Translate

sexta-feira, 10 de agosto de 2018





As alturas.
J. Nori.



O que eu faço aqui nessas alturas, e o que me espera onde vou pousar? Ver aquilo que o homem fez para encantar os outros, ficar mais rico e se desencantar. Aqui pensando em ver tanto desencanto, nem me encanto  com o que posso ver, esses castelos feitos pelas nuvens e  as nuvens mesmo desfazer. O que me leva a tanta distancia, como uma ganancia de mostrar que vi o que nunca fiz o que o homem fez para me encantar, será que já encantei alguém que com meu encanto também foi feliz. Infeliz de quem sequer desencanta, não canta, mas tem que dançar a dança que a vida impõe, a música se sabe até quem compõe só não se sabe quem vai cantar. Ah! Aqui dessas alturas, eu sinto o quanto seria bom voar, porém se só tivesse asas, reclamaria a falta das mãos para poder a espada empunhar; será  que serei satisfeito, olhando direito tudo que o homem fez pra me encantar, mesmo sabendo que não tenho asas, porém será  voando que hei de chegar. Será que alguém tem mais dúvidas do que um poeta, quando tudo afeta o seu poetar, não é uma heresia dizer que fazer poesia também é voar, e este voo é tão longo e tão bonito que o infinito ficará pequeno e faltará terreno para o meu posar.


Sem comentários: