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sábado, 4 de agosto de 2012






Imortalidade.
J. Norinaldo.


Enquanto a cimitarra corta o vento, com o gume alisando cada aresta, pela fresta da vida alguém espia, a quem agoniza de prazer e a própria vida faz crescer semeando no campo do destino. Noutro canto alguém se estertora, agoniza quando a vida vai embora, enquanto estampam nos jornais, o retrato da mentira que restou. Enquanto alguém lava em pranto as flores mortas, as janelas e as portas são fechadas e em casas pequenas enfileiradas são deixadas as verdades que morreram. Novos jardins serão plantados, a espera de flores perfumadas, que enfeitarão as casinhas enfileiradas, quando novas portas fecharão, e a semente plantada no campo do destino, que vingou e deu flor e o fruto, resta agora num vaso diminuto, anunciado numa tira do jornal, a verdade da mentira que viveu, nem sequer o último espaço é seu, de seu somente um dia o esquecimento.

1 comentário:

soninha disse...

Muito bonita!Expressiva e surreal.abçs e meus votos de paz.