Estrelas que se apagam.
J. Norinaldo.
Enquanto pastoreio meus fantasmas, como estrelas que deixaram de brilhar, que existem somente em
minha mente doentia, que arrebanha fantasma dia a dia como a tarefa mais
sublime de uma vida totalmente vazia. Procuro e procuro sempre a esmo, sem ver
nenhum brilho em mim mesmo quiçá já não tenha direito a um cajado, devendo sim
ser pastoreado, estou no lugar que não devia. À noite as estrelas são tão
belas, mas mesmo elas perdem a luz, tento contá-las, não consigo e fico
pensando aqui comigo, a que esta vida nos conduz? Estrelas, vida e amor, o que
nisto tudo tem de real valor? As estrelas, só se pode vê-las, o amor nem sempre conseguimos,
e assim na vida prosseguimos até que ela termine, terminado também com a nossa
dor. Alcançar às estrelas, impossível, a vida sem amor é desprezível, nos
restam os fantasmas já sem cor. Mas tanta gente que se ama e poderia ter a vida
das estrelas, mas sofre por não poder telas e por ciúme, diferentes das flores
de um jardim, que doam livremente seu perfume, transmitem a felicidade, sem
sofrer pela efemeridade que o jardim da vida lhe legou. O que pensará meu
rebanho, ou será que este rebanho aqui sou eu, que tive alguma vida no passado,
de real aqui só o cajado e a luz distante das estrelas?