Uma Pergunta a mim Mesmo.
J. Norinaldo
Vou responder uma pergunta que a
tanto tempo de me faço e não encontro explicação, de onde vem a inspiração e
quando alguém me pergunta me causa tanto embaraço; poesia não é comédia, não é
drama e nem tragédia, como o vento não tem rédea nem freio ou estação; fala de flores de dores
de alma e de coração. Todos nós somos poetas de maneiras diferentes, uns poetam
os alimentos outros poetam os doentes; quem faz o bem a um irmão alguém que estende a mão, outro
que divide um pão a quem precisa de ajuda, outro que planta uma muda de árvore
no caminho, aquele que recolhe do chão um pequeno passarinho fazendo um pequeno esforço para devolve-lo ao
ninho. Tudo isto é poesia que não precisa de rima, quem pinta a beleza do Céu
ou com um pequeno cinzel constrói uma obra prima. Até quem vê na montanha a
beleza do universo acaba criando um verso e desse vem outros mais; alguém que
enxerga na paz do deserto a harmonia, consegue falar com Deus quando cessa os
pensamentos, são poucos esses momentos, mas que valem eternidade e reside a
felicidade que muito não acreditam. Não vou sair, por ai como louco gritando a esmo, estou respondendo
a mim mesmo, esta pergunta que há tanto tempo faço, como um pescador de ostras
que busca no mar um tesouro, a verdade é como ouro que brilha cega e seduz, é o
túnel no fim da luz invertendo a fantasia, assim é a poesia que nem sempre fala
em flores. Colibris, grandes amores, escrevem também as dores que a humanidade
suporta, se um dia um poeta vier bater sua porta, de-lhe água vinho e pão e lhe aponte a linha do horizonte pois um
poeta é errante, pois só o mundo garante tintas para a sua aquarela, que ele quem não pinta com ela no
mural da inspiração tendo a alma como mestra e as tintas do coração.
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