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sexta-feira, 23 de novembro de 2012




A Névoa do Caminho.
J. Norinaldo.


Sobram-me razões para viver, para amar, para sorrir e não sofrer, mas esta ânsia me leva a caminhar, por caminhos os quais sonhava antes, onde a nevoa me encurta os horizontes, por onde sinto o bafo dos chacais. Em cada curva os fantasmas  que me espreitam, não respeitam o meu triste caminhar, não assombram os chacais que me perseguem, mas me seguem roubando a minha paz. São fantasmas que troquei por meus dragões, quando sonhei em deixar de ser menino, e seguir os dragões do meu destino, perseguido de longe por chacais. Jamais voltarei lá no começo, desconheço o que vem depois da curva, se a névoa se transformar em chuva, já não tenho o dragão a me amparar. E a maçã que me remete ao começo, ao paraíso do qual eu não mereço sequer sonhar com a serpente. De repente o caminho chega ao fim, ou seja, eu chego ao fim desse caminho, sozinho na mais completa solidão, só a nevoa o Caminho e nada mais, sem seque ouvir o uivo dos chacais, mas os fantasmas não me deixarão jamais.

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