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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011



Minha Inveja.
J. Norinaldo.



Eu invejo a estrela que mais brilha,
Mas não quero que ela se apague,
Eu invejo as flores do jardim,
Mas cuido para que nada as estrague,
Eu invejo quem tem um grande amor,
Mas jamais pedirei que tenha um fim.

Eu invejo quem faz belas poesias,
Para este peço a Deus inspiração,
Eu invejo as cores do arco íris,
Quero sempre que me alegre a visão;
Eu invejo quem é belo e perfeito...
Sem jamais criticar a criação.

Eu invejo aquele que não tem inveja,
Talvez, com minha inveja benfazeja,
No cepticismo da minha existência,
Na inocência de quem apenas deseja,
Flagelar-se numa doce penitencia,
Em acreditar se assim é que assim seja.

Eu invejo aquele que compõe odes,
A quem arpeja as canções que canto o vento,
Ao marinheiro que na procela veleja,
Não me envergonha esse nobre sentimento
Que não pretende destruir o bem já feito;
O ser perfeito, inveja até quem lhe inveja.

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