O leito Do Rio Seco.
J. Norinaldo.
Por onde já foi o leito de um
rio, corre o meu vazio o tornando cheio, e bem pelo meio um barco sem dono como
se abandono remasse o receio. Lá longe na curva desse rio feio, que parece
cheio, mas é sempre vazio está um mundo frio e assustador, onde só há dor,
solidão e gritos de seres aflitos presos por grilhões rodeados sempre por
moscas azuis. E o leito do rio quando há enchente, é tão deprimente na minha
visão, ver o velho barco com as cordas soltas e as velas rotas ruma a solidão. E fico
a pensar onde vai deixar sua triste carga, e o mais doce mel a mais doce uva se
torna amarga. Na curva do rio sempre pelo meio, um rio vazio mas para mim
cheio, a água escura da cor de da ferrugem que corrói as correntes dos seres aflitos, olho para trás e
já não ouço gritos a não ser os meus que tento abafar, eu não sei e nem tenho
coragem de saber se estou no barco ou em uma margem, a minha angústia é por não
sabe-lo se este pesadelo findará um dia.
Sei que este rio não ria ao mar, com toda certeza acordarei antes e
seguirei caminhos errantes esquecendo o rio o barco perdido, este é o destino
de um deprimido que não terá paz, pois está num mundo onde ele é demais.Será
que este rio já correu um dia, saciou a sede da terra e da vida, será que eu
ainda encontrarei, alguém que me leve a uma fantasia, fazer meu coração vazio,
de emoção rebentar o peito em não ver apenas o leito do rio, com a água suja que turva a
visão no navegar triste de uma depressão.
Sem comentários:
Enviar um comentário