40 anos de Amor e Saudade.
J. Norinaldo
40 anos completos no próximo
domingo se passaram desde que os Fuzileiros Navais se despediram de Uruguaiana, deixando aqui
uma herança real, além da casa que por muito tempo abrigou não um Quartel, mas
uma verdadeira família que realmente descende da Realeza do Brasil; e mais aqui
deixou seus Veteranos, representantes legais de um legado que jamais Uruguaiana
esquecerá; os Fuzileiros Navais. Uma tropa de Elite que aqui deixou sua marca,
nos rastros dos seus coturnos ou nos seus gritos de guerra em seus garbosos
perfis; nos filhos que daqui levou para conhecerem o mundo, e os devolveu mais
amorosos que nunca com a Pátria em que nasceram. Hoje restam as saudades dos
tempos áureos da vida, daqueles que já partira; daqueles que tem na frente da
sua tumba a Ancora e o Fuzil, brilhantes como o ouro, sabemos que seu tesou foi
defender o Brasil. Hoje em Uruguaiana como o céu está em festa, em cada abraço
amigo, soa um grito conhecido pelo qual sempre nos guiamos: Ad-ssumus. Ou Aqui
Estamos! E assim sempre será, pois ninguém foi Fuzileiro, e sim sempre será.
Poderia muito bem aqui escrever os nomes que me lembro daqueles que já
partiram, hoje não dá, não é dia de chorar, portanto vamos lembra-los como se
aqui estivessem, e acreditem estão; porque Deus é Bom o tempo todo, O tempo
todo Deus é Bom. Servi em outros Grupamentos, dois Batalhões e outra OM, mas
seria inútil negar, que uma verdadeira família conheci neste lugar, bem na
esquina que ia para Vila, ficava minha Seção, nossa querida PXL a mais unida
Estação, aos CNS ai presente um 73/ODU e
aqueles que estão ausente também. Eu compus quiçá uma canção ainda não musicada
que lembro começa assim: “Veteranos Fuzileiros a Pátria sabe onde estamos nosso
Pavilhão tremula ao vento que vem do Mar”. É verdade, se hoje já não vamos a
alto Mar, o Mar vem até a nós através do pensamento, das lembranças de momentos
que jamais serão esquecidos até quando chegar o desembarque final ai veremos
todos esses momentos felizes, não só em Marataízes em Vieques ou coisa assim,
quando novamente irmanados, marcharemos lado a lado cantando um Hino de Glória
e povoando a História de um Brasil tão amado. Tenho guardado comigo ainda uma
lembrança, uma velha e puída camisa que lembra o tempo da elegância que
desfilava nesta cidade, pois além do dever havia a vaidade que também não era
esquecida. Não vamos cantar parabéns, pois hoje lembramos uma partida, como
alguém que se foi e não mais voltou, isto são coisas da vida, porém jamais
será esquecida a Casa por mim a mostrada,
pois aqueles que por ela foram acolhidos vem hoje reconhecidos relembrar o seu
passado. “Grupamento, Agrupamento, que agrupastes tanto amor o tempo vai e o
tempo vem, tu jamais serás tapera, pois estarás para sempre no Coração de Alguém.”
Quando partiste daqui tenho certeza que ninguém comemorou, fui do último
contingente, e sei que muita gente chorou. Queria pedir a todos que estão neste
dia presentes nesse encontro grandioso que na hora do abraço ao invés de um
sejam dois, um dedicado aqueles que com certeza não estarão ai de corpo
presente, mas nunca saíram e nem sairão de vossos corações; tenho a certeza que
cada um sentirá no segundo abraço a presença de todos eles. ADSSUMUS! E que
Deus Esteja convosco e com aqueles a quem amam, hoje e sempre. 40 Anos, e me
parece que foi ontem...
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