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terça-feira, 26 de junho de 2012




A Vespa.
J. Norinaldo.


Se murmuro gritando meus motivos, enquanto sangram as feridas ainda vivas, dos açoites do látego maldito das seringas dos versos de Bukowski  e os gemidos dos moribundos de Augusto. Se remoo entre dentes impropérios, temente a algum deus que não conheço, estremeço  ao zumbido de uma vespa que ronda as feridas que mereço. Se for o preço da vida a ser pago e se não trago na algibeira nenhum trunfo, meu triunfo será gritar murmúrios aos cardíacos dos versos de Augusto, que se espetam nas seringas de Bukowaki, que infectam os becos mais imundos. Se murmurar motivos sem gritar, não sossega o látego maldito, nem me curam as feridas que mereço; não me livram da vespa que me ronda nem as bênçãos do deus que não conheço.


quarta-feira, 20 de junho de 2012




Sou Louco?
J. Norinaldo.


Sou o que sou não vou mudar, posso até aparar alguma aresta, tenho medo que tentando melhorar, jogue  fora o muito pouco que ainda presta. Não sei se sou normal, o que é normal? Só não aceito é ser desequilibrado, ando na corda bamba o tempo todo e chego inteiro do outro lado.  Louco? Talvez! O que é loucura? Escrever meus poemas na areia? E esperar que a sereia os cante ao mar? Se isto é loucura então sou louco, não vou mudar por que são poucos, os loucos como eu, que vivem na vida a se equilibrar. Se no poema na areia não falar do amanhã, pense num poema de Bukowski escrito a mão, para o ladrão da máscara do louco de Khalil Gibran.  Não, Não vou mudar!


terça-feira, 19 de junho de 2012





Única Certeza.
J. Norinaldo.

Não me perguntem de onde venho, mas se sabem me digam, por favor, para onde vou, o meu nome pouco importa sem brasão, se não deixo no chão um rastro ilustre, nem perpetuo a pedra em que sentei. Não estou pedindo um abraço, apenas que me aliviem a fome e o cansaço e me deixem seguir o meu caminho. Diga-me qualquer coisa que eu creio, até mesmo que sabe de onde veio,  que a treva da dúvida é só minha, em que parte me encontro no caminho, tão difícil será descobrir sozinho se estou no meio, ou mais para o fim. Então, até parece que o vento me soprou, eu posso não saber de onde vim, mas agora sei que meu destino é o fim. Não é esta nossa única certeza?

segunda-feira, 18 de junho de 2012


Seu direito, Meu direito.
J. Norinaldo.


Se existem pessoas que choram profissionalmente em velórios alheios, por que não encontrar outras que cobrem para concordar com tudo que você disser? No entanto,  enquanto eu não fizer parte da sua lista de pagamento, reservo-me o direito de discordar quando assim achar necessário  e quando quiser.  Na boa!



QUEM POSTA SEMPRE OS PENSAMENTOS DOS OUTROS, O MUNDO JAMAIS CONHECERÁ O SEU. ESTE É MEU!
J. Norinaldo.

sexta-feira, 15 de junho de 2012





Contador de História
J. Norinaldo.


Por vezes claudico no decorrer da história, não por buscar glória onde não existiu, se marejam os olhos não é por saudade, mas palavras duras que a dor diluiu; que trazem de volta a infelicidade a purgar os pecados de modo sutil. Quando às vezes perco o fio da meada, seguindo desvios que a vida escreveu, descrevendo montes que já não existem, seguindo caminhos que já foram leitos, de rios desfeitos pelas mãos que editam velhos pergaminhos. Os sinos tangeram pelos que se foram, como ondas  que bailam por todos os mares, e os homens seguem demais apressados, em busca do futuro, sem jamais ver os  seus calcanhares, nem os tênues rastros do presente efêmero.


quarta-feira, 13 de junho de 2012




SE PUDÉSSEMOS LER OS PENSAMENTOS DOS OUTROS, EU QUERIA SER ANALFABETO.
J. Norinaldo.

segunda-feira, 11 de junho de 2012





NÃO QUERO QUE PREVALEÇA SEMPRE O MEU PONTO DE VISTA, MAS NÃO ABRO MÃO DO DIREITO DE TÊ-LO!
J. Norinaldo 


domingo, 10 de junho de 2012





Meu Amor e meu Amigo Predileto.
J. Norinaldo.


Lembro-me era bem menino, numa noite diferente, gente calada ou chorando, acendiam velas  e ajeitavam flores sobre  enfileiradas tumbas, eu entre elas, entendendo muito pouco, sem ter a quem perguntar, sem ter por perto, meu amigo predileto, que  ficava bem quieto, de repente levantava a cabeça e perguntava: E a Guerra? Em volta de um túmulo bem cuidado, eu a olhava encantado, mesmo na sua tristeza, não escondia a beleza daquele rosto bem talhado. E eu ali admirado, sabendo que ela era minha, depois em minha casinha quando apagassem a lamparina, meu catre virava um trono, eu era então o seu dono, o seu amor e seu rei. No outro dia no recreio da escolinha, eu contava o que sonhara ao meu amigo predileto, que  ficava muito quieto de repente levantava  a cabeça e perguntava: e a guerra? A vida seguiu seu rumo e fui seguindo a vida, nunca esqueci aquele deusa querida, nem lembro se tinha seios; voltei cinquenta anos depois, andei por quase toda a terra, fui militar não fui a guerra, que tanto temia meu amigo predileto, que agora estava tão quieto, bem próximo aquele túmulo bem cuidado, O seu um tanto abandonado que agora tinha  ao seu lado, um outro com um anjo tão bem pintado com o rosto da deusa que era minha. Sem ela minha história se encerra, e também sem meu amigo predileto, fico eu agora bem quieto e de repente levanto a cabeça e pergunto: Por que a guerra?

quinta-feira, 7 de junho de 2012





Tela em Branco.
J. Norinaldo.

Me assombram sombras e vultos que o pincel da noite pinta, sem ter que secar a tinta que se apaga a qualquer luz, sem deixar rastros nem cheiro na tela em branco em que vivo. Para que sirvo  já não sei, nem nunca me perguntei aonde quero chegar, como a sombra sem sentido que sequer mancha o tecido da tela branca em que vivo. As sombras que não me assombram já não sombreiam o cansaço daquele que já não anda, pois as marcas paralelas que marcam trilhos nas telas por onde a Vida caminha. O que pensará a sombra que sempre segue meus passos, se no escuro não vejo, mas sinto a presença dela, sempre fez parte da tela; a tela branca em que vivo.

terça-feira, 5 de junho de 2012





DIA DO MEIO AMBIENTE, QUE UM DIA JÁ FOI INTEIRO.
J. Norinaldo.

segunda-feira, 4 de junho de 2012



Um retrato em branco e preto, como parte de um soneto desbotado pelo tempo.

sábado, 2 de junho de 2012






QUANDO EU ERA PEQUENO NÃO ME DEIXAVAM OUVIR A CONVERSA DOS MAIS VELHOS, AGORA QUE SOU MAIS VELHO, NÃO TENHO COM QUEM CONVERSAR.
J. Norinaldo.



Da Caverna para a Caverna.
J. Norinaldo.


Navegar no raso em barcos de papéis, sem que o albatroz te venha ao convés, naufragar com a brisa que te acaricia, ou com a vaga mansa que te beija os pés. Represar o grito que liberta a alma, que a vida acalma como a pradaria, sem tentar mudar a curva da estrada, enquanto a passarada canta ao teu redó; não temer jamais o espelho franco, não fugir do banco da espera eterna, lembrar que a caverna ainda está lá, somente a fogueira é que foi apagada, mas não custa nada acender o fogo e prosseguir o jogo é só se acorrentar. Lembrar de Platão que fez a fogueira, porém a caverna já estava feita e as toscas figuras que podiam ver, hoje somos nós que vemos, em LCD.

sexta-feira, 1 de junho de 2012




SÓ AGORA DESCOBRI QUE POR COMODISMO, DEIXEI QUE O TEMPO LEVASSE A VIDA QUE EU DEVIA LEVAR. 

J. Norinaldo.