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quarta-feira, 19 de setembro de 2012



O Grande Fantasma.
J. Norinaldo.


Um prédio em construção vestindo  uma tela verde que se agita ao vento como um grande fantasma que não assusta ninguém, os passantes com frio, com as mãos escondidas sem cumprimentar alguém; os cães enroscados sob as marquises, são bem mais felizes que muitos passantes, que além das mãos escondem segredos que causariam mais medos que o grande fantasma. Do outro lado da rua um velho parece querer  esquiar, olha encantado o grande fantasma onde costumava brincar  em menino quando tudo era campo. Os passos se apressam em busca  de portas com as mãos escondidas, são almas são vidas que o mundo criou, meninos que sonham com grandes fantasmas e um dia serão como o esquiador, olhando o local de uma construção que não deixou nem rastros para serem apagados pelo vento que um dia sua capa agitou. Mudaram os passantes se foram os meninos, mas ainda se esquia no asfalto quente, outro fantasma vestirá sua capa inocente, só o vento é o mesmo, feliz daquele que ainda o sente.


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