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domingo, 17 de novembro de 2013



Tarde de Outono.
J. Norinaldo


Na madorna de uma tarde de outono, quando as folhas domem seu último sono e os galhos parecem espetar o céu, antes que o sol desapareça atrás do monte, e minha vista não alcance o horizonte e as primeiras estrelas bordem de luz da noite o véu; voltam-me  as lembranças já vividas como outras vidas possíveis e palpáveis, velhos amores, antigas dores, sentimentos  felizes ou miseráveis. E quando a noite com seu manto negro cobre a terra, ouço o pranto do vento por trás da serra, que até parece entender o meu sentir, como a sorrir o sorriso do universo, ou a  aplaudir de um poema o único verso, que faço parte mas também não escolhi.
Na primavera voltam às folhas junto as flores, velhos amores, antigas dores como as ondas das marés, até que novamente chega o seu último sono, e a canção do vento diz: espera outra tarde de outono, pra madornar e poder  sonhar em ser outra vez  feliz. Jamais penses na vida como um dilema,  pensa somente, se não te foi dado chance de escolher o teu poema que é a vida, nem por isso esquece... De que ela merece ser vivida intensamente.


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