
Causando arrepios no seu doce deslizar.
Pelo caminho percorrido por meus lábios.
Sabe de cor o caminho que percorre com ardor.
Até molhar bem de mancinho a doce taça.
Como o orvalho a rorejar uma flor.

Gota de orvalho que se mistura ao néctar.
A semente da vida que ha de vir.
Que manchará o branco cetim da alcova.
Que não reclama dos embates sobre si.
Ainda presente teus gemidos os teus ais.
Teus apelos cada vez querendo mais.
São tão reais como as estrelas que ainda vês.

Não reclamas da dor ou do cansaço.
Num meigo abraço meloso e sonolento.
A bonança após a tempestade louca.
Da tua boca a poesia indolente.
Parece inerte negligente sem sentido.
Que arrebata a razão por um instante.
Numa batalha sem vencedor nem vencido.

É o corpo recriando a poesia universal
Sem hipocrisia com a loucura que domina
Sem segredos como a tábua de esmeralda
Sem mistério assim embaixo, assim em cima
O amor não é conquista é entrega é dação
È poesia que não carece de rima
Que Deus nos deu como a mais bela obra prima






Quem tem um Poeta dentro si.
J. Norinaldo.


Alguém muito sábio disse: “Quem tem um poeta dentro de si, jamais viverá em paz”.
Parece simples, mas não é. O poeta vê o mundo com mais cores, com mais perfume, porém também enxerga mais longe, tem mais intuição, consegue vislumbrar sem muito esforço, mesmo entre lindas cores, perfumadas flores ou sussurros de amantes, gemidos de dor, e de lamentos.
Certa vez, uma amiga me enviou a foto de um pássaro azul de extrema beleza para colocar como papel de parede no meu monitor, antes, porém pediu-me para que se possível fizesse uma poesia descrevendo tanta beleza com que a natureza nos regalava. Assim que o arquivo carregou, vi que realmente era uma maravilha de beleza e cores, porém trazia no bico uma libélula esmagada. Eu então lhe disse: Você reparou que ela tem no bico um inseto esmagado? Com certeza para esse bichinho, não existe tanta beleza nesta ave em questão.
_ Pôxa! Espantou-se minha amiga. Pensei que os poetas só tivessem olhos para a beleza e o romantismo. Talvez, no começo terá sido assim. Hoje é impossível criar poesias apenas baseado no lirismo.
Hoje acordei mais tarde, abri a porta e vi meu jornal atirado na grama bem aparada do meu pátio. Ao lado uma linda e suculenta manga que caíra durante a noite. Com uma mão recolhi o jornal enquanto com a outra acariciei aquela fruta como o seio túmido de uma deusa. Olhei para o jornal e vi na manchete principal, uma casa destruída por uma chuva de granizo, logo adiante vários prédio destruídos pelos ataques de Israel a Faixa de Gaza.
Que diferença... Quantos no cenário triste da guerra, não conseguiram acordar, por que não dormiram apavorados com as bombas, não abriram à porta por que as bombas destruíram suas casas, não precisam de jornais, por que estão no centro de uma realidade cruel e tudo vê. Talvez apenas para saber o número de mortos, e se algum parente ou amigo está nesta bizarra lista.
Agora, analise o motivo da guerra. Muitas vezes por um pedaço de terra, uma bandeira e um hino, e a satisfação de dizer: “Esta é a minha pátria, a minha terra”. A mesma terra que dá o fruto para quem tem fome, a mesma terra que muitas vezes teve suas entranhas rasgadas por valas preenchidas por cadáveres daqueles que lutaram pela sua posse.
Bem! A minha casa está de pé, nenhum buraco de bomba no meu pátio, o dia está lindo, a única coisa que me irritou, foi: Já falei centenas de vezes para o rapaz que distribui o jornal, não atira-lo na grama, será tão difícil assim arremessa-lo com um pouco mais de força para que caia na área? E isto que dizem que sou poeta.
Ter sua casa destruída por um vendaval dói e às vezes mata. Porém tê-la arrasada por uma bomba jogada intencionalmente por um ser pensante, seu semelhante dói milhões de vezes mais. E se for você a jogá-la? Qual será a sensação?
A natureza tem e nos dá: Frutos, flores e perfumes, cores, enfim, a vida. Como não conseguimos fazer nada disto, damos o que temos: Ódio, preconceito, bombas, morte. Aprendemos a voar com o pássaro supra citado, enquanto o pássaro usa sua condição para replantar florestas destruídas por nós, frutos que alimentarão a humanidade, o homem usa a arte que aprendeu para transportar as bombas e poder joga-las no alvo certo. Seu semelhante. Não conseguiu fazer uma flor, mas seu perfume sim, e consequentemente gazes letais que eliminam irmãos em segundos.
Se você que visita meu blog, esperava mais uma poesia, lamento. Mas nem sempre é possível ser poeta. E quem sabe olhando com jeitinho, não encontre ai alguma poesia. Será????

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009



Desmando.
J.Norinaldo.


Enquanto o homem não aprende
A natureza vai sofrendo com o desmando.
Seus filhos vão seguindo os seus exemplos
E grandes desertos vão formando.
A vida no planeta ainda é possível
Não se pode assegurar até quando.

O véu que envolve e protege o planeta.
É tratado como um simples pano de chão.
Para a ciência isto não é prioridade.
Proteger a Amazônia um triste sonho.
Pois aqueles que são donos da verdade
Não precisam de camadas de ozônio.

A água a nossa maior fonte de vida.
Tesouro ao qual o homem não se apega.
Só o ouro e o dinheiro é o que lhe importa
A ganância deixa a humanidade cega.
O homem enfim polui tantos os seus rios,
Que caminha sobre eles, não navega.

Tem alguém lá em cima vendo tudo.
Só Ele sabe que o final se aproxima.
Tentou de tudo, até Seu filho mandou.
Que aqui deixou a mais bela obra prima.
Afinal o que será que Deus pensou,
Quando acordou a com a explosão de Hiroshima.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009




A Abelha
J. Norinaldo.


Outro dia eu regava meu jardim.
Uma abelhinha pousou em minha mão.
Senti a dor da ferroada sem entender.
Por que me agredira sem razão.

A abelhinha foi morrer logo adiante.
Pois deixara sua vida em minha mão.
Não consigo decifrar essa mensagem.
Guardei com carinho seu ferrão.

Talvez tenham lhe roubado o mel.
Sua casa, sua família querida.
Sem mais nada para me presentear,
Me deixou de presente a sua vida.

Coisas pequeninas que não vemos.
Jamais veremos todas as estrelas do céu.
Olhe bem no olhar desta abelhina,
Ele é bem mais doce que seu mel.

domingo, 4 de janeiro de 2009




Passarinho na Gaiola.
J. Norinaldo.


Ouça como canta meu canário na gaiola.
De manhã cedo minha casa é uma beleza.
_Ele não canta na verdade está chorando
Não por si, mas por ti, sabe por quê?
Por ser incapaz de ver que solto na natureza
Tem muito mais beleza que cantando pra você

Existe um pássaro que depois de engaiolado.
Tem os dois olhos furados pra poder cantar melhor.
A maldade do homem não tem limite.
Inteligente, prepotente ele se acha o melhor.
Diz que errar é humano e por isto mesmo erra,
Com certeza aqui na terra dos animais é o pior.

Quanto mais eu conheço o ser humano.
Tenho a certeza que queria nascer no mar.
Mas não posso contestar o Criador.
Que me fez com tanto amor e carinho.
Mas eu não soube aproveitar.
Preferi me tornar um ser mesquinho.




Animais e Animais.
J. norinaldo.


A natureza nos ensina a ser humanos.
A ser insanos aprendemos por nós mesmos.
Deus deu tudo para o homem ser feliz.
Ele não quis e preferiu argumentar.
Desmanchar aquilo que recebeu pronto
Bater no peito e dizer fui eu quem fiz.

Que belo exemplo vejo ali naquela árvore.
Veja, bem no alto tem um ninho.
Todo dia o passarinho sai e volta aquele galho,
E com fruto do seu trabalho alimenta o filhotinho.
Por mais longe que seja sua tarefa,
Aqueles pais jamais esquecem o caminho.

Agora veja a casa grande lá na frente.
É um lar para crianças sem pais.
Alguns saíram para buscar alimentos,
Pelo caminho encontraram entretenimentos,
Esqueceram e não voltaram nunca mais.
Confirmando que existem, animais e animais.

O homem esqueceu que Deus ver tudo.
Onipotência, onipresença onisciência.
O homem sabe que ele é misericordioso.
Por isto ardiloso apelou à prepotência,
Criou a guerra para matar seu irmão,
E tribunais para enganar a consciência.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009


Quem Será?
J. Norinaldo.

Quem terá sido a rendeira que enfeitou as ondas do mar, quem compôs essa canção que o vento vive a cantar, quem me deu a esperança de alvíssaras decifrar, num simples sopro da brisa que vem do mar. Quem será que te fez linda pra deleite dos meus olhos, para enfeitar meus sonhos, minha vida colorir. Quem será? Quem será que trouxe a neve para a montanha cobrir, também trouxe o arco íris à floresta o passarinho, que canta todas as manhãs para me tirar do ninho. Quem será?
Uma dúvida atroz a minha mente tortura. Quem será que trouxe à guerra, a fome e a tempestade, quem será que trouxe à peste a dor a desigualdade, o preconceito o ódio à falta de humanidade, o desamor pelo próximo, à falta de caridade. Quem será? Que trouxe tanta maldade.
Veja a primeira parte, só poesia e lirismo, Porém confundimos o altruísmo, com vaidade e egoísmo, um lugar aconchegante para o ódio e o conflito, teria um Homem dito:
“Ame ao próximo como a si mesmo”. Teria falado a esmo Aquele que Deus mandou? E aquilo que aqui plantou e deixou para o homem regar, este esqueceu de molhar e a plantação morreu.
Eu tive um sonho lindo, uma guerra onde minha arma era uma cruz, dos canhões em vez de balas jorrava fachos de luz, que desenhavam no céu a imagem de Jesus.

Ausência
J. Norinaldo

Causa-me dor a tua ausência.
Procuro em vão não pensar.
Que também sofres ausente.
Como a onda longe do mar.
Que querias estar aqui presente.
Para meu sofrimento abrandar.

Ah! Essa distancia infame
Este silencio é tão cruel
As minhas noites tão longas.
Na boca este gosto de fel.
A solidão me atormenta e tortura
Vejo a vida escondida sob um véu.

Recordo aqueles nossos momentos.
Caminhando a noite a beira mar.
Agora vejo em tudo um deserto
Não consigo mais ao menos decifrar,
O que as ondas nossas mensageiras
Vem aos meu pés docemente murmurar.

Parecem até chorar comigo.
Cúmplices da nossa paixão.
Quando ralávamos na fria areia
Esquecidos por completo da razão.
Não vejo nenhuma beleza nelas,
Por mais que lhe preste atenção.

O mar se choca agora contra as rochas
Solidário a minha dor em auto- flagelação.
Seus gemidos se confundem com os meus
As estrelas que brilhavam sobre o mar.
Agora não parecem tão brilhantes,
Como dizias que eram os olhos de Deus.





quinta-feira, 1 de janeiro de 2009


E VIVER?
J. Norinaldo.


É triste viver sem saber para que.
Saber, porém não querer viver.
Querer sem saber por que.
Por que se tem que saber.
Saber o que se tem que viver.
Por que existe porquê.

Por que preciso saber.
Saber se não sei pra que.
Por que navegar é preciso.
E não é preciso viver.
Eu não sou navegador.
Então eu vivo pra que?

Se penso logo existo.
E existir também é viver.
Se não vivo então desisto.
Estou desistindo de que.
Existo por que eu penso.
De pensar ou de viver?
Pessimista eu? Imagina...
J. Norinaldo


Atenção, muita atenção, respeitável público, as cortinas se abriram, as luzes da ribalta se acenderam, está na hora de começarmos mais uma peça. O elenco é quase o mesmo, mudou pouco, o cenário quase nada, o vestuário pouca coisa, as máscaras talvez tenham sofrido a maior mudança.
Começa o espetáculo, opa! Será que entrei na sala errada? Com toda certeza já vi essa peça. Creio que esqueceram de retirar os cartazes antigos, olha só: Conflito em Gaza, Israel diz que está determinada a ampliar ações.
Bateau Mouche: morosidade da justiça revolta sobreviventes. Loucura ou uma tremenda e terrível coincidência, pois há muitos anos atrás, justamente na passagem do ano, tanto tempo atrás que vou ficar devendo a data exata, afundou um barco com esse nome, onde morreram várias pessoas, várias que quero dizer muitas. Teria acontecido novamente?
Espere um pouco, só há uma maneira de saber o que está ocorrendo. Hei! Você ai. Escuta, eu estou tremendamente confuso, você trabalha aqui, será que pode me dizer se estou no ano de 2009?
_ Claro, senhor. Está sim. Pode voltar ao seu lugar que o espetáculo vai começar.
Eu quero meu dinheiro de volta. Fui enrolado. Aqui não tem nada de novo.
_ Epa! O senhor está sendo injusto, ou um tanto desinformado. A partir de hoje muda a ortografia gramatical. Viu? Calma, claro que haverá mudanças.

Pessimista eu? Imagina. Capaz.

J. Norinaldo.



Atenção, muita atenção, respeitável público, as cortinas se abriram, as luzes da ribalta se acenderam, está na hora de começarmos mais uma peça. O elenco é quase o mesmo, mudou pouco, o cenário quase nada, o vestuário pouca coisa, as máscaras talvez tenham sofrido a maior mudança.
Começa o espetáculo, opa! Será que entrei na sala errada? Com toda certeza já vi essa peça. Creio que esqueceram de retirar os cartazes antigos, olha só: Conflito em Gaza, Israel diz que está determinada a ampliar ações.
Bateau Mouche: morosidade da justiça revolta sobreviventes. Loucura ou uma tremenda e terrível coincidência, pois há muitos anos atrás, justamente na passagem do ano, tanto tempo atrás que vou ficar devendo a data exata, afundou um barco com esse nome, onde morreram várias pessoas, várias que quero dizer muitas. Teria acontecido novamente?
Espere um pouco, só há uma maneira de saber o que está ocorrendo. Hei! Você ai. Escuta, eu estou tremendamente confuso, você trabalha aqui, será que pode me dizer se estou no ano de 2009?
_ Claro, senhor. Está sim. Pode voltar ao seu lugar que o espetáculo vai começar.
Eu quero meu dinheiro de volta. Fui enrolado. Aqui não tem nada de novo.
_ Epa! O senhor está sendo injusto, ou um tanto desinformado. A partir de hoje muda a ortografia gramatical. Viu? Calma, claro que haverá mudanças.