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quarta-feira, 3 de setembro de 2014


Os Anéis do Senhor.
J. Norinaldo


Nos recônditos da alma de um poeta, ficam guardados tesouros para muitos sem valor, quando por ignorância há o perdão pela dor de enxergar brilho apenas no anel do seu  senhor. Afinal de onde vem este dom de poetar, em que uma pedra num caminho vem da muito que falar, na ferrugem das correntes  na estigma das algemas de quem já escravizou, de onde vem a humildade de  parte da humanidade que ainda só ver brilho no anel do seu senhor? A poesia não é efêmera assim como uma flor, pode não ter seu perfume, porém não sente ciúme, porque quem a  perfumou também lhe deu inspiração, e não há ferrugem ou algema e nem anel de algum senhor,  que tenham brilho mais belo que um poema de amor. Lá nos recônditos da alma o poeta vai buscar cada verso que rabisca numa folha de papel; às vezes fala da lua, do sol do mar e do céu; por vezes fala das flores, mas sem esquecer as dores que canta um menestrel; mas jamais deixará de tratar um poema como filho e lhe negará amor, e nem notará nenhum brilho  no anel de algum senhor.

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