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domingo, 5 de novembro de 2017




O Poeta e o Mar.
J. Nori.


Caminhava sozinho a beira do Mar, quando uma onda veio se arrastando, como uma tarrafa ao contrário tentando pescar-me para si, sorri olhando os meus pés molhados,  tão cansados de navegar; e comecei  uma prosa com o Mar. Oh! Meu amigo gigante maior do que tudo na terra, grande teatro usado na guerra, vivi muito dentro de ti; contigo aprendi a ser forte, a olhar nos olhos da morte, a jogar o jogo da sorte, blefando para o azar. Oh! Oceano imenso ainda pensam na maresia, como o cheiro de uma poesia, escrita com um enorme tridente, com que Netuno assusta a gente, nas noites escuras de ventania. Oh! Grande Mar, como esquecer a procela, e o raio a cortar minha vela, desenhando a mais linda tela, que pendurei na parede da vida. E agora, parecendo o convite de uma criança, me chamas com essa onda mansa, como a querer corrigir uma injúria, quando quantas vezes com tua fúria, quase fazias meu navio soçobrar. Não! Não te desculpes ó querido Oceano, pois mesmo velho e cansado ainda vivo sonhando, em ter como túmulo o mar; que lindo seria morrer navegado, e para sempre em tuas águas  me embalar. Não sinto solidão agora, enquanto caminho sozinho a beira do Mar.

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