Tudo como Dantes.
J. Norinaldo.
Creio que secaram todas
as fontes e já foram arriadas todas
as pontes, para a evasão dos castelos. Os fossos transbordando de
ilusões enquanto as moscas bordam telas
nos vitrais e os ratos perambulam nos salões. Materializam-se as
miragens no asfalto e do alto vem a luz de algum farol que ilumina a montanha
ao avesso, enquanto o êxodo do castelo sem tropeço, encontra um deserto sem
miragem e se hasteia a bandeira do improviso; enquanto o poeta molda o vaso, o
oleiro encantado com o ocaso, escreve um poema na areia. E se erguerá um templo
belo, com as pedras das ruínas do castelo e se cavará um novo poço, se adorará
as ilusões do velho fosso embutidas em um novo bezerro de ouro.
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