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segunda-feira, 26 de março de 2012


 O Poema e aTela  .
J. Norinaldo.



Enquanto eu rabisco um poema, sob o lusco fusco de uma vela, outro artista desenha na calçada, com o sangue preenchendo a aquarela, uma tela maldita e mal cheirosa como os becos cantados por Bukowski. O poeta que sonha com aplausos, não conhece a tela mal cheirosa e nem a tinta usada na aquarela; que a cada chuva se renova como as mãos que varejam o barco sem  mastro e sem  a vela. Enquanto eu rabisco este poema, como uma homenagem a sua tela, a chuva lhe esvazia a aquarela e lava a calçada e a moldura, ficando simplesmente a loucura do que tento rabiscar como um poema. Mais um louco em pleno estado de choque, se não for pra viver em  Nova York,  então nada disto vale pena.


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