O que Seria da Morte?
J. Norinaldo.
O que seria do pirilampo não
fosse a noite escura, o que seria do homem não fosse o ferrão da dor, o que seria da
terra não fosse o mar, o que seria do mar se não existisse a terra, o que seria
da morte não fosse a guerra? Um trabalho aqui, outro ali, nada deveras
interessante, como ceifar de uma vez mil e quinhentos infantes, mandados por
que não vai, tirando os filhos do pai, mas conservando os seus, assim como se
fosse um deus e que ordena as Valquírias que deverá escolher sobrevoando a batalhar quem deve ou não morrer. O que seria da luz não
existindo o escuro, que seria do futuro não existindo o presente o que seria de
nós só existindo o passado? Muitos amaldiçoados, cobertos de sofrimento e
tortura, o que seria da ternura se não houvesse a maldade, que seria a verdade
sem existir a mentira, assim como um manto em tira levado pela ventania, que
assusta na pradaria os animais inocentes. O que seria de poucos, não fosse a
poesia, a loucura que vicia, para muito poucos seria um céu sem estrelas, ou um
céu belo estrelado mas que não pudesse vê-las. Para muitos poesia é como um
cofre fechado que necessita de senha, e como disse o Poeta, são capazes de
atravessar um lindo bosque, enxergando apenas lenha.
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