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segunda-feira, 29 de setembro de 2014



Perguntas,  Respostas e Caminhos..
J. norinaldo.



Eu não tenho respostas para tudo, aliás, tenho muito mais perguntas para nada, eu não sei o que se faz para ser feliz, eu não vivo feliz a dar risada. Não conheço os atalhos desta vida, nem o belo que toda esta vida tem; sou pobre, mas nunca fui escravo, tampouco já escravizei alguém. Não li todos os livros que queria, nem sequer aproveitei os  livros que podia, troquei por fúteis brincadeiras, que não me deram respostas pertinentes, que não mostram atalhos conscientes de caminhos que levassem bons lugares, como jardins, quintas ou pomares, ou até mesmo a um templo secular. Eu tenho muito mais perguntas para nada, para nenhuma resposta pertinente, que livre o meu pulso da corrente, ou o meu tornozelo do grilhão; eu não tenho respostas para tudo, por isto vivo perguntando a esmo, porque fui brincar no tempo errado, tornei-me escravo de mim mesmo. Mas, ainda tenho uma pergunta a te fazer, tens mais respostas ou perguntas?  que é mais ou o que menos? Ou nada são as duas juntas? Toda estrada  leva ao longe, depende do tamanho dos teus passos, Roma fica apenas no caminho, não é o fim de nenhum caminho com o tal axioma, que todo caminho leva a Roma, como se lá fosse o final;  posso não saber todas respostas e muito mais resposta para nada, mas se qualquer  caminho me levar a Roma e de lá quiser... Vou a Granada, a Córdoba, Bagdá e vou até a Pasárgada.

domingo, 28 de setembro de 2014



O Céu e os teus Olhos.
J. Norinaldo



Olho o céu e os teus olhos e vejo ambos da mesma cor assim com um espelho me mostrando uma flor, sei que é uma e vejo duas e em todas belezas tuas vejo o céu de qualquer cor. Olho o mar azul e neste azul eu também vejo a beleza do teu beijo e o céu no teu olhar; se vejo a chuva a escorrer, na vidraça da janela, penso numa lágrima dela e esse dela é você. Ah! Como eu queria fazer uma poesia onde coubesse você, já tentei, quantas vezes já chorei por mim, por não conseguir chegar ao fim do poema que comecei. Quando a noite atira a s estrelas sobre o  mar, eu não sei para onde olhar se para baixo ou para cima, céu estrelado como um teto parado, enquanto o mar salpicado de estrelas é embalado pelo vento, meu pensamento não consegue encontrar rima. Quem sabe um dia, realize meu intento, coisa que há tanto tento nem que fosse fantasia; olhar o céu, o mar e a noite estrelada, te ver na onda embalada rodeada de estrelas cintilantes, e conseguir o que nunca pude antes, esquecer de tudo, e num momento de euforia, te pegar nos braços e não precisar escrever, apenas ver em ti uma bela poesia. Olhos céu, onda embalada ao vento, pensamento e fantasia, você deve perguntar para quem será tanta ternura e carinho e te respondo baixinho: para você que adora poesia.


Minha Casinha na Roça.
J. Norinaldo.


Quando essa chuva cessar e eu puder enxergar muito mais além do monte, da torre do templo e da ponte lá pertinho da linha do horizonte, eu verei uma casinha, é minha, é lá que passo meus dias, tenho minhas noites de sonho, onde vejo o céu inteiro, a lua como uma deusa e o sol como um braseiro.  Em frente a casa há um jardim bem cuidado com rosas de todas cores, as mais vaiadas flores e os mais belos passarinhos; numa janela uma bela trepadeira que a primavera inteira enfeita nosso portal, minha casinha até parece uma pintura de vez em quando o arco Íris é a moldura como se um céu de ternura parasse nesse lugar. Tem uma árvore do lado que dá muita flor colorida como a mostrar que a vida habita aquele lugar Corre um riacho que forma um lago adiante, aonde marrecos selvagens vem todos dias se banhar, na laranjeira além da fruta madura pela manha tem candura do canto do sabiá. Não sei porque dizem que vivo sozinho, tanta flor tanto passarinho, com o sol e a noite com um belo luar sem véu, se não consigo uma moça da cidade para dividir com ela minha felicidade porque prefere o barulho e tropel e ver entre edifícios um pedacinho de céu. A noite enquanto o riacho faz marola, eu pego a minha viola toco e canto com prazer; canções que falam da beleza da montanha e essa beleza e tamanha que muitas canções eu ainda vou fazer. Quando essa chuva cessar, e eu puder enxergar muito mais além do monte, vou ver a fonte de onde nasce o riacho, ver o parreiral em cacho e ouvir meu sabiá; enquanto a moça da cidade no meio de arranhas céu, ouve barulho e tropel, ver um pedaço de céu, e por aqui a minha paz é perene a coisa melhor que há  enquanto ela ouve o silvo sirene eu ouço meu sabiá.

sábado, 27 de setembro de 2014



Semente de Si.
J. Norinaldo.


Eu reguei meu pé de nada e mais uma vez nada vi, nada brota sem semente e quem planta nada somente terá só nada de volta. Certo dia desisti não reguei e esqueci aquele meu pé de nada, sem saber que um passarinho deixara cair ali uma semente de rosa; passado o tempo devido, eu vinha despercebido quando me deparei com a flor, rorejada de orvalho como um símbolo de amor. Encontrei um homem velho que podava outras plantas, eram tantas, um verdadeiro jardim. Perguntei-lhe quem plantara toda aquela maravilha, ele disse não saber, mas que alguém tinha lhe dito ter visto alguém a regar, uma roseira tão linda que ali veio brotar, que plantou as  outras flores inclusive a flor de Liz, e que belos colibris cortejam todas manhãs. Sabe agradeço mesmo sem saber quem foi, que por bondade plantou e regou esta roseira que originou meu jardim, ali no pé de jasmim toda manhã faça chuva ou faça sol, vem um lindo rouxinol  e um casal de sabiá; por tudo isto foi tão pouco o que fiz, como ficaria feliz o seu verdadeiro autor. Sai sem dizer mais nada, pois nada tinha a dizer, para  quem planta nada na vida só existe uma receita, não ter nunca uma colheita  para que possa ser feliz, num jardim com a flor de Liz rosas cravos e beija-flores, sabiás e bem te vi, até quem um diz seja a própria semente de si.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014



Chegada e Partida Vida e Mar.
J. Norinaldo.


Quando da Proa do navio avisto o porto, quase morto de saudade estremeço e agradeço a Deus por meu regresso, por mais uma viagem de sucesso e por tudo ter corrido em paz, mesmo sem ter  ninguém no cais para abraçar-me na chegada; vejo a alegria estampada nos rostos de quem chega e quem espera, lágrimas e sorrisos e abraços, enquanto eu caminho a largos passos seguido por um cão que nem conheço. Mesmo assim agradeço meu regresso caminhando sem ter aonde ir, uma casa, um abrigo, um amigo uma pousada, ou  o primeiro bar que se abrir, pois ainda é madrugada. A lua tímida vai sumindo, logo um lindo sol de primavera e  o perfume das flores que enfeitam a vida, colho uma margarida, de um velho jardim abandonado, o cão já não está ao meu lado, deve ter já encontrado, um lugar quente e amigo. Espero outra vez, mais uma vez, ver o meu navio se afastando, é sempre assim; ver tantos lenços abanados,  sabendo que nenhum é abanado para mim. E enquanto o vento estufa nossas velas, enfrentamos tempestades e procelas sem certeza de aportar um novo cais; Assim eu vou levando a vida, como aquela margarida de um jardim que ninguém quer mais.

terça-feira, 23 de setembro de 2014


O leito Do Rio Seco.
J. Norinaldo.



Por onde já foi o leito de um rio, corre o meu vazio o tornando cheio, e bem pelo meio um barco sem dono como se abandono remasse o receio. Lá longe na curva desse rio feio, que parece cheio, mas é sempre vazio está um mundo frio e assustador, onde só há dor, solidão e gritos de seres aflitos presos por grilhões rodeados sempre por moscas azuis. E o leito do rio quando há enchente, é tão deprimente na minha visão, ver o velho barco com as cordas soltas e as velas rotas ruma a solidão. E fico a pensar onde vai deixar sua triste carga, e o mais doce mel a mais doce uva se torna amarga. Na curva do rio sempre pelo meio, um rio vazio mas para mim cheio, a água escura da cor de da ferrugem que corrói as  correntes dos seres aflitos, olho para trás e já não ouço gritos a não ser os meus que tento abafar, eu não sei e nem tenho coragem de saber se estou no barco ou em uma margem, a minha angústia é por não sabe-lo se este pesadelo findará um dia.  Sei que este rio não ria ao mar, com toda certeza acordarei antes e seguirei caminhos errantes esquecendo o rio o barco perdido, este é o destino de um deprimido que não terá paz, pois está num mundo onde ele é demais.Será que este rio já correu um dia, saciou a sede da terra e da vida, será que eu ainda encontrarei, alguém que me leve a uma fantasia, fazer meu coração vazio, de emoção rebentar o peito em não ver apenas o  leito do rio, com a água suja que turva a visão no navegar triste de uma depressão.

domingo, 21 de setembro de 2014



Beleza e Felicidade.
J.Norinado.


Olha! Deus dourando o mar como a dizer que nem tudo que brilha é ouro, e não existe tesouro maior do que a felicidade, a verdade é que em verdade não sei, mas foi isto que pensei ao deslumbrar a beleza que nos mostra a natureza a quem tem sensibilidade. Já estive em alto mar, vi o seu azul mais belo, tão belo que esqueci, quando ouço falar em azul marinho, fico pensando sozinho foi àquele azul que vi. Eu já vi, o mar revolto na procela, e não foi em uma tela uma numa fotografia, mas nunca vi uma maré tão assim tão bela como se folhas de ouro voassem sobre ela como numa poesia. Um mar de ouro ainda não seria o tesouro capaz de comprar a felicidade, que na verdade, de verdade não conheço, não sei se por que não mereço ou para merecer nada fiz, só sei que não sou feliz e nem sei se alguém é, acredito ser agora ao vislumbrar esta maré toda pintada de ouro aguça a sensibilidade, e diz que o maior tesouro ainda é a felicidade. E você o que me diz, vendo este mar dourado se sente... Ou é Feliz?

sábado, 20 de setembro de 2014



Uma Pergunta a mim Mesmo.
J. Norinaldo


Vou responder uma pergunta que a tanto tempo de me faço e não encontro explicação, de onde vem a inspiração e quando alguém me pergunta me causa tanto embaraço; poesia não é comédia, não é drama e nem tragédia, como o vento não tem rédea  nem freio ou estação; fala de flores de dores de alma e de coração. Todos nós somos poetas de maneiras diferentes, uns poetam os alimentos outros poetam os doentes; quem faz o bem  a um irmão alguém que estende a mão, outro que divide um pão a quem precisa de ajuda, outro que planta uma muda de árvore no caminho, aquele que recolhe do chão um pequeno passarinho  fazendo um pequeno esforço para devolve-lo ao ninho. Tudo isto é poesia que não precisa de rima, quem pinta a beleza do Céu ou com um pequeno cinzel constrói uma obra prima. Até quem vê na montanha a beleza do universo acaba criando um verso e desse vem outros mais; alguém que enxerga na paz do deserto a harmonia, consegue falar com Deus quando cessa os pensamentos, são poucos esses momentos, mas que valem eternidade e reside a felicidade que muito não acreditam. Não vou sair, por ai  como louco gritando a esmo, estou respondendo a mim mesmo, esta pergunta que há tanto tempo faço, como um pescador de ostras que busca no mar um tesouro, a verdade é como ouro que brilha cega e seduz, é o túnel no fim da luz invertendo a fantasia, assim é a poesia que nem sempre fala em flores. Colibris, grandes amores, escrevem também as dores que a humanidade suporta, se um dia um poeta vier bater sua porta, de-lhe água vinho e  pão e lhe aponte a linha do horizonte pois um poeta é errante, pois só o mundo garante tintas para a sua  aquarela, que ele quem não pinta com ela no mural da inspiração tendo a alma como mestra  e as tintas do coração.


God Bless América.
J. Norinaldo



São 50 estrelas de uma galáxia, iluminada pela chama de uma tocha, talhada a cinzel em uma rocha, mas que transmite claridade, uma deusa chamada Liberdade, a mais livre que existe no universo. Sua chama se espalha pelo mundo e jamais será apagada, espelhada em cada vaga-lume, a Nação que enxergar o seu lume, jamais será escravizada. Minha homenagem a um povo, que valoriza o meu escrito, por Isto estou junto no seu grito quando acredito na verdade, que a Estátua da liberdade, não é apenas um mito. God Bless América! Deus Salve a América, que a Águia sábia voe bem alto, por matas montanhas é planalto, em busca do inimigo que te espreita  a traição, Deus ajude a quem respeita, e tem amor a esta Nação.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014



Velha bolinha de Tênis e um grande amor perdido.
J. norinaldo.


Minha cadelinha foi correndo, alegre como todo dia, pegar aquela bolinha que ele tanto conhecia, às vezes eu estava sentado, quando sentia  na perna um afago, era ela com a bolinha na boca como uma criança faceira e a nossa brincadeira continuava dia a dia.  O tempo passou depressa e nem eu nem ela via, mas o corpo já sentia que não era como dantes, a bolinha já não ia a lugares tão distantes e o brinquedo acabava muito mais cedo que antes. Até que um dia joguei a bolinha e a minha cadelinha teve um ataque e morreu; a velha bola de tênis que guardei como castigo, pois o culpado fui eu. Outro dia eu sonhei  que estávamos num vale lindo, repleto de borboletas das mais variadas cores, e eu jogava a bolinha e como se marres  se abrissem, as borboletas seguissem enfeitando a cadelinha e a mais bela de todas, voltada na sua boca como adorno da bolinha. Acordei e chorei muito, não era justo este sonhar, para depois acordar e não escutar seu latido. Eu já nasci deprimido, mas hoje sou bem pior, não que me sinta só ou me revolte contra a natureza, pois sabemos que a única certeza que temos é que voltamos ao pó. A cadelinha se foi e por aqui ainda estou, ainda tenho a bolinha que guardo com muito amor,as vezes olho para ela com certo ar de rancor como se fosse a culpada, depois passa, não foi nada, um dia ia acontecer como acontecerá comigo, e lamento te informar, acontecerá com você.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014



Trambalear, não é Preciso, Viver é Preciso.
j.Norinaldo.



Eu fui um bêbedo errante, que trambaleou por caminhos diferentes, naveguei por mares revoltosos e trambalhei  no balanço do convés, sem perder o compasso dos meus pés,  sem achar nisso  nada demais por trambalear também no cais, mesmo antes de embarcar. Fui um ébrio sem destino, mas para dizer a verdade, para minha grande felicidade, mesmo sendo o que fui, consegui muita amizade. Muito não precisa ser milhões, dois já bastam se são bons e mais de dois eu sei que tenho, hoje que sei quem sou e de onde venho e da bebida me livrei, sei que os amigos que perdi não eram nada frente aqueles que herdei. Enfrentei o mar revolto em plena terra, fia a minha própria guerra, sozinho delirando fui herói, matei, ganhei, e ganhar foi perder a juventude, até poder tomar uma atitude de lutar contra o vício e vencer. Lembro-me quando o caminho era estreito e trambaleava como um louco que já era, uma tapera que ainda tinha vida, mas estou aqui de prova, que estive bem perto da cova, porém escolhi a vida, mandei  pro inferno a bebida, já faz mais de 40 anos. Para a cova vamos todos nós, querendo ou não rindo ou chorando, onde chamam de jardim da paz mas ir para o túmulo trambaleando. ..Isto eu sei que não vou mais.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014





A curva do Cajado.
J. Norinaldo.



Quando a curva mais distante que enxergares for a do teu próprio cajado, o teu rebanho está perdido, não adianta se mostrar arrependido, pois o tempo não dá mole pra ninguém. Se o lobo se aproxima e já não vez, talvez te confunda com um carneiro e enquanto o malvado faz banquete tu cochiles em teu tamborete, sonhando com o que não volta mais. E assim uma a uma vais perdendo, acreditando que depois se arrependendo do mal que pela vida fizestes, serás perdoado no final; sem teu rebanho não és nada, para ti chegou ao fim a estrada cuja curva é maior que teu cajado, assim como teu corpo curvado pelo peso do fardo de pecado, e quando nada restar do rebanho, como num pesadelo medonho, pelos lobos tu também serás devorado. Quem aprende desde cedo que não se deve sentir medo, do escuro, mas sim do que nele se esconde, Sabe bem que o escuro não existe, não é uma parede que resiste sequer a chama de uma vela, então o escuro ló some, e quem nele se escondia se ver no claro como o dia, seja lobo, ou seja, homem. Quando a curva mais distante que enxergares for a do teu velho cajado, te despede do rebanho  e se a estrada foi comprida e os teus passos marcados, mesmo com a alma arrependida terás que pagar por teus pecados


Qualquer Caminho Leva a Roma.
J. norinaldo.


Nesta estrada eu passei um dia e nesta casa parei para pedir água, uma água de poço fria e cristalina que uma menina linda me ofereceu, perguntei até onde ia o caminho e a menina linda então respondeu: Este caminha como outro qualquer lhe levará a Roma se o senhor quiser, mas o seu final juro desconheço, caminhei  muito pouco menos que mereço, mas minha vontade de caminhar a clara como a  água que toma, e como já ouvi muita gente dizer que qualquer caminho me levará a Roma esta é uma vontade minha, de chegar a Roma por esta estradinha. Despedi-me segui meu caminho, pensando no que me dissera a moça, não é caminho que leva a nada, o sabor da comida não virá da louça; se eu ficar parado na primeira curva, desfrutando a sombra que a vida oferece, posso até pegar num longo sono e sonhar que fui, mas quando desperto, saberei que o que leva a Roma é o que você e então  merece. Não cheguei a Roma por este caminho, não que isto não fosse uma vontade minha, mas jamais esquecerei a casa da beira da estrada e as daquela menininha; já vi outras casas e outros caminhos, já naveguei mares vi outras nações vi outras meninas, mas uma lembrança minha atenção chama, será que menina que tinha esperança de chegar a Roma pela estradinha, foi além da curva da sombra a tão pouca distancia, e se mereceu a felicidade mesmo não conhecendo a eterna cidade, ou ainda espera assim como eu.


domingo, 14 de setembro de 2014



Eu já Vi este Lugar.
 J norinaldo.



Foi num lugar bem assim que num sonho me encontrei era querido por todos e ainda amigo do rei, que pena que foi um sonho e logo que acordei e  abri minha janela vi que lama escorria como tina na aquarela, vi um rio poluído vi um menino perdido e um cão chorar de fome; senti o mundo infame diferente do meu sonho. Porém este lugar existe eu não sei onde fica mas no meu sonho ficou, agora também é meu estou me lixando para o rei, mas este lugar eu sei, existe paz e harmonia,  e lindas molas nas janelas, que não veem lama correndo como tinta em aquarelas, em cada quinta um pomar em cada galho um sabiá que canta na alvorada, não, não Pasárgada só por causa do tal rei, que do meu sono tirei por temer ser um tirano, vou continuar sonhando porque é lindo sonhar  quem sabe meu sonho volte e dos grilhões eu me solte e fique neste lugar. Foi ao dobrar esta esquina que nesta ladeira vi um cão alegre e feliz vindo em minha direção, até parecia sorrir e me abraçou grunhindo baixinho, ouvi alguém dizer: não tema é bem mansinho, me virei  e de uma janela emoldurava uma tela e pude ver a mais bela mulher que já conheci. Como é lindo sonhar como foi lindo meu sonho, o pesadelo medonho, Ah! Se a vida fosse um sonho como este que sonhei e não precisasse acabar, seria a felicidade dormir uma eternidade e nunca mais acordar.


O homem e a Natureza.
J. Norinaldo.


Um raio de sol sobre o lago é um afago a visão, é um poema sem letras e aos olhos uma canção. Como canta a ventania através da pradaria ou no alto da montanha, e até que sol se ponha cedendo o lugar a lua, que como uma deusa nua no lago também reflete, como uma chuva de confete num baile de alegria. Ah! Se o homem pudesse ver toda beleza que existe, não haveria homem triste, como hoje existe tanto, ao invés de um longo pranto se ouviriam sorriso, pois na verdade o paraíso é para nós a natureza, para mim para você, infeliz de quem não vê, não sendo cego o afago, do raio de sol sobre o lago ou a lua aparecer. Quando a noite veste seu manto estrelado e o lago salpicado de luz que vem La de cima, é um poema sem rima é uma canção sem som, mas assim como o vento que você sente e não vê e escuta sua voz, dá muito bem para perceber, é só fechar os olho e querer, e lá está tudo para nós. Um raio de sol sobre um lago, não é somente um afago, mas uma carícia eterna que desde o tempo da caverna o homem aprendeu a amar.  Só que as vezes nem percebe, da água do lago bebe não admira a beleza, do sol, da noite e da lua, como se a natureza fosse uma serva sua.



Onde se acaba o Orgulho.
J. norinaldo.



Não adianta cobrir de flores quem logo será carniça, cobre logo com caliça o que mundo não quer ver, se nesse dia chover melhor ainda será, pois  pode bem disfarçar as lágrimas que sejam falsas das mãos que seguram as alças do teu caixão ao partir, porque a partir dali a terra se encarrega da limpeza que lhe entrega numa cidade pequena, aonde a noite serena e ninguém se atreve a ir. Onde existe belos prédios porem de baixa estatura, as ruas são sempre estreitas e as noites as escuras; onde a beleza do corpo que tanto cultuas e ama, não passa de podre lama, não uma lama qualquer da chuva que cai e corre, mas a lama de quem morre ninguém suporta a fetidez, de alguém que com tanta altivez sempre olhou por sobre os ombros, hoje não passa de escombros, lixo, podridão sem nenhum desfaçatez. Então porque tanto orgulho soberba preconceito, se todos do mesmo terminarão um dia, se num sepulcro de mármore cheio de obras de arte, ou em uma cova rasa nada disto faz mais parte daquilo que de desfrutas, para que servem as flores, se todos sabem o motivo, não se enfeita um vivo com pétalas para evitar o seu cheiro, mas se evita o lixeiro ou até mesmo o coveiro que vivo faz a caliça fria , para cobrir a carniça que lhes desdenhou um dia. Um dia o caminho acaba e acaba para sempre, as vezes ficam pegadas do que se fez por aqui, só existe uma certeza é esta é permanente, ninguém virará semente e ficará para sempre por aqui. Se você leu o poema, está vivo e tempo tem,  de pensar no tempo que ainda vem antes do lençol de flores, há tempo de evitar dores, de alimentar quem tem fome, apenas um simples pão, e quando falar em Deus, não usar o seu santo nome em vão, ou cobrar por isto ouro, pois por maior que seja o seu tesou, ou por mais fina que seja sua caliça mesmo misturada a ouro, não adiantará de  nada o  fedor da sua carniça por ninguém... Será jamais  suportada.

sábado, 13 de setembro de 2014



Cores e dores.
J. norinaldo.



Como as cores encantam, como sabiás que cantam numa parreira em flor, como este pássaro lindo, que do lago vai saindo com três peixinhos no  bico. O encanto da sua cor esconde a aflição e a dor que a morte os condena, por que um poeta sofre, onde há tanta beleza, porque jamais esquece a certeza a única desta vida, que entre o bom e o mau, entre o feio e o bonito, entre a beleza e a dor restará um nome escrito num pedaço de madeira ou numa pedra de granito o pescado e o pescador. Quando se abre uma rosa e um galante beija flor baila num belo cortejo afim do primeiro beijo, doce, como doce é o amor. A beleza tão efêmera da rosa que murcha perde a cor e o perfume, jamais sentirá ciúme de outra de eterna cor que alguém com muito talento pintou, como os peixinhos do pensando ser um afago de um pássaro de tão bela cor. Existe muita distancia entre  verdade e a  fantasia, entre a dor e a poesia, muito mais do que sonha nossa vã filosofia. Quem sabe até os peixinhos ainda vivos, admiraram a beleza da plumagem do seu carrasco predador; assim é a natureza destila tanta beleza, mas também tenho certeza sabe bem o que é a dor.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014



O Canário e a Rosa.
J. Norninaldo.



Já não sei qual o mais belo, se é teu canto ou esta flor, que se abra a cada acorde da tua canção de amor, este amor que a natureza que oferece esta beleza, sem cobrança e sem sermão e que embeleza a terra recebe a ingratidão da dentadura da serra, que devasta, que destrói parece até que não dói cada árvore que cai e ninguém escuta um ai, mas tem alguém com certeza que criou a natureza, que da natureza é Pai. Os desertos se alastram na calvície do planeta e  o desrespeito a terra e a dentadura da serra cada vez mais afiada, da mata não deixa nada e o deserto vem vindo, quando estiver atingindo o terreiro do tirano, as miragens vão mostrando tudo que antes existia, quem fez o que não devia e agora é tarde demais, não adianta olhar para trás e ver o que antes não via por que a mata impedia e hoje não impede mais. Ainda há um canário que canta junto a uma rosa, há quem escreva uma prosa registrando este momento, guardando no pensamento uma cena que talvez no futuro não exista, num museu ou num documentário velho alguém assista e tenha pena de si pelo que fizeram  seres antecedentes, dos jardins de flores pungentes  hoje só restarão o deserto, e os rastros das serpentes.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014



Quem pinta uma flor, faz um Verso de amor.
J. norinaldo.



O meu corpo ficou velho, mas minha alma ainda é nova, minhas mãos podem tremer mas como um gago que canta, a minha pintura encanta e cada vez mais se renova. A vida é passageira, mas arte é para sempre, para sempre é muito tempo que pode até ser eterna, e existe desde o tempo da caverna como a visão celeste existe a arte rupestre na pedra áspera ou lisa e assim a arte se eterniza. Mas a vida é passageira. As flores que a velha pinta, não sei de onde vem a tinta, mas parecem ter perfume como parece ter  lume  uma tocha que o homem da caverna desenho em uma rocha. Quem pinta faz poesia sem versos ou sem refrões, não diferem os corações do poeta e do pintor, quem pinta um jardim em flor inspira versos de amor a quem não sabe pintar, sua arte é poetar cada um faz sua parte, desde que se fale em arte há uma realidade, esta jamais terá idade para se parar de fazer, pintar e poetar e viver e não apenas passar.  A flor que adorna a parede imita a que enfeita o vaso, ou um deus feito a cinzel, como as estrelas no céu, ou a maré que ligeira, na areia desliza  a arte se eterniza, mas...A vida é passageira.


Falar com Deus.
J. Norinaldo.


Se eu puder falar com Deus, não sei nem o que dizer, não o que o que vou pedir, em fim o que vou fazer. Se disser que a vida é ruim estou lhe chamando a atenção, pode ser ingratidão que ele não desconhece, por isto acho melhor falar com Deus só em prece. Se alguém já falou com Deus não me disse o resultado, esta semana eu vi um diploma pelo seu filho assinado, era uma letra comum assim como de qualquer um porque Jesus era humilde, porém humilde e por isto tão amado,  não foi  humilde o preço  que pagou o diplomado. Se eu puder falar com Deus, vou preferir me calar, pois ele sabe de tudo sem que precise eu falar, será que terei coragem de contar tudo que fiz, dizer que não sou feliz e não pedi pra nascer, que também não quero morrer e por isto vivo triste, por ter que um dia partir deixando tudo que existe, tanta beleza, tanta luz se a te seu filho  Jesus teve um dia que partir. Prefiro falar com Deus através da poesia que apesar de fantasia é a minha alma que fala num divino teorema,a se por acaso Deus Cala... é sinal que escutou meu poema.
www.almaxpoesia.blogspot.com.br   visite.

terça-feira, 9 de setembro de 2014



Eu Só quero um Galho Para Pousar.
J. Norinaldo.



Eu só quero o direito de cantar, e que o meu canto não seja interrompido nem pelos tiros de fuzil, nem pelos gritos de sentido! Eu quero cantar sem ser julgado se o meu canto não é do seu agrado não precisa escutar, se prefere o som de um clarim eu o respeito mesmo assim e continuo o meu cantar. Eu quero o verde que cerca, eu preciso de galgo para pousar, e não um fio ou uma antena sem espaço, uma árvore por mais  que seja pequena não troco por uma torre de aço. Se você não entender o meu canto, eu jamais vou imitar seu pranto, porque não sei o que é chorar. Se você preferir a solidão, sem ouvir os acordes de uma  canção, de quem só deseja cantar. Canto e o meu é de verdade, porque não sei o que é infelicidade, as vezes talvez me torne triste, quando por perto não existe, uma árvore ou galho para pousar. Canto no bosque e ouço outros cantos diferentes, alguns que nem chamam a atenção, mas sei que todos cantam como eu, com a alma e o coração. Se você não quer me escutar, eu posso até não entender, mas jamais o que vou fazer, é suspender o meu cantar.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014



O que Seria da Morte?
J. Norinaldo.


O que seria do pirilampo não fosse a noite escura, o que seria do homem não fosse o ferrão da dor, o que seria da terra não fosse o mar, o que seria do mar se não existisse a terra, o que seria da morte não fosse a guerra? Um trabalho aqui, outro ali, nada deveras interessante, como ceifar de uma vez mil e quinhentos infantes, mandados por que não vai, tirando os filhos do pai, mas conservando os seus, assim como se fosse um deus e que ordena as Valquírias que deverá escolher sobrevoando a batalhar  quem deve  ou não morrer. O que seria da luz não existindo o escuro, que seria do futuro não existindo o presente o que seria de nós só existindo o passado? Muitos amaldiçoados, cobertos de sofrimento e tortura, o que seria da ternura se não houvesse a maldade, que seria a verdade sem existir a mentira, assim como um manto em tira levado pela ventania, que assusta na pradaria os animais inocentes. O que seria de poucos, não fosse a poesia, a loucura que vicia, para muito poucos seria um céu sem estrelas, ou um céu belo estrelado mas que não pudesse vê-las. Para muitos poesia é como um cofre fechado que necessita de senha, e como disse o Poeta, são capazes de atravessar um lindo bosque, enxergando apenas lenha.

domingo, 7 de setembro de 2014



 A Noite Vestida de Estrelas.
J. norinaldo



Quando o sol se põe tão belo, e a noite se veste de estrelas, a Deus novamente eu a apego, ao perguntar por que um cego, nasceu assim  incapaz de vê-las? Quando a onda do mar cobre a areia, como um vestido branco da sereia, novamente me pergunto: por que o mundo todo junto, não comunga também  a mesma ceia. Quando uma flor se abre e sem ao mundo seu perfume negar, tanto pode ser a flor de lótus, como a flor do maracujá; lá vou eu novamente perguntar, porque tanta diferença entre um pobre e um rico haverá, se no fim os caminhos podem ser bem diferentes, um atapetado outro de espinho, mas levará a um só caminho e isto nada mudará. Quando  o sol se põe tão belo, no horizonte sobre o mar, saber que ali não finda nada, dali outro horizonte haverá, não é pela altura das torres do castelo que se conhece a bondade do seu senhor, e nem pelo perfume exalado, que se conhece a beleza da flor. Não é o preço do cinzel que dita o talento do escultor, a moldura não valoriza a tela, muitas vezes um casebre sem janela,  isto sim pode torna-la mais bela.

A vida e o Tempo.
J.Norinaldo



Zombei do tempo na espera longa, acreditei que tinha as vida rédeas da vida, demorei demais para olhar para trás e v ver o quanto a estrada é comprida. Acreditei que  que após o dia, o sol se poria e viria a lua e que na minha rua a bela menina que morava na esquina seria sempre bela; da minha janela eu olhava a sua e a sonhava nua um dia em meu braços. Agora voltei depois de tanto tempo e se a visse nua correria muito, mesmo conhecendo o poder dos meus passos. Tudo que sonhei não passou de sonho, e alguns pesadelos em realidade, a felicidade que tanto busquei; por zombar do tempo nuca encontrei, já não encontro mais onde brinquei e quero brincar e já não posso mais. Quem zomba do tempo hipoteca a vida, aposta corrida de ladeira acima, chegará no fim como um velho trapo, um triste farrapo um poema sem rima; que em pouco tempo a terra consome, numa cova rasa na beira de estradas muitos sequer deixam ao menos  um nome, numa cruz de madeira com letras erradas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014



Felicidade e a Neve.
J. Norinaldo.



Se a neve se atreve a brincar de criança, com sardas que dança num rosto infantil, me lembra os brinquedos de antigamente, um caneco com água e sabão, um simples canudo do pé de mamão e  neve caia no meu mundo encantado, era o mundo saindo da minha mão. Hoje é tão diferente do meu tempo de outrora já não mais histórias para se  contar ou ouvir;  falo com quem não vejo, namoro e até beijo só usando a mão. A neve é tão linda como linda é a vida, mas também tão efêmera como uma bolha de sabão; se a neve se atreve a brincar de criança, que pula e dança entre os flocos que caem quem nunca viu neve se atreve a fazê-la com água e sabão e um simples canudo do pé de mamão com as bolhas que saem. A felicidade é simples vontade, você quer ser feliz é somente querer, acreditar que a neve que você nunca vai ver, é igual a que você sabe fazer, com prazer e emoção, com um caneco de água e sabão, e um simples canudo do pé de mamão. A felicidade está onde você quer esteja, onde cai a neve onde a lama rasteja; nunca esquecendo que a beleza da neve que os montes alveja, e que quem nunca a viu da vida reclama por nunca estar lá quando derretida não passa de lama, que você desvia para não pisar.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014


Os Anéis do Senhor.
J. Norinaldo


Nos recônditos da alma de um poeta, ficam guardados tesouros para muitos sem valor, quando por ignorância há o perdão pela dor de enxergar brilho apenas no anel do seu  senhor. Afinal de onde vem este dom de poetar, em que uma pedra num caminho vem da muito que falar, na ferrugem das correntes  na estigma das algemas de quem já escravizou, de onde vem a humildade de  parte da humanidade que ainda só ver brilho no anel do seu senhor? A poesia não é efêmera assim como uma flor, pode não ter seu perfume, porém não sente ciúme, porque quem a  perfumou também lhe deu inspiração, e não há ferrugem ou algema e nem anel de algum senhor,  que tenham brilho mais belo que um poema de amor. Lá nos recônditos da alma o poeta vai buscar cada verso que rabisca numa folha de papel; às vezes fala da lua, do sol do mar e do céu; por vezes fala das flores, mas sem esquecer as dores que canta um menestrel; mas jamais deixará de tratar um poema como filho e lhe negará amor, e nem notará nenhum brilho  no anel de algum senhor.