Depressão.
J. Norinaldo.
Altas horas sem sono acendo a
luz, já não me assustam os fantasmas da cortina da janela, lado a lado uma
lança e lhes ultrapassar os olhos, pálidos como flores murchas numa bandeja
amarela; vez por outra dançam ao sabor da leve brisa, misturando a palidez como
uma velha aquarela. Somente o silencio é quebrado, pelo ressonar do quarto ao
lado, que inveja da palavra ressonar. Em fim quando o cansaço vence a solidão,
vem o sonho que há tanto evito a esmo, já sabendo que o enredo é sempre o
mesmo; luta inglória e novamente estou lá:
Perdido num pântano de escuridão medonha, perco a inveja por quem dorme
e que sonha, quero acordar para minha insônia e os meus fantasmas da janela,
por que será que sinto medo, se já conheço de cor aquele enredo, as mesmas
cores daquela velha aquarela. E o pântano escuro e tão deserto, o sonho me diz
que está tão perto, basta abrir minha janela.
Sem comentários:
Enviar um comentário