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domingo, 10 de janeiro de 2016




O Meu Amigo Sabiá.
J. Norinaldo.




Para um poeta sabe para sabe para que serve a tua hipocrisia e o teu ódio? Para lhe reservar no Parnaso o Pódio por recicla-los e transforma-los em poesia. Por que contaminar-me com a tua ira, se posso penas fechar os olhos e ouvir arcanjos dedilhando lira e deleitar-me com as mais lindas canções? Só não sei por que insistes se sabes que no céu há tantas estrelas, que só ao vê-las até esqueço que existes. Quando descobrires quanto mal o ódio faz a gente; quiçá já  tarde para voltar e começar novamente. Vive aqui no meu quintal um passarinho, eu o vejo todas  as manhãs no parreiral, e do bichinho sinto dó, por vê-lo pulando numa perninha só; há pouco descobri que me acorda cantando, é justamente ele: dó Ré Mi, fá Sol Lá Si. Si, lá Ré, Mi, Fá Ré Dó. E com ele eu aprendi que; Quem Canta Seus Males não Espanta; porque os Males nunca chegaram até aquele que canta. E é um canto tão lindo, impossível imitar, há sempre um cacho de uvas reservado ao meu querido e aleijado Sabiá, e fico da minha janela pensando a me perguntar, será que com este infortúnio, eu viveria a cantar? Agora até pode acontecer, a não ser que não queira aprender, nada com meu Sabiá.

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