Translate

quinta-feira, 21 de junho de 2018





Vida, Tempo, Gado e Gente.
J. Nori.



Primeiro passou o tempo e depois do tempo passado, veio o tempo presente pelo futuro esperado, mas ai passou a vida e não foi nada engraçado. Por que o tempo não para e fica aqui no presente assim como uma corrente com cada elo grudado cada um constrói a sua, uns com raios de lua outros com arame farpado; onde está livre escolha de não viver numa bolha e depois morrer sufocado. Se eu queria nascer ninguém nunca perguntou, nunca assinei procuração para o tempo ser meu senhor, qual seria a diferença da minha vida e do gado, eu posso escolher o pasto, mas tenho tempo marcado, posso não ser abatido, mas também sou numerado; posso até não ter porteira, mas também vivo cercado; o gado do mundo se entende, já pra mim é complicado; e o tempo senhor de tudo tanto de mim quanto o gado. Há tempo para nascer e há tempo para plantar, há tempo para colher, a planta nasce e renasce mas eu não vou resnacer; tudo por causa do tempo que não tem tempo a perder. Vida, tempo, gado e gente, luta disputa e fé, é a labuta pela vida, enquanto o tempo quiser.

quinta-feira, 14 de junho de 2018




Poema Triste.
J. Nori.


Escrever poesias para cegos e declama-las para surdos é o que fazemos nós que pensamos poetas ser. Por que escrever se ninguém se importa, poesia que já nasce morta? Não, ledo engano, tem alguém que muito meu trabalho admira e aprecia e diz sim, é poesia, portanto não escrevo a esmo, se ninguém quer, quero muito e muito eu mesmo. Na intenção de fazer alguém feliz, ou se já fiz, creiam não é e nunca foi pretensão melhor do que alguém, mesmo escrevendo para ninguém pode crer tento fazer apenas o bem. Mas é realmente triste, dar tudo de si numa ideia, e quando vai apresenta-la...Para onde foi a platéia? Mas, eu resisto, insisto e enquanto me aturar ante o espelho, meu poema jamais será o relho que me açoitará, continuo escrevendo e para mim mesmo declamar.

terça-feira, 12 de junho de 2018





Feliz Dia dos Namorados de todos os Tempos.
J. Nori

Hoje eu já tenho tempo para admirar a vida, para vê-la como antes eu não a via, quando passa devagar e as vezes com muita pressa tendo o tempo como sua  montaria. O tempo não para nunca, a vida não é assim, e quando chegar seu tempo chega também o seu fim. O tempo passa voando e as vezes é muito lento, é diferente do vento, que sopra as velas da vida e agita as ondas do mares donde o sustento a vida tira, o vento que a vida respira também depende do tempo, o tempo é senhor de tudo, desde que tudo seja regulado pelo vento. Hoje eu tenho mais tempo, ou o aproveito para ver, que não tenho tempo a perder, se quiser viver a vida; que cada rosa plantada é uma nova vida a nascer, que vai perfumar a vida que acaba de morrer. Hoje eu tenho mais tempo para pensar no passado, que um dia já foi hoje, mas somente hoje é lembrado; para saber que o futuro quando chegar é presente e logo a seguir passado. Hoje eu tenho mais tempo? Ou seria o contrário? Hoje é aniversário de quem namora ou namorou, é o seu primeiro namoro ou isto aconteceu ha muito tempo que passou? Só há um jeito de se aproveitar o tempo, é jamais desconhecer ou desobedecer a  sua majestade e saber que a felicidade não passa de um momento, que que um momento é uma fração do Tempo.

terça-feira, 5 de junho de 2018





Meu Tempo é Agora?
J. Nori.


Sou do tempo das ruas estreitas, das roupas bem feitas cosidas a mão, onde a torre mais alta era da Catedral, do homem sisudo ao ler o jornal enquanto alguém lhe engraxava os sapatos para ganhar moedas para comprar o pão. Sou do tempo das damas floridas, de vestes coloridas arrastando no chão, sou do tempo em que não se saia de casa sem dos pais pedir a Bênção. Sera que meu tempo é agora? Como afirmou certa vez o Poeta Mário Lago seria verdade? Logo ele que compôs e cantou Amélia aquela  que era Mulher de verdade? Nós Poetas as vezes nos contradizemos, principalmente quem poeta com rima, muitas vezes as palavras não cabem como algumas flores não se ajustam ao clima; mesmo assim vão surgindo os versos e no fim temos uma obra prima. Sou do tempo em que na sala não havia sofá, e isto é claro foi um grande avanço, lá estava a cadeira de balanço do patrono que mandava no lar. Sou do tempo que a casa era um Lar, por mais pobre que fosse a mobília, era o reino sagrado da família que ninguém ousava violar; sou do tempo de brincar no terreiro, enquanto os mais velhos proseavam no oitão; sou do tempo das ruas estreitas, das roupas mal feitas costuradas a mão. Sou do tempo que andar remendado, porém limpo não era coisa feia, ainda lembro da minha avozinha, a beira do fogo remendando meia. Hoje são largas as ruas, as moças se rasgam andam quase nuas, já não existe mais engraxate e na sala as poltronas e a Televisão, diferente daquele meu tempo... Hoje a virtude é que se arrasta pelo chão e não os vestidos cosidos a mão.