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segunda-feira, 28 de novembro de 2016




Enquanto meu Barco Rugia.
J. Norinaldo.

Saudades de uma noite tão bela, em que a procela me ensinou o valor de viver, jogando meu barco como uma casca de noz, o trovão era a única voz que parecia ditar a lição, num cenário para muitos atroz, pela manhã a visão do plainar do albatroz, no voo ligeiro da fragata para nós, os retoques da tela da vida, como um quadro verde ainda escrito com a lição recebida. Imaginem quem foi o Comandante mais lembrado, na hora em que o mastro se nivelava as vagas e o barco rugia, assim como uma fera ferida, que enfrentava tudo pela vida, e era naquele momento, que a Ele elevávamos o pensamento; a Ele cuja mão nunca treme, a Ele confiamos o leme, e assim vencemos a procela, e pela manhã retocamos a tela, relembrando o antes, o durante e o após, no lindo voo do albatroz e da fragata comemorando a vida. Salve os homens do mar, que respeitam o Comandante Supremo, que sempre alcançará um remo, na hora em que for preciso remar. O mar assim como o deserto, ora plano ora cheio de subida e descida, onde o barco executa meneios, com as velas como porta seios, guarda os seios que amamentam a vida. Meus respeitos aos homens do mar, não só porque fui um deles um dia, hoje a onda que me alcança, é mansa como uma poesia; mesmo assim olhando para ela, me volta a lembrança a procela, enquanto meu barco rugia.

A foto um trabalho da amiga Valdete Matos de Cachoeirinha PE.
 

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