Translate

quarta-feira, 16 de abril de 2014



Depressão.
J. Norinaldo.



Altas horas sem sono acendo a luz, já não me assustam os fantasmas da cortina da janela, lado a lado uma lança e lhes ultrapassar os olhos, pálidos como flores murchas numa bandeja amarela; vez por outra dançam ao sabor da leve brisa, misturando a palidez como uma velha aquarela. Somente o silencio é quebrado, pelo ressonar do quarto ao lado, que inveja da palavra ressonar. Em fim quando o cansaço vence a solidão, vem o sonho que há tanto evito a esmo, já sabendo que o enredo é sempre o mesmo; luta inglória e novamente estou lá:  Perdido num pântano de escuridão medonha, perco a inveja por quem dorme e que sonha, quero acordar para minha insônia e os meus fantasmas da janela, por que será que sinto medo, se já conheço de cor aquele enredo, as mesmas cores daquela velha aquarela. E o pântano escuro e tão deserto, o sonho me diz que está tão perto, basta abrir minha janela.

Sem comentários: