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terça-feira, 11 de dezembro de 2012




Meu Aceno.
J. Norinaldo.


Se o meu aceno não convicto, para o vulto do cais envolto em sombras que se afasta com as luzes da cidade, não me dá a certeza do retorno, sem morno abraço da partida, já não dá para puxar o cais de volta, nem dar a volta pelo aceiro da vida. Sigo o vento que estufa os seios das velas, das caravelas que alvíssaras levam e trazem sem se importar com o teor, que pela dor não se comprazem algumas recebidas com lágrimas, outras com gritos de furor. Se o meu aceno se perdeu e me faz feliz pensar assim, que do cais mesmo escuro, águem também acenou para mim, ameniza a fúria da procela, quando quase explode o seio da vela e o mastro beija a onda sem carinho. Se o meu aceno não foi visto, eu insisto em acenar em cada cais, até que a mão já não me atenda, e eu não possa acenar mais. Se você estiver em qualquer porto, e ver alguém acenando a esmo, retribua este aceno por favor, apenas como um gesto de amor, como se acenasse a si mesmo.

Ai em baixo a cena que me encantava quando partia ou chegava de navio no cais da Praça Mauá. Quantas vezes... O Edificio A Noite e o RB1.

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