Translate

segunda-feira, 15 de setembro de 2014





A curva do Cajado.
J. Norinaldo.



Quando a curva mais distante que enxergares for a do teu próprio cajado, o teu rebanho está perdido, não adianta se mostrar arrependido, pois o tempo não dá mole pra ninguém. Se o lobo se aproxima e já não vez, talvez te confunda com um carneiro e enquanto o malvado faz banquete tu cochiles em teu tamborete, sonhando com o que não volta mais. E assim uma a uma vais perdendo, acreditando que depois se arrependendo do mal que pela vida fizestes, serás perdoado no final; sem teu rebanho não és nada, para ti chegou ao fim a estrada cuja curva é maior que teu cajado, assim como teu corpo curvado pelo peso do fardo de pecado, e quando nada restar do rebanho, como num pesadelo medonho, pelos lobos tu também serás devorado. Quem aprende desde cedo que não se deve sentir medo, do escuro, mas sim do que nele se esconde, Sabe bem que o escuro não existe, não é uma parede que resiste sequer a chama de uma vela, então o escuro ló some, e quem nele se escondia se ver no claro como o dia, seja lobo, ou seja, homem. Quando a curva mais distante que enxergares for a do teu velho cajado, te despede do rebanho  e se a estrada foi comprida e os teus passos marcados, mesmo com a alma arrependida terás que pagar por teus pecados

Sem comentários: