O Meu Amigo Sabiá.
J. Norinaldo.
Para um poeta sabe para sabe para que serve a tua hipocrisia
e o teu ódio? Para lhe reservar no Parnaso o Pódio por recicla-los e
transforma-los em poesia. Por que contaminar-me com a tua ira, se posso penas fechar
os olhos e ouvir arcanjos dedilhando lira e deleitar-me com as mais lindas
canções? Só não sei por que insistes se sabes que no céu há tantas estrelas,
que só ao vê-las até esqueço que existes. Quando descobrires quanto mal o ódio
faz a gente; quiçá já tarde para voltar
e começar novamente. Vive aqui no meu quintal um passarinho, eu o vejo todas as manhãs no parreiral, e do bichinho sinto
dó, por vê-lo pulando numa perninha só; há pouco descobri que me acorda
cantando, é justamente ele: dó Ré Mi, fá Sol Lá Si. Si, lá Ré, Mi, Fá Ré Dó. E
com ele eu aprendi que; Quem Canta Seus Males não Espanta; porque os Males
nunca chegaram até aquele que canta. E é um canto tão lindo, impossível imitar,
há sempre um cacho de uvas reservado ao meu querido e aleijado Sabiá, e fico da
minha janela pensando a me perguntar, será que com este infortúnio, eu viveria
a cantar? Agora até pode acontecer, a não ser que não queira aprender, nada com
meu Sabiá.
Sem comentários:
Enviar um comentário