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sábado, 30 de novembro de 2013



Porta Fechada.
J. Norinaldo.


Não importa se a porta é resistente, me importo por quem chora no batente, se de fome de frio ou de tristeza, por que um filho não fez a gentileza sequer de a porta lhe abrir; eu só quero saber, se sente fome, frio tristeza ou muita dor, por ter dedicado tanto amor a quem sequer lembra seu nome. Apenas imagino seu desgosto, já que não consigo ver seu rosto, pálido como de uma morta, sentada no batente dessa porta daquele que em seu ventre carregou, por quem até se esqueceu de viver, o mesmo que agora mando seu mordomo lhe dizer, que vá embora que não a pode receber.  Isto é apenas um poema, uma velha uma porta e o batente como tema, assim como a fome e o frio, a ingratidão de um filho com um coração vazio; mas será que na verdade, em se tratando de realidade, algo assim nunca existiu?

quinta-feira, 28 de novembro de 2013


A Caverna de Plantão.
J. Norinaldo.


Esta é a Caverna de Plantão, se vez por outra você não colocar a cabeça lá fora, vai terminar acreditando que o mundo é o que você vê agora.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013



Cachoeirinha.
J. Norinaldo.


Ah! Não fosse essa saudade que ora a voz me embarga, o que era doce amarga na mesma boca de um dia, quando de outra boca ouvia o nome de Cachoeirinha. Ah! Não fosse essa saudade, essa dor que vem de fora e que estou sentindo agora nesta minha poesia, se não fosse essa saudade sei que já não existia. Ah! O meu maior desejo antes da terra partir, seria Deus permitir eu rever meu Vilarejo, do jeitinho que ele era, e ver louro de Quitéria brincando por algum beco ou no rio Uma seco a se banhar nalgum poço, ou fazendo gado de osso num cercado de quimera. Como é triste essa saudade de quem hoje está tão longe e hoje alguém diz que Solange está com Papai do céu, e a saudade com seu véu vai nos cobrindo aos pouquinhos, é como encontrar os ninhos já frios e sem passarinhos. Quase todos meus amiguinhos daquele tempo se foram, restou apenas alguns alguma rua ou um beco e o Rio Una seco, parece até me esperando.

Ah! Não fosse essa saudade que hoje me causa pranto, a minha única herança, é ter ainda esperança de ter meu último sono na terra que amo tanto.

terça-feira, 26 de novembro de 2013



Ah! Se Não Fosse Assim.
J. Norinaldo.



Ah! Se a tristeza escolhesse idade e a felicidade lugar pra viver, ah! Se a velhice passasse e não vice que eu existia para envelhecer; ah! Se o amor se perdesse e achasse o caminha da minha morada. Ah! Se a palavra não existisse apenas para o que é ruim, eu tenho certeza que reclamaria da vida mesmo assim; às vezes o “Se” é pior que o “Não”  depende do jeito, se não fosse um não, o meu coração já não batia no peito. Ah! Se o amor por si pudesse existir sem saudade ou tristeza como será que a vida era? Em qualquer estação ter a sensação sempre de primavera; eu não sei você, respondo por mim, pois tenho certeza, mesmo com tanta beleza, reclamaria da vida mesmo assim. Ah! Se eu fosse um poeta, que pintasse a vida como um belo jardim para te oferecer, será que você assim como eu,  não reclamaria dela mesmo assim? A única beleza e ter a certeza, que tristeza existe, mas não é só para mim e quando nasci ela já existia e tem lugar cativo em qualquer poesia, pois sem a tristeza como iria  saber onde há alegria.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013



O Astro e a Luz.
J. Norinaldo



Até quando a luz esperará, pelo astro que dela depende,  para realmente aparecer pois não reluz, e quando a platéia ira aprender que os aplausos deviam ser para a luz e não para você. Quando as luzes se apagarem, quando as cortinas se fecharem e só o silencio lhe restar, verás que no escuro da escada podes ir direto ao fio da espada sem o reflexo do ladrilho, que és só um astro sem ter brilho e que sem a luz tu não és nada.

domingo, 24 de novembro de 2013


O Poeta e a Poesia.
J. Norinaldo.

Se você acredita que o meu poema que fala de uma imagem, e tem como referencia uma paisagem, sem ela prejudica seu entendimento em fim, o que você diria de certa  poesia, que fiz falando daquele que anda assim? A poesia não se explica e nem se entende, não se aprende ou se decifra com um código, não é restrita a essa ou aquela casta, nem  legada a um  filho pródigo. A poesia é somente um sentimento, que se vive no momento e que se eterniza em cada um como a lembrança de um perfume ou de uma flor, não como o ciúme de uma herança, mas como a herança de um amor. Se o meu poema não te toca não te iludas, irá tocar o coração de outro alguém, não te entristeças por que assim é a poesia, como se fosse alguma sintonia, e algum poeta terá a tua também.
Encontrei hoje um poeta triste, pois encontrou sua poesia em algum lixo atirada, e eu lhe disse,  não lamente meu amigo, pois quem fez isto contigo, letras não lhe dizem nada, e quem sabe algum irmão, nela embrulhou um pão para uma singela ceia, para quem não sabe o que é poesia, enquanto tantos que sabem e tem a barriga cheia, mas na verdade tem uma alma vazia.


A Beleza e o Brilho.
J. Norinaldo.



Se a beleza que buscas é a que brilha, ai está o ouro que encandeia e te faz mal, porém não verás a verdadeira, que clareia a estrada que tu trilha, se a beleza que procuras é visual, não esqueces que as cores da cobra Coral, terás que admirar de perto e como as miragens do deserto podem te levar ao desencanto, assim como um pranto por amor pode ser triste, existe nele beleza no entanto. Não esqueças que a beleza que em fim buscas, pode ter a brancura da perfídia, enquanto no negrume de uma noite se encontra a fascinação da orquídea, que o brilho do ouro te encandeia e te confunde a visão, desviando-te  para a beleza visual, e te esconde a beleza do coração. Olha novamente com cuidado, tenta desviar a tentação do ouro que te atrai, e verás a obra prima que não vistes, que é a mais perfeita obra  do Pai.

domingo, 17 de novembro de 2013



Tarde de Outono.
J. Norinaldo


Na madorna de uma tarde de outono, quando as folhas domem seu último sono e os galhos parecem espetar o céu, antes que o sol desapareça atrás do monte, e minha vista não alcance o horizonte e as primeiras estrelas bordem de luz da noite o véu; voltam-me  as lembranças já vividas como outras vidas possíveis e palpáveis, velhos amores, antigas dores, sentimentos  felizes ou miseráveis. E quando a noite com seu manto negro cobre a terra, ouço o pranto do vento por trás da serra, que até parece entender o meu sentir, como a sorrir o sorriso do universo, ou a  aplaudir de um poema o único verso, que faço parte mas também não escolhi.
Na primavera voltam às folhas junto as flores, velhos amores, antigas dores como as ondas das marés, até que novamente chega o seu último sono, e a canção do vento diz: espera outra tarde de outono, pra madornar e poder  sonhar em ser outra vez  feliz. Jamais penses na vida como um dilema,  pensa somente, se não te foi dado chance de escolher o teu poema que é a vida, nem por isso esquece... De que ela merece ser vivida intensamente.




A Beleza e o Arpão.
J. Norinaldo.


Entre a lua e uma estrela e o sol que se aproxima, o que fazer para ser visto diante de tanta beleza, o meu salto sobre a onda e a natureza rima, num poema que enaltece a quem pintou essa tela fazendo da sua janela a mais rara obra prima. O meu salto tem três fases, antes durante e depois, ante perante a quem sois o veredicto da vida, entre eu tu e a lua se esta beleza tua é a de Deus preferida. Foi Deus quem criou a lua à mulher e a estrela e me ensinou a saltar sobre as ondas com paixão, exaltando a natureza,  para mostrar que a beleza para Deus é só beleza e não há competição.
A lua está distante o sol tem um calor causticante, o mar é grande e profundo a mulher tem a beleza que faz colorido o mundo;  a beleza desta tela entre a lua o golfinho e a tela sobre o belo azul do céu, engana mostrando o mundo como um favo de mel, mas ao golfinho dedicam o arpão frio e cruel, e a mulher sem beleza o desprezo e o desdém, e aquela que nasce sem os traços da formosura, vive sem conhecer a ternura que para cada um a vida tem.


sábado, 16 de novembro de 2013



O Rio, o Bangalô e o Meu Maior Amor.
J. Norinaldo.



Hoje não sinto vontade de escrever, nem tampouco de apagar o que escrevi, sinto apenas que tenho que viver, sem esquecer tudo aquilo que vivi; hoje eu só sinto vontade de você e é bom saber que eu nunca desisti. Tentei escrever algum poema, porém me faltou inspiração tentei  ir te ver do outro lado, porém o rio levou a ponte, o poema escreverei  depois porque a fonte, não secou pois é o meu coração, de onde  brota a tinta e a minha fé e meu amor é que guiam a minha mão. Hoje realmente não senti nenhuma vontade de escrever, mas queria tanto de ver, sentir novamente o teu calor, vislumbrar na beleza do teu sorriso, a visão inteira do paraíso, como o rio por trás do  bangalô, que pena que não o vejas de fato, como vejo agora num retrato, que o tempo cruel amarelou. Ah! Como tenho esperança, que este rio seja o mesmo de quando eu era criança, banhava-me em sua parte mais rasa, sendo observado La de casa por aquela que tanto me amou; ela se foi, mas o rio ficou, como sua lembrança em minha mente, e não foi o que restou somente, mas sim, de todos o meu maior amor, pois este não haverá nada que leve, nem mesmo o tempo se atreve, e jamais se atreverá.

sábado, 9 de novembro de 2013




Amar no Mar
J. Norinaldo.



Vestida de espuma das ondas do mar para ser amada, ou vestida de nada para amar no mar, amar é o que importa, e na hora certa o mar não tem porta fechada ou aberta, nada é mais livre que amar no mar. As ondas revoltas deliram e embalam amantes que calam de tanto desejo, a areia geme com o peso do amor, sentido o furor do mais louco beijo; e a lua se esconde não por sentir medo e maré se afasta de leve se arrasta enquanto os corpos se chocam como a onda e o rochedo, a brisa suave parece cantar os acordes de um hino ao amor triunfal, até que o silencio de repente anuncia o grito estridente do amor no final. O corpo perfeito banhado em suor e o cheiro de amor carne e maresia, e a lua aparece e praia parece uma poesia, de repente o sol pede licença a lua, dizendo a deusa nua que é chegado o dia a noite se vai levando o luar com seus raios brilhantes enquanto os amantes novamente se vestem com a espuma do mar, e as ondas cúmplices alisam novamente a areia da praia, como o rastro da saia de uma linda sereia.

terça-feira, 5 de novembro de 2013


Vestida de Mar.
J. Norinaldo.


Vestida de mar sem esconder a volúpia, entre o cadenciado balanço das ondas frenéticas, o mar amar, remar no mar, vestir-se de mar para amar, ser má, vestir-se de água, vestido e anágua sem magoa do mar, viver é preciso, viver e navegar, quem vive navega, hoje até sem ter mar. Que linda mulher que se veste de mar e se despe de vida, de vida contida de caminho e estrada, o mar é tão e tão grande, como grande é o Castelo de quem o Criou; a vida e o mar e o amor, não existe vida sem mar, não há amor sem amar, o mar vestindo a mulher, a vida despindo o amor nos pingos do mar que se perdem na areia que a lua clareia como diamantes, o mar a maré, o vestido a mulher num sonho de amantes. Mar, maresia, maré mulher poesia, voz, te veste de mar e vamos amar, amar até que o mar se dispa de nós

domingo, 3 de novembro de 2013



Árvores que se Desnudam para mostrar o Cainho.
J. Nrinaldo.



Talvez se desnudem  as árvores para mostrar o caminho a quem por vezes tenha a visão ofuscada por tristeza e as sombras o convidem a parar, a desistir, vendo tão lindo caminho quem sabe o impulsione a seguir. As folhas voltam noutra estação e novamente as flores na primavera a terra embelezarão assim é a natureza, mas não  flor que enfeite um coração quando este está coberto pela tristeza. As folhas mortas bailam ao vento, parecem chamar a atenção, de quem cabisbaixo segue e só vê a solidão, a brisa canta uma valsa anima o baile das folhas, e quem triste segue,  muda de idéia e de escolhas. Quem sabe no fim do caminho, a terra esteja florida, embelezando a vida e suavizando a dor, de quem tanto caminhou, em busca de algo perdido, talvez de um amor bandido, uma peça que o destino lhe pregou.



Eterna Busca.
J. Norinaldo

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O que tanto busco pode estar num galho seco, ou num caminho onde ninguém mais quer passar, e eu não encontro porque procuro em avenidas, em frondosas árvores num jardim ou num pomar. Quem sabe um dia encontre a felicidade, não na cidade, numa cabana a beira mar, uma canoa com o nome de vaidade, sem pintura e só um remo pra remar; passar o tempo ouvindo a canção do vento, acompanhado pelo batuque do mar, sempre a sonhar sem revelar nenhum segredo, como o amor entre a onda e o rochedo, que em cada beijo faz a terra balançar. O que tanto busco talvez esteja nos teus olhos, nessa maneira de sorrir e de me olhar, bem diferente da onda com o rochedo, meu amor morro de medo do meu amor declarar. Tento entender a canção que canta o vento, em um momento ele diz pra me calar, ficar atento prestando atenção na brisa, mas não me avisa o que ela vai falar. Tenho certeza de sucumbir após um não, meu coração não poderia resistir, prefiro então viver a dúvida e a certeza  desse não, me destruir.