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quarta-feira, 7 de novembro de 2012




A Esquina do Tempo
J. Norinaldo.


Cheguei já cansado a esquina do tempo, olhei para trás e vi o passado, bem abaixo do monte de onde tinha partido. Dobro a esquina e começo a descida que o dedo da vida  todo o caminho muda, e ai contrário do que diz o ditado não há nenhum santo que na descida ajuda. Foi mais fácil a subida do que a descida e é na curva do tempo que se vai aprender, que toda subida terá uma esquina e quem nela chegar terá que descer; sobe na dúvida de ver a chegada, na descida a certeza da volta ao nada. Sem direito ao descanso depois da subida, começa a descida renegando o cansaço, trocaria todo ouro que conseguiu na vida, por uma estrada plana, reta e comprida e uma sombra que não fosse tão calada que mesmo sem luz estivesse ao meu lado. Poderia escrever na pedra e ajudar a alguém, que evite os espinhos que não evitei, mas isto tinha que ser na subida, e ninguém sabe o que vem depois da esquina da vida; por isto nenhum conselho encontrei; ninguém jamais retorna depois que a viagem termina, e nem dá meia volta ai chegar nessa esquina.


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